segunda-feira, 28 de junho de 2010

Importância.

Por quê? Para quê?

Que adianta?

De que vale ficar aí, sentindo alguma coisa, sentindo raiva, sentindo dor, sentindo algo que nem mesmo você sabe definir, por coisas que não valem a pena? Pra quê sentir raiva diante dos milhares de cacos daquilo que algum dia já foi um anúncio, um complemento do abrigo de ônibus agora destroçado por aqueles que supostamente mais dele se beneficiariam. Aqueles que tanto xingam, tanto batem no peito para dizer que são marginalizados. Naquele outro dia em que o país parou diante das telas de futebol, enquanto os parlamentares faziam a festa nas roubalheiras na nossa gloriosa Capital, você assistiu ao futuro da bandidagem, onde um "malaco" mais velho treinava um séquito de bandidos mirins. E muito se importou.

E para quê?

Hoje lhe dizem que há novamente embate em campo internacional, mas disto você nem se importa, e preferia que lhe deixassem a trabalhar aqui mesmo no escritório. Se dependesse de você, aqui ficarias o dia inteiro. E seus colegas lhe linchariam, lhe acusariam de ser o chato da festa, aquele que muito se importa com frivolidades como esta mas nem liga para a primazia nacional de produzir à toas que correm atrás de uma bola e ganham milhões para fazê-lo, enquanto você rala, conserta computadores, atura usuários ignorantes que lhe pedem para instalar orkut e nem tanto assim ganha por isso.

Não entendo como você pode se importar com estas coisas. Vai mudar alguma coisa se importar com estas coisas? Alguém irá escutar seus lamentos diários diante de tais frivolidades?

Bem sabes que é um megalomaníaco ao contrário, que em seu reduto se esconde por achar todos os outros imbecis por não se importar com tais coisas. Bem sabes. E diariamente removes de ti mais uma porção de sua dita humanidade. Maldiz a tudo e todos, e nada mais és que um chato, aquele que enquanto todos se divertem, se põe a falar do fim do mundo, do fim da moral, do final dos tempos, que nunca chegam. Cada vez menos lhe levam a sério, pois o que há para ser levado a sério num hipócrita como você, que tanto se gaba de ser o diferente, assumindo uma postura superior mas convenientemente isolada, à parte dos outros?

A cada dia que passa, perdes mais e mais com isso, e bem o sabes. Achas que entendes de tudo, mas a verdade é o oposto disto. Ser inútil e orgulhoso, é o que és. E sabes disto. E ainda finges que se importa com tudo isto, que sempre se importou com tudo isto, como uma maneira de negar a si mesmo o que está diante de você no espelho arrancado da parede, que mesmo lá não estando, refletes este face que nada entende, que tudo desdenha e que tanto fala borracha, dia após dia, mês após mês, até que todos percam a paciência.

Para quê se importar? Só tens a perder, ó caro Noiado.

Não se importe. Deixes de ser o que és. Integre-se, desista. Fazes parte de toda esta merda também, não queiras te enganar. Ou será que és tão orgulhoso que prefererirás somente morto desistir de seu estúpidos, inúteis e hipócritas ideais, se é que esta alcunha pode sequer ser empregada neste caso?

Morto e sozinho, este é o futuro que almejas?

Este é o futuro que aproximarás de você, caso não desista de toda esta inútil luta. Que se aproxima, cada vez mais; enquanto perdes amigos, ganhas fama de chato e perde sua sanidade, a morte se aproxima cada vez mais, a cada dia, a cada momento.

É isto que queres?

É isto que realmente tem alguma importância para você?