Porra.
Aquela coisa avançou para cima de mim, abrindo aquela boca nojenta, com aquela língua preta e bifurcada. E todos aqueles dentes que formavam uma serrilha afiada queriam muito arrancar algum pedaço de mim. Eu recuei, apoiando-me em minhas mãos e fazendo uma "ponte" com meu corpo.
Sei que em algum momento eu cortei minhas mãos nos inúmeros cacos de vidro que estavam espalhados pelo chão, mas estava tão "ligado" pelo excesso de adrenalina e pelo caos da situação em si que nem senti direito.
Ela avançava e rosnava. Mas que merda, não bastava esta PUTA dos infernos já ter tentado me matar afogado numa merda de box, isto não bastava?
A julgar pela cara dela, não. Ela de repente fez uma pausa e deu uma recuada com a cabeça, mas eu vi de antemão o que iria acontecer: logo em seguida ela daria um bote, feito a jararaca que ela era. E dito e feito, a vaca contraiu o pescoço e desferiu uma violenta mordida em minha perna.
Eu berrei e berrei, e me sacudi todo tentando me desvencilhar daquela coisa. E ao fazê-lo, meus dedos esbarraram em uma coisa que estava caída perto de mim.
O cano do chuveiro. Eu havia arrancado aquilo da parede, de alguma forma. E nem parei para pensar. Agarrei o treco com força, e voltei meu corpo em direção à puta louca de Hades.
Clang!
Acho que nunca empenhei tanta força física em um movimento de agressão. Senti o cano vibrar harmonicamente em minha mão, após ter acertado-a em cheio. Ela berrou, e deve ter sido de fato um berro digno das profundezas mais sinistras do inferno, pois eu escutei tal coisa em um volume relativamente alto, considerando-se que ainda me encontrava praticamente surdo devido à sessão quebra-vidros de ópera infernal.
Ela se afastou, pondo uma mão por cima da parte de sua cabeça que tinha sido atingida. E eu notei que a cadela havia arrancado um bife de minha perna. Por mais estranha e perigosa que fosse a situação, eu me dei ao luxo de sentir muita raiva no momento. E dei mais uma cacetada na fuça daquela vagabunda.
Ela berrou novamente, e recuou um pouco. Eu, no meu estado frenético e raivoso que me encontrava, achei uma porção de coisas dentro de mim que queriam muito descontar tudo que havia passado nos últimos seis meses de minha vida naquela coisa. Ela não era uma mulher: era um demônio. Eu não poderia bater em uma mulher, mas em um demônio...
Brandi o cano novamente, acertando-a em cheio no centro da testa, e outro golpe acertou-a no nariz. Estava tão cego de ódio que nem percebi direito que havia feito um senhor estrago na cara dela: o nariz estava dependurado agora, e um fluido verde escuro emanava dos ferimentos na cara daquela coisa.
Mas ela não era um ser desprovido de inteligência. E sabia bem o que fazer para me desarmar. Sabia bem uma manobra que desarmaria qualquer homem.
Tunc!
Eu travei por completo ao sentir o que senti.
Ela havia "enchido a mão". E aquelas mãos tinham garras. E eu estava pelado. Arregalei os olhos e ela sorriu de uma maneira diabólica que só ela sabia fazer, ainda mais em uma hora como aquela. Mas algo dentro de mim sabia que se eu fosse vacilar agora, eu estaria de fato muito mais fudido do que já estava.
Com alguma reserva de força escondida em algum local obscuro dentro de mim, encontrei energia o suficiente para erguer o cano novamente, e desci ele com toda a força que consegui fazer. Não mirei, evidentemente, pois nem tive tempo para pensar direito.
Acertei o braço dela em cheio, e pude sentir o rumor dos ossos lá dentro se quebrando, ao mesmo tempo que senti um alívio imediato naquele lugar que ela havia me "capturado". Não olhei para o local, entretanto. Eu ainda sentia dor, e não queria ver o que aquelas garras haviam feito ali. Bati e bati e bati, Desferi tantos golpes quanto podia.
Ela cambaleava e berrava, e me dava unhadas, que eu sentia rasgando minha pele. Eu já estava esbaforido, e sentia-me terrivelmente tonto agora. Ela cambaleava, mas não tombava. Quando eu parei de golpear a cretina por um segundo para tomar fôlego, ela reergueu a cabeça, e pude ver que eu havia feito uma senhora cirurgia plástica na cara daquela coisa. Estava ainda mais feia que o de costume.
Mas nem parecia estar sentindo muito, apesar de que seu braço esquerdo agora contava com um antebraço de borracha dependurado. Ela sorriu novamente, mostrando algumas falhas na fileira de dentes agora. Eu havia feito um serviço de ortodontia bom também naquela mandíbula. Seus olhos brilharam.
E eu tive uma idéia instantânea e arriscada.
Virei o cano e minha mão, deixando a parte retorcida e quebrada - afiada - da rosca virada para a frente...
Senti o rumor mais nojento de minha vida ao enfiar o cano num dos olhos da criatura.
Repita a operação no outro olho. NÃO deixe o cano para trás. Não abandone sua única arma.
Agora ela berrou com vontade, e eu aproveitei para dar um senhor chute nos peitos daquela merda. Ela caiu para trás e eu nem pensei duas vezes; girei nos calcanhares e disparei em direção ao corredor que havia se fundido ao banheiro. Aquele mesmo corredor recoberto de vermelho com inúmeras portas.
Avancei correndo rumo à escuridão dali....mas sabia que ela estava logo atrás de mim.
Aquela coisa avançou para cima de mim, abrindo aquela boca nojenta, com aquela língua preta e bifurcada. E todos aqueles dentes que formavam uma serrilha afiada queriam muito arrancar algum pedaço de mim. Eu recuei, apoiando-me em minhas mãos e fazendo uma "ponte" com meu corpo.
Sei que em algum momento eu cortei minhas mãos nos inúmeros cacos de vidro que estavam espalhados pelo chão, mas estava tão "ligado" pelo excesso de adrenalina e pelo caos da situação em si que nem senti direito.
Ela avançava e rosnava. Mas que merda, não bastava esta PUTA dos infernos já ter tentado me matar afogado numa merda de box, isto não bastava?
A julgar pela cara dela, não. Ela de repente fez uma pausa e deu uma recuada com a cabeça, mas eu vi de antemão o que iria acontecer: logo em seguida ela daria um bote, feito a jararaca que ela era. E dito e feito, a vaca contraiu o pescoço e desferiu uma violenta mordida em minha perna.
Eu berrei e berrei, e me sacudi todo tentando me desvencilhar daquela coisa. E ao fazê-lo, meus dedos esbarraram em uma coisa que estava caída perto de mim.
O cano do chuveiro. Eu havia arrancado aquilo da parede, de alguma forma. E nem parei para pensar. Agarrei o treco com força, e voltei meu corpo em direção à puta louca de Hades.
Clang!
Acho que nunca empenhei tanta força física em um movimento de agressão. Senti o cano vibrar harmonicamente em minha mão, após ter acertado-a em cheio. Ela berrou, e deve ter sido de fato um berro digno das profundezas mais sinistras do inferno, pois eu escutei tal coisa em um volume relativamente alto, considerando-se que ainda me encontrava praticamente surdo devido à sessão quebra-vidros de ópera infernal.
Ela se afastou, pondo uma mão por cima da parte de sua cabeça que tinha sido atingida. E eu notei que a cadela havia arrancado um bife de minha perna. Por mais estranha e perigosa que fosse a situação, eu me dei ao luxo de sentir muita raiva no momento. E dei mais uma cacetada na fuça daquela vagabunda.
Ela berrou novamente, e recuou um pouco. Eu, no meu estado frenético e raivoso que me encontrava, achei uma porção de coisas dentro de mim que queriam muito descontar tudo que havia passado nos últimos seis meses de minha vida naquela coisa. Ela não era uma mulher: era um demônio. Eu não poderia bater em uma mulher, mas em um demônio...
Brandi o cano novamente, acertando-a em cheio no centro da testa, e outro golpe acertou-a no nariz. Estava tão cego de ódio que nem percebi direito que havia feito um senhor estrago na cara dela: o nariz estava dependurado agora, e um fluido verde escuro emanava dos ferimentos na cara daquela coisa.
Mas ela não era um ser desprovido de inteligência. E sabia bem o que fazer para me desarmar. Sabia bem uma manobra que desarmaria qualquer homem.
Tunc!
Eu travei por completo ao sentir o que senti.
Ela havia "enchido a mão". E aquelas mãos tinham garras. E eu estava pelado. Arregalei os olhos e ela sorriu de uma maneira diabólica que só ela sabia fazer, ainda mais em uma hora como aquela. Mas algo dentro de mim sabia que se eu fosse vacilar agora, eu estaria de fato muito mais fudido do que já estava.
Com alguma reserva de força escondida em algum local obscuro dentro de mim, encontrei energia o suficiente para erguer o cano novamente, e desci ele com toda a força que consegui fazer. Não mirei, evidentemente, pois nem tive tempo para pensar direito.
Acertei o braço dela em cheio, e pude sentir o rumor dos ossos lá dentro se quebrando, ao mesmo tempo que senti um alívio imediato naquele lugar que ela havia me "capturado". Não olhei para o local, entretanto. Eu ainda sentia dor, e não queria ver o que aquelas garras haviam feito ali. Bati e bati e bati, Desferi tantos golpes quanto podia.
Ela cambaleava e berrava, e me dava unhadas, que eu sentia rasgando minha pele. Eu já estava esbaforido, e sentia-me terrivelmente tonto agora. Ela cambaleava, mas não tombava. Quando eu parei de golpear a cretina por um segundo para tomar fôlego, ela reergueu a cabeça, e pude ver que eu havia feito uma senhora cirurgia plástica na cara daquela coisa. Estava ainda mais feia que o de costume.
Mas nem parecia estar sentindo muito, apesar de que seu braço esquerdo agora contava com um antebraço de borracha dependurado. Ela sorriu novamente, mostrando algumas falhas na fileira de dentes agora. Eu havia feito um serviço de ortodontia bom também naquela mandíbula. Seus olhos brilharam.
E eu tive uma idéia instantânea e arriscada.
Virei o cano e minha mão, deixando a parte retorcida e quebrada - afiada - da rosca virada para a frente...
Senti o rumor mais nojento de minha vida ao enfiar o cano num dos olhos da criatura.
Repita a operação no outro olho. NÃO deixe o cano para trás. Não abandone sua única arma.
Agora ela berrou com vontade, e eu aproveitei para dar um senhor chute nos peitos daquela merda. Ela caiu para trás e eu nem pensei duas vezes; girei nos calcanhares e disparei em direção ao corredor que havia se fundido ao banheiro. Aquele mesmo corredor recoberto de vermelho com inúmeras portas.
Avancei correndo rumo à escuridão dali....mas sabia que ela estava logo atrás de mim.