quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Preguiça.

Eu olho, eu olho e olho e nada de muito útil sai. Daqui, de dentro desta cachola.

O dia está estranho. Não apenas pelo fato de ter eu presenciado uma fila quase indiana de quatro ônibus de minha linha dirigidos à "Garagem". Não conheço este bairro, mas deve ser tão infame quanto os outros atendidos pela mesma linha. Ou algo assim. Que é normal, eu sei que não é, um comboio de tais gigantes aparataso de público transporte sairem todos em seguida para os redutos da Garagem, quer seja onde lá ela esteja.

A verdade é que tenho preguiça hoje, muita preguiça. Não sei bem precisar por que exatamente a tenho, uma vez que estive a passar por uma semana de quase infinito relax(preguiça de adulto, assim me disseram quando tinha algo entre dez e doze anos) e ontem à noite fui dormir relativamente cedo. Ao menos eu acho que estava ainda cedo, nem me lembrei de ver as horas.

Hoj, eu tenho essa sensação nítida que tudo não vale muito a pena, ou ao menos não vale muito o esforço. Tenho quase certeza que todos já vivenciaram sensação semelhante nalgum momento de suas vidas. E infelizmente, não é em relação somente às coisas que não deveriam ser obrigatórias mas são, como assuntos de emprego, assuntos médicos, compromissos diversos alhures, pessoas que requisitam nossa presença em outras paragens, e por aí vai.

Não, a preguiça que falo é universal, e serve para todo e qualquer assunto, seja ou não ele de suma importância ou seja ele uma banalidade qualquer. É aquela coisa típica de segundas feiras pela manhã; eu que sou muito fã de segundas feiras, posso bem dizer que sei o que é isso. Eu diria até que sou um fão das segundas feiras, conforme já devo ter transparecido aqui eventualmente. Mas a comparação é válida, pois acredito que a sensação de "fudeu, é segunda" que nos arrebata em tais manhãs é um excelente exemplo audiovisual de como é a sensação da mais absoluta preguiça, da mais unânime falta de ânimo para fazer toda e qualquer atividade, por menor que seja.

E essa sensação é muito ruim, pois existe um outro dito acerca da preguiça que é bem verdadeiro: ela é a mãe de todos os vícios. Algum engraçadinho e/ou leitor de Quino dirá que é necessário respeitar uma mãe. Ah ha ha. Cretinices à parte, a comparação materna é válida, pois ficar à toa parece gerar ainda mais atoísmo, mais vontade de fazer porra nenhuma. Andei pensando muito sobre isto estes dias, e cheguei à conclusão que grande parte das coisas que me incomodam, grandes problemas que tanto faço alarde aqui e aos inocentes ouvidos de quem quer queira se aventurar a ser meu ouvinte em tais momentos, a grande maioria deles são causados por absoluta preguiça em tentar resolvê-los. Le se passer, como diriam alguns franceses. Certo, eles escreveriam a frase correctamente, mas isso não vem ao caso.

É uma coisa muito ruim ser vítima de tal agrura, uma vez que o comodismo vai tomando conta, e o processo é lento e gradual. Quando você menos espera, alguns anos se passaram, e você tá na mesma. Mesmo sabendo que poderia estar diferente.

O maior problema, parece envolver certas partes da cinemática. Lembram-se disso? Da cinemática? Física? Pois é. Vencer a preguiça envolve vencer um certo princípio da tal cinemática: vencer a inércia. Pois, um corpo em repouso tende a permanecer em repouso até que algo faça ele sair desse repouso.

O lado positivo é que segundo tal física, o mesmo corpo quando está em movimento tende a permanecer no movimento até que algo o pare. Algo assim, não é? Não me lembro direito, pois se tem uma coisa que me lembro bem a respeito de física é que eu era péssimo em cinemática e detestava esta parte da matéria.

Mas, como ia dizendo, é necessário vencer tal "barreira", romper tal inércia. E deve ser feito o quanto antes melhor. O importante é dar o tal primeiro passo, segundo dizem outros.

E, infelizmente, percebo que aqui já gastei mais tempo que deveria, uma vez que hoje o dia é de trabalho propriamente dito, e devo proceder de tal maneira, mesmo não se tendo muito o que fazer por aqui. Ai ai, aqui é um péssimo local de combate a esta tal preguiça, a meu ver.

Vejamos o que se sucede.