Nem mais me importo em tentar registrar aqui mais nada sobre a passagem do tempo. O que é o tempo, por aqui, se não uma sucessão de claro e escuro? Dia e noite. E ninguém, absolutamnete ninguém.
Lembrei-me ironicamente do tal questionário para se entrar neste tipo de porjeto. Por mais que a coisa estivesse planejada de durar algumas semanas, talvez uns poucos meses, o tempo aqui teve relevência. Para me anular, me transformar no último cara vivo neste deserto que se tornou este planeta, esta cidade, não sei.
Dizia o pré-requisito para o programa, que queriam pessoas descompromissadas, com pouco vínculo familiar, afetivo, com outras pessoas. Lá fui eu, quebrado e fudido, "quando você está na lama, ninguém lhe quer." Quem sabe se, depois de todo este processo, eu iria conseguir ter um dinheiro a mais. Para me sentir menos lixo, mais humano. Mais digno de sobreviver, de manter, uma vida no mundo. Amparar alguém, constituir famíla, etc. Ao invés de apenas me consumir em minha inexistência.
Agora, vejo todo este amontoado de detritos ao meu redor, e muito me pasmo em perceber que pouca coisa mudou em minha existência. Eu continuo sendo o mesmo cara sem amigos, sem família, sem ninguém, que eu era antes de embarcar naquela canoa furada de projeto.
Fui dormir não tendo nada, acordei na mesma, senão pior que dantes. Além de não ter nada, não ter ninguém agora era apenas um reflexo da realidade de ser o último, o que ficou para trás.
O que aconteceu por aqui, não sei, não creio que irei descobrir. Mas a verdade é que estou cada vez mais e mais louco, tendo alucinações já. às vezes penso ter visto a tal árvore branca, numa imensa cratera, mas dois dias depois, nem sombra da coisa eu vejo. A tal praça do quearto secreto num prédio adjacente? Nem sinal, nunca mais.
E no entanto, meus auxiliares para um bom sono, os álcoois e os cigarros, lá estão em algum lugar da zona de meus recintos, sem que eu nem saiba onde estão, nem ao menos saiba como eles não acabam.
Estou ficando doido, mesmo.
Em outras andanças por estes dias, voltei a encontrar os tais papelinhos amarelecidos pelo tempo, com garranchos ininteligíveis, espalhados por aí. Agora, eu fiquei encucado uns dias quando voltei a encointrar tais coisas, mas depois de uns dois dias matutanto, eu descobri o que estava acontecendo.
Mais um reflexo de minha iminente loucura. Descobri que tais papéis saíram de meus próprios pertences...de alguns blocos de papel que estavam armazenados no fundão de minhas coisas. Resolvi investigar e descobri que alguns deles tinham páginas arrancadas. Apanhando estas páginas que encontrei em meio aos escombros, eu verifiquei que todos eles se encaixavam perfeitamente naos canhotos restantes nos blocos por mim esquecidos.
Ou seja, eu estive arrancando estas páginas, escrevendo toda aquela miríade de coisas inúteis ali, e sonambulei por ali, espalhando estas coisas ao meu redor, como se fosse um joguinho. Uma distração. Sonâmbulo. Que maravilha.
Os dias e dias passam sem que eu nem ao menos perceba. Em minhas semans iniciais por aqui, eu tentei de todas as formas lutar contra a barba que ia crescendo em minha cara, queria me manter limpo, asseado. Queria manter um registro de tudo, ser racional.
Para quê? Para quem? Para mim? Eu, que não era nada antes, e agora sou o nada absoluto?
Para quê? Para quê? Para quê? Para quê?
Somente o uivo do vento me responde.
Até quando?
Lembrei-me ironicamente do tal questionário para se entrar neste tipo de porjeto. Por mais que a coisa estivesse planejada de durar algumas semanas, talvez uns poucos meses, o tempo aqui teve relevência. Para me anular, me transformar no último cara vivo neste deserto que se tornou este planeta, esta cidade, não sei.
Dizia o pré-requisito para o programa, que queriam pessoas descompromissadas, com pouco vínculo familiar, afetivo, com outras pessoas. Lá fui eu, quebrado e fudido, "quando você está na lama, ninguém lhe quer." Quem sabe se, depois de todo este processo, eu iria conseguir ter um dinheiro a mais. Para me sentir menos lixo, mais humano. Mais digno de sobreviver, de manter, uma vida no mundo. Amparar alguém, constituir famíla, etc. Ao invés de apenas me consumir em minha inexistência.
Agora, vejo todo este amontoado de detritos ao meu redor, e muito me pasmo em perceber que pouca coisa mudou em minha existência. Eu continuo sendo o mesmo cara sem amigos, sem família, sem ninguém, que eu era antes de embarcar naquela canoa furada de projeto.
Fui dormir não tendo nada, acordei na mesma, senão pior que dantes. Além de não ter nada, não ter ninguém agora era apenas um reflexo da realidade de ser o último, o que ficou para trás.
O que aconteceu por aqui, não sei, não creio que irei descobrir. Mas a verdade é que estou cada vez mais e mais louco, tendo alucinações já. às vezes penso ter visto a tal árvore branca, numa imensa cratera, mas dois dias depois, nem sombra da coisa eu vejo. A tal praça do quearto secreto num prédio adjacente? Nem sinal, nunca mais.
E no entanto, meus auxiliares para um bom sono, os álcoois e os cigarros, lá estão em algum lugar da zona de meus recintos, sem que eu nem saiba onde estão, nem ao menos saiba como eles não acabam.
Estou ficando doido, mesmo.
Em outras andanças por estes dias, voltei a encontrar os tais papelinhos amarelecidos pelo tempo, com garranchos ininteligíveis, espalhados por aí. Agora, eu fiquei encucado uns dias quando voltei a encointrar tais coisas, mas depois de uns dois dias matutanto, eu descobri o que estava acontecendo.
Mais um reflexo de minha iminente loucura. Descobri que tais papéis saíram de meus próprios pertences...de alguns blocos de papel que estavam armazenados no fundão de minhas coisas. Resolvi investigar e descobri que alguns deles tinham páginas arrancadas. Apanhando estas páginas que encontrei em meio aos escombros, eu verifiquei que todos eles se encaixavam perfeitamente naos canhotos restantes nos blocos por mim esquecidos.
Ou seja, eu estive arrancando estas páginas, escrevendo toda aquela miríade de coisas inúteis ali, e sonambulei por ali, espalhando estas coisas ao meu redor, como se fosse um joguinho. Uma distração. Sonâmbulo. Que maravilha.
Os dias e dias passam sem que eu nem ao menos perceba. Em minhas semans iniciais por aqui, eu tentei de todas as formas lutar contra a barba que ia crescendo em minha cara, queria me manter limpo, asseado. Queria manter um registro de tudo, ser racional.
Para quê? Para quem? Para mim? Eu, que não era nada antes, e agora sou o nada absoluto?
Para quê? Para quê? Para quê? Para quê?
Somente o uivo do vento me responde.
Até quando?