segunda-feira, 19 de abril de 2010

Resumo findsmanal.

Pisco e repisco os olhos, mas o sono não me abandona. O sono e o cansaço. Presumo que seja até, de certa forma, um bom sinal para o começo da semana. Começar a semana cansado talvez seja um indicativo que o final de semana esteve bão.

E esteve. Felizmente, esteve. Muitas coisas boas se processaram durante o final de semana, todas relacionadas ao âmbito musical, eu diria.

Tudo começou na sexta feira, data em que tivemos a sorte de nossa cidade ou imensa roça asfaltada ter sido inclusa na rota de shows da turnê 2010 da banda inglesa denominada Placebo. Confesso não ser o mais inveterado fã da banda, mas mesmo assim, gosto dela o suficiente para justificar gastar uma considerável quantia de dinheiro no ingresso inteiro para o show. É muito raro termos algum show de renome em nossa esquecida capital, e não poderia recusar tal oportunidade de conferir de perto a esquisitice daqueles sujeitos estranhos que compõem tal conjunto.

Infelizmente, nos atrapalhamos à entrada do espetáculo, pois chegamos um tanto mais cedo que o previsto para o início do show em si, e ficamos de bobeira à porta do "estádio." Apenas para perceber que o show já havia começado há uns quinze minutos. Entramos correndo, e constatamos ter perdido já umas três músicas. Maldição, mas fazer o quê? Entremos e aproveitemos o resto, que ainda reservava muita coisa.

Eles tocam muito, e gostam de diferentes sonoridade e afinações, pelo que pude perceber logo de cara - Brian Molko trocava de guitarra a cada música que iam tocar. Tinham umas oito guitarras diferentes sendo cuidadas por um roadie no canto esquerdo do palco, e do outro lado um outro roadie cuidava de mais uma ruma de instrumentos que o outro bizarro baixista/guitarrista da banda usava. Felizmente o show foi executado no Chevrolet Hall, onde a sonoridade é boa, e o som da banda não virou aquela confusão sonora que caracterizam shows no mineirinho, por exemplo. Deu para identificar bem alguns timbres diferenciados dos instrumentos.

Placebo era inicialmente um trio, mas nos shows eles contam com uma turpe de assistentes sonoros, por assim dizer, que inteirou bem o som deles. O destaque principal foi a lourinha tecladista/violinista que ficava no seu cantinho, mas que roubava a cena todas as vezes que se pronunciava mais, em sonoridade e em...bem, digamos, visual. Havia um outro par de caras que alternavam em funções de baixo, guitarra e teclados adicionais.

Lamentei o fato da banda ter literalmente excluído músicas de seu repertório mais antigo, que são muito melhores que as composições mais novas, mas quem sou para ditar regras a esse povo? A galera presente curtiu muito, e, apesar de parecer que nem iria ser um show lotado, retardatários terminaram de encher bem a casa. Preocupei-me com a atitude da banda caso não houvesse quorum o suficiente, pois creio que todos nós já ouvimos falar casos de enervadas estrelinhas do rocke, que se irritam com tais picuinhas e se comportam mau, abandonando o palco mais cedo ou provocando a ira de seus fãs se comportando de maneira arrogante.

Não aconteceu. A galera estava empolgada, com a língua afiada para cantar junto com a sr. Molko, que me pareceu agradar bastante do resultado da noite de rock na roça. Eu também gostei muito do show, e depois de ter brigado um pouco com as cabeças mais altas que a minha no meio da pista, arrumei o local ideal na arquibancada direita, perto do palco. Assisti boa parte do espetáculo sentado tranquilamente, sem ninguém para me bloquear a visão. Gosto de ver os equipamentos dos operadores das cordas elétricas, e poosso afirmar que ambos os principais operadores de tais instrumentos na banda têm um arsenal de pedais impressionante.

Apreciei muito também a forma com que a banda em si tratou a audiência, sem estrelismo exacerbado e sem picuinhas. Houveram alguns discursos pertinentes da parte de Brian Molko, e rolaram os tradicionais "brigados" altamente recobertos de sotaque de sua parte. Ao término do setlist, fizeram a tradicional saída para o cigarrinho, e voltaram ao palco para fazer o bis, após terem sido conclamados pela galera em geral. Ao término de tudo, todos os integrantes se juntaram à frente do palco e se curvaram respeitosamente ao público, coisa que acho bacana; como já disse, aprecio muito as bandas que valorizam seus fãs.

Mas os aspectos musicais do final de sumana não pararam por aí. No sábado, houve sonora reunião musical em meus aposentos sotãonescos, e posso afirmar que a coisa rendeu bem. Minha parceria com minha irmã e Felipe de Mattos nunca havia sido tão proveitosa como o foi neste final de semana, onde fizemos o rearranjo musical de uma música da autoria de Felipe, e começamos a dar forma em outra da autoria de Marcela. A coisa está se mostrando promissora. Algumas das bobaginhas que criei também foram bem consideradas e correm o feliz risco de serem mais trabalhadas futuramente.

O lado negativo foi de ter-me exaurido quase completamente depois disso tudo; no sábado à noite mesmo, caí no sono antes mesmo de conseguir tomar um banho após o ensaio. Esperava eu ter forças para comparecer a um churrasco ali perto, mas só acordei às sete da matina do dia seguinte, em minhas roupas do dia anterior. E ontem fiquei o dia inteiro em estado semi-letárgico, auxiliado também por uma insistente dor de cabeça que teimou em ir embora.

Enfim, a coisa foi boa, mas nem tudo foram flores. Que seja. O resultado final foi bom o suficiente para mim. E esta semana será um pouco encurtada em relação às outras, creio eu. Amanhã mesmo terei que falhar em cá escrever, por motivos que serão mais bem apresentados posteriormente.

Aparecerei de novo na quinta feira, nesse interim, estarei eu alhures, resolvendo outra parada importante neste ano tão corrido que estamos tendo.

Até lá então...