terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Brigaris familiaris et humanum est.

Estes dias estão estranhos, e nem sei direito precisar por que. Algo parece que acontece, mas na surdina, como se uma criatura me observasse e estivesse esgueirando-se para dar um bote. Deve ser a paranóia de ser vivo enquanto noiado num sótão.

Ou Talvez simplesmente o fato que as coisas não andam muito bem no âmbito dos relacionamentos caseiros, ou seja, brigas em casa. Brigas daquelas bobas mesmo, daquelas típicas de qualquer família que se preze ao redor do planeta. Coisas que acontece com todo mundo, mas que sabe apanhar-nos pelo ponto fraco.

Este tipo de briga pode gerar muito dissabor na vida de uma pessoa: pois são as pessoas que, supostamente, mais te conhecem no mundo que estão caçando confusão. Elas sabem onde atacar, como atacar, o que falar....Elas sabem quase tudo sobre você.

Justo; teoricamente, sabemos tanto quanto elas. E sabemos como evitar tais confrontos, mas acontece que, por vezes, não o fazemos. Deixamos as injúrias correrem soltas, os ânimos se exaltarem e o circo pegar fogo. Brigas em família podem ser das mais massacrantes que se tem notícia. Eu já assisti diversas, de minha e de outras famílias. E por vezes fiquei achando que pudesse sair até uma morte no confronto que se seguia.

E por vezes me pergunto, por que nos deixamos abater pelo orgulho, pela soberba, seja lá por qual motivo, e deixamos nosso lado negativo tomar conta nestas horas? Sabemos que estamos errados, sem razão, ou simplesmente sabemos o que deveríamos fazer para evitar que o confronto se eleve ao baixo escalão, às vias de fato.

Certo. Digo isto com um pouco de auto-crítica, pois vivo fazendo tal coisa nas brigas de casa - ou sei que estou errado e continuo a expurgar injúrias descabidas boca afora, ou simplesmente sei como deveria agir para evitar que tal pessoa se irrite comigo diante de uma besteira qualquer que acontece em casa.

Entretanto, sempre que chego a tais constatações, eu me pergunto se é assim com todos, com os outros. Porque por vezes achamos - ou acho - que o problema é só nosso, "ah que só acontece comigo", e quejandos. E como sempre, a vida tem me provado que estou errado, que sou errado, para variar.

Mas nem é preciso pensar muito para se chegar a tal conclusão, não é verdade? Ainda assim me pergunto quantas pessoas pensam de maneira semelhante à meu modus operandi em si; pois me parece que existem pessoas que sabem que estão agindo erradas mas continuam agindo assim, não por teimosia, não por querer impor e provar sua força, mas pela simples maldade, pelo prazer de infilingir desconforto à seu oponente. Existem pessoas que fazem disto um divertimento, uma forma doentia de recreação, por assim dizer.

Aposto que alguuém por aí já viu isto de perto, e não somente em brigas familiares, mas nos relacionamentos comuns que estamos todos sujeitos em nosso dia a dia. Gente que gosta de brigar, de provocar a ira nos outros. Às vezes só para ver a reação de alguém, eles pisam justamente no calo da pessoa. Eu vejo muito isto de perto, e posso dizer que acho no mínimo esquisito, mesmo doentio alguém se portar assim.

E geralmente o que acontece é que eu atraio este tipo de gente, parece mesmo que uma relação yin-yang do universo, por assim dizer. E acho isto muito ruim. Pois me afeta, e muito. Eu gostaria de ser mais blindado a este tipo de pessoa, mas não sou tão eficaz contra seus ataques desta forma.

Talvez seja realmente algum ser sarcástico querendo me educar da forma reversa, como uma terapia de choque: por estes dias me disseram que preciso de ser submetido a este tipo de terapia mais vezes, para me tornar mais resistente.

Não sei. O que eu sei é que isto tudo me cansa, por vezes.

Assim como a contabilidade de numerários alheios, que teimam em surgir em minha mesa, não sei por quê. Um absurdo! Até parece que sou contador.

Talvez seja a vida me treinando a ser um contador, não é? Ah ha ha.

A terça está apenas começando. Vejamos o que vem em seguida....