segunda-feira, 26 de abril de 2010

CinePlex 2010: #2

Penso, penso e penso, mas não chego a lugar algum. Queria não soar mais mau-humorado que o costumeiro, mas creio ser-me impossível fazer tal façanha na data de hoje. Em verdade, não estou tão aborrecido a ponto de querer pôr fogo nas gentes às ruas, mas estou cansado, muito cansado, após um final de semana que foi bem movimentado e que exigiu de mim certa energia que aparentemente hoje está me fazendo falta.

Conforme o próprio título de hoje diz, foi registrada nesta ocasião mais uma de nossas infames reuniôes para o consumo destas iguarias tão saborosas do moderno cinema descartável, que tanto nos oferece filmes engraçadíssimos ou ao menos muito criticáveis. E criticar de maneira bem humorada juntamente com os amigos é sempre bom.

Mas este evento ocorreu de maneira bem diferente dos demais que vínhamos organizando. Fizemos desta vez um churrasco, coisa que não fazíamos desde meados de 2003 se não me engano. Estávamos evitando fazê-lo por conta de preços das carnes e do trabalho maior dispensado na tarefa de se fazer uma queimação de carnes de maneira apropriada. Logo, a parte cinéfila da reunião foi um pouco adiada para mais tarde, após o consumo das carnes.

Não sei bem se isto atrapalhou a ordem das coisas ou seja lá o que for, mas esta reunião foi das mais desanimadas que já tivemos. E de fato, não sei precisar bem o porque, se foi devido a mudança da ordem de consumo dos comestíveis ou por algum outro motivo qualquer. Algumas das pessoas da diretoria do evento só chegaram tarde da noite, quando já estávamos meio cansados devido ao esforço dispendido na duríssima tarefa de comer churrasco e beber cerveja, talvez tenha sido isto, não sei bem ao certo.

Enfim, de qualquer maneira proced comentar sobre as pérolas por nós assistidas, que foram as seguintes:

Evil Dead 3: Army of Darkness
The Dead Next Door
Slugs
Um épisodio da série "Nightmares and Dreamscapes"
Sukiyaki Western Django

Insisti que os demais cinéfilos envolvidos assistissem ao clássico definitivo do cinema trash denominado Fome Animal(Sim, meus colegas ainda nem sequer viram tal filme. É um absurdo), mas foi impossíuvel localizar legendas a tempo para a exibição do filme, que foi adiado para a próxima reunião.

Evil Dead 3 é muito inferior que os demais filmes da série, especialmente seu predecessor, que é um clássico absoluto dos filmes do gênero. A presença marcante de Bruce Campbell como Ash faz muito bem ao filme, com sua atuação a la Jim Carrey do terror, mas senti que o filme estava masi voltado para ser apenas avacalhado do que acompanhar a genialidade da série. Mesmo assim, nem de longe foi o pior filme por nós já assistido. Vale muito a pena, mas não recomendo ver este filme logo após ter visto o segundo filme da série, pois creio que a decepção será grande. Nota final: 7,5, segundo este crítico de cinema. Uhu.

Dead Next Door, que eu já conhecia via relatos de outro amigo meu sobre filmes de terror trash, que o conhecia apenas na alcunha brasileira de "A Morte", é um dos filmes mais nonsense sobre zumbis que já vi. A confusa história gira em torno de um esquadrão anti-zumbis, que agem numa época em que a invasão dos zumbis já aconteceu e é uma realidade inegável na terra, sendo que os zumbis existem por uma infestação de algum vírus. Um "doutor" de jaleco, boné branco pixado de canetinha com alguma frase estranha que nem sequer lembrei de tentar decifrar, se atrapalha tentando eliminar o vírus, de maneira que não ficou para mim bem clara se de propósito ou por inocente engano. A história é muito confusa, mas as cenas trash deste filme são superiores, devendo ser mencionadas. Não é em todo filme que podemos assistir zumbis dilacerando um cara vivo, com direito a toda aquela borrachada vermelha se esticando e aquele catchup se espalhando pelo chão, enquanto os mortos vivos de plástico chafurdam no festim diabólico do spaghetti trash. Algo assim. Recomendo muito, pelos efeitos especiais bem engraçados, e pela famosa cena da falta de sincronismo entre a granada atirada e a explosão conseguinte. Nota final: 9,0.

Slugs. Sobre este título não poderei fornecer a avaliação completa, pois não animei de assisti-lo até o final, uma vez que já estava muito cnasado quando resolveram passá-lo, e por a nossa única cópia estar devidamente dublada...em italiano. Apesar das tentativas inebriadas pela parte de Psico em tentar traduzir o filme simultaneamente, não tive energia o suficiente para ver tudo que rolava ali, mas os que resistiram até o final falaram que nem valia tanto a pena assim, uma vez que a ação do filme é arrastada e as cenas dignas de diversão serem raríssimas nele.

No dia seguinte, resolvemos assistir um episódio da mini-série "Nightmares & Dreamscapes", baseada em contos pequenos de Stephen King. O episódio por nós assistido foi bastante engajante, apesar de não ser trash o suficiente, nem de me lembrar do nome do conto. Me agradou a forma como a história foi narrada quase exclusivamente por imagens, sem ter nenhuma forma da diálogo durante a ação. A série é bem feita, e conta com estrelas internaciuonais, como Wiliiam Hurt, que interpretou o assassino de aluguel que se vê diante do contratempo de ter de enfrentar um exército vingativo...de soldados de brinquedo animados, que procuram vingar a morte de seu fabricante, executado por Hurt ao ínicio do episódio. Nota final - 9,4.

Por último, assistimos o grande vencedor do evento, em minha opinião.
Sukiyaki Western Django é um faroeste...japonês. Com a participação especial de...Quentin Tarantino.

A coisa promete, não?

Pois bem. O filme começa muito bem, com uma cena memóravel com a presença de Tarantino no melhor de sua atuação canastrona. Mas depois ele se perde numa torrente de momentos "que diabos", ou se preferirem, "WTF", para acompanhar as modernas tendências dos internetismos internetais da internet moderna dos dias de hoje contemporâneos. Absurdos visuais como pagodes e arcos japoneses no meio de típicos cenários de faroeste norte-americano, com suas áridas paisagens frequentemente contrastam a narrativa estranah do filme, que também conta com uma história meio que inexplicável entre guerras de gangues rivais dos "vermelhos" e dos "brancos", que tomam conta de uma cidade que esconde um tesouro. A fotografia do filme é atipicamente bela para um título por nós assistido em nossas reuniões. O som do filme é ótimo, com hilárias sequências em que a sonoplastia envolvida é a mais absurda possível, coisa bem inspirada em filmes de Tarantino, ao que entendi. Muito confuso é o filme, em se tratando de termos mais formais como narrativa e...mesmo lógica. Mas achei que o impacto visual e memoráveis sequências, e mesmo o absurdo envolvido em algumas cenas conseguiram torná-lo uma peça que vale a pena ser vista, nem que seja pela curiosidade em si. Eu que não costumo ser fã de westerns em geral, gostei muito do filme. Minha nota: 9,6.

Agora, cá me encontro muito cansado pelo final de semana. Visitas por vezes exigem mais de nós que esperávamos, e falo isto nem me referindo aos hilários cinéfilos que comigo lá estiveram, mas de outra visitante, proveniente das terras de meus avós, que conosco esteve de sexta para sábado. Exercitei meu inglês, que felizmente continua sendo suficiente para com estrangeiros me comunicar, e tive de dar atenção para a visitante, o que costuma cansar. É de se entender que ao término da sessão de cinema eu estivesse com imensa fadiga e imensa dor de cabeça. E olha que nem ao menos bebi nada além de uma latinha do famoso mijo enlatado nacional, que tanto agrada aos brasileiros sedentos por alcóois, por mais nefastos que estes sejam.

E hoje cá estou sozinho a administrar esta rede, e como todos sabem, é a ocasião preferida para se termos visitações de Murphy. Ele cá já esteve hoje, e deve voltar a aparecer mais vezes, pelo que estou vendo. Minutos atrás, um biziu inexplicável quase me fez perder todo este textículo que havia escrito.

Enfim, voltemos ao trabalho, que tanto urge e tanto nos chateia.