Quando o assunto não-lamurioso nosso(meu) de cada dia se torna em demasia resmungão, é hora de escarafunchar "as memória" da gente em busca de causos menos chatos e mais interessantes, não é verdade? Bem, vou aproveitar aqui o gancho mental instigado pela conversa de pé de mesa ali da copa desta repartição não-pública porém púbica.
Me lembraram de épocas remotas, em que este ser que escreve ainda estava cursando a afamada biologia, no passado ano de 1997. Eu tinha acabado de entrar no maravilhoso mundo novo da primeira faculdade, onde tudo é novo e belo, e as expectativas e perspectivas são muitas. Lógico, eu era apenas um calouro: o lado negro eu iria descobrir no decorrer dos acontecimentos.
Mas enfim. A grade curricular do curso na época abrangia logo de cara, no primeiro período, aulas de Anatomia Humana Básica. Sempre houve muito burburinhos sobre tal disciplina, histórias do arco da velha, por assim dizer. Diziam que os cadáveres estavam ali há mais de trinta anos, que era a coisa mais nojenta do universo, e por aí vai.
A príncipio, tudo que me lembro é de ter ficado apreensivo de ter que lidar com gente morta. Não é uma coisa legal, mesmo. Mas não foi tão terrível assim. Primeiramente, tivemos aulas sobre esqueleto, e todos nós já havíamos visto um esqueleto inteiro montado, nada de novo, tudo na boa. Depois, foram aulas de junturas, ligamentos e quejandos; foi a primeira aula que tivemos com cadáveres de fato.
E foi estranho, muito estranho. Já havia ouvido falar do Hulk, apelido que deram para um dos cádaveres que está lá há tantos anos, e realmente foi uma visão que surpreendeu, e muito. Por mais que se ponha formol, um cadáver fica com estranha aparência depois de anos de morte. Fica cinza, e cheira muito estranho. As peças anatômicas - pedaços de corpos - em geral apresentam aspecto ainda mais deplorável que os cadáveres "inteiros".
Me lembro que nessa primeira aula eu não toquei nas peças, não as estudei de perto, de tão enojado que fiquei. Uma colega, ficou prostrada num canto e saiu mais cedo da aula, para desdém da professora. Ironicamente, alguns meses mais tarde esta mesma aluna veio a ser a monitora da disciplina, e começou a agir feito a mestra, que não usava nem luvas para manusear as peças. Blargh, por assim dizer.
A aula seguinte foi de sistema nervoso central. Cérebro. Mioooooloooooo....E eu, trajando jaleco e usando luvas, resolvi mandar às favas o nojo inicial e encher a mão de hemisférios cerebrais. Tudo que posso dizer é que são coisas frias e com tato estranho às mãos. E fedem formol, bastante. Fora isso, era como se estivesse lidando com qualquer coisa de laboratório. Creio que com meus colegas a coisa se passou de maneira semelhante. A primeira aula é traumática, mas passado esse choque inicial, fica de boa.
Mas tenho que dizer que as peças são muito estranhas, e se você parar para pensar, você sabe que a coisa é nojentona mesmo. Não obstante isso, é o que temos para realizar os estudos pertinentes À anatomia do "cerumano". E é estranho pensar que tudo aquilo que se encontra imerso em quantidades homéricas de pormol quando não estão expostos nas aulas, tudo aquilo - já foi parte de uma pessoa, que esteve andando por aí. Bizarro, de fato. A professora detestava "falta de respeito com os cadáveres", e entendo isto. Era uma pessoa, que viveu e morreu e agora serve para modelo de ensino em uma faculdade pública.
Ainda assim, houveram muitos momentos hilários em tais aulas. Lembro-me que havia uma hemi-cabeça (isto mesmo, uma cabeça serrada ao meio) que tinha um semblante que parecia que estava sempre a rir. Um de meus colegas quase desmanchou de rir quando viu aquilo, e a coisa contaminou a galera. "Risadinha" foi carinhosamente alcunhado nos pergaminhos sagrados dos estudantes de biologia daquele ano.
Agora, nada foi mais tosco que as aulas de sistema reprodutor. Vou deixar em aberto muitos dos detalhes acerca disso - já me basta ter que conviver com a memória de tais coisas. Se alguém for doentio o suficiente para ficar curioso, basta usar a imaginação. Evidentemente, houveram momentos de grande riso: assim que entramos na aula de sistema reprodutor masculino(argh), o mesmo colega que havia se desmanchado com Risadinha me abre um dos baldes de formol que haviam em cima das bancadas e me solta a seguinte pérola: "Puta merda! Aqui só tem uma sopa de piroca!" Nhé. E as peças anatômicas eram às vezes espetadas com alfinetes de cores diferenciadas, para melhor visualização de pertes específicas.
Acho que todos os homens se contorceram ao ver os tais alfinetes espetados na....no....Er, melhor deixar pra lá. Só a lembrança disso já me traz calafrios. E a aula do outro sistema reprodutor é igualmente ou ainda mais enervante. Novamente, se quiserem, usem a imaginação para visualizar as "perseguidas" mortas ali expostas, em hemi-pelves(isso mesmo) ou em cadáveres femininos inteiros. Pense nisso.
Acho melhor não.
Enfim, foram aulas muito marcantes para mim, e representaram bons momentos no curso, uma vez que foi uma das raras disciplinas não ministradas por picaretas - a professoara Karen é excelente, das melhores que tive no curso. E a disciplina era dotada de muita hilariedade também fora da parte prática. Quase me esqueci disso: a parte teórica era ministrada numa sala à parte, onde víamos a teoria ser exposta em arcaicos slides, daqueles de projetar na parete mesmo, sendo narradas na voz de um antigo conhecedor da matéria, de nome Jota D'Angelo. As fitas K7 que narravam as aulas eram salpicadas de comentários safados e sarcásticos deste cara. Todos nós rimos a valer quando ele falava do sistema reprodutor feminino, "para melhor visualização, exibimos aqui um auteêntico exemplar mais conservado de---" Aqui a Karen cortava a fita e não qause não deixava o último slide de uma mulher sexy (dos anos 70) aparecer na projeção. Eheheheh.
Enfim, sinto até saudade daquele tempo, afinal. O começo de qualquer faculdade é muito bom, ainda mais para um cara como eu...mas isto é coisa que irei explorar no pinçamento de amanhã, uma vez que o tempo passa aqui e tenho muita DIRF a digitar, muitos números a conferir e chatices do gênero. Devia ter ficado nas aulas de anatomia, mesmo. Blah.
Até amanhã então.
Me lembraram de épocas remotas, em que este ser que escreve ainda estava cursando a afamada biologia, no passado ano de 1997. Eu tinha acabado de entrar no maravilhoso mundo novo da primeira faculdade, onde tudo é novo e belo, e as expectativas e perspectivas são muitas. Lógico, eu era apenas um calouro: o lado negro eu iria descobrir no decorrer dos acontecimentos.
Mas enfim. A grade curricular do curso na época abrangia logo de cara, no primeiro período, aulas de Anatomia Humana Básica. Sempre houve muito burburinhos sobre tal disciplina, histórias do arco da velha, por assim dizer. Diziam que os cadáveres estavam ali há mais de trinta anos, que era a coisa mais nojenta do universo, e por aí vai.
A príncipio, tudo que me lembro é de ter ficado apreensivo de ter que lidar com gente morta. Não é uma coisa legal, mesmo. Mas não foi tão terrível assim. Primeiramente, tivemos aulas sobre esqueleto, e todos nós já havíamos visto um esqueleto inteiro montado, nada de novo, tudo na boa. Depois, foram aulas de junturas, ligamentos e quejandos; foi a primeira aula que tivemos com cadáveres de fato.
E foi estranho, muito estranho. Já havia ouvido falar do Hulk, apelido que deram para um dos cádaveres que está lá há tantos anos, e realmente foi uma visão que surpreendeu, e muito. Por mais que se ponha formol, um cadáver fica com estranha aparência depois de anos de morte. Fica cinza, e cheira muito estranho. As peças anatômicas - pedaços de corpos - em geral apresentam aspecto ainda mais deplorável que os cadáveres "inteiros".
Me lembro que nessa primeira aula eu não toquei nas peças, não as estudei de perto, de tão enojado que fiquei. Uma colega, ficou prostrada num canto e saiu mais cedo da aula, para desdém da professora. Ironicamente, alguns meses mais tarde esta mesma aluna veio a ser a monitora da disciplina, e começou a agir feito a mestra, que não usava nem luvas para manusear as peças. Blargh, por assim dizer.
A aula seguinte foi de sistema nervoso central. Cérebro. Mioooooloooooo....E eu, trajando jaleco e usando luvas, resolvi mandar às favas o nojo inicial e encher a mão de hemisférios cerebrais. Tudo que posso dizer é que são coisas frias e com tato estranho às mãos. E fedem formol, bastante. Fora isso, era como se estivesse lidando com qualquer coisa de laboratório. Creio que com meus colegas a coisa se passou de maneira semelhante. A primeira aula é traumática, mas passado esse choque inicial, fica de boa.
Mas tenho que dizer que as peças são muito estranhas, e se você parar para pensar, você sabe que a coisa é nojentona mesmo. Não obstante isso, é o que temos para realizar os estudos pertinentes À anatomia do "cerumano". E é estranho pensar que tudo aquilo que se encontra imerso em quantidades homéricas de pormol quando não estão expostos nas aulas, tudo aquilo - já foi parte de uma pessoa, que esteve andando por aí. Bizarro, de fato. A professora detestava "falta de respeito com os cadáveres", e entendo isto. Era uma pessoa, que viveu e morreu e agora serve para modelo de ensino em uma faculdade pública.
Ainda assim, houveram muitos momentos hilários em tais aulas. Lembro-me que havia uma hemi-cabeça (isto mesmo, uma cabeça serrada ao meio) que tinha um semblante que parecia que estava sempre a rir. Um de meus colegas quase desmanchou de rir quando viu aquilo, e a coisa contaminou a galera. "Risadinha" foi carinhosamente alcunhado nos pergaminhos sagrados dos estudantes de biologia daquele ano.
Agora, nada foi mais tosco que as aulas de sistema reprodutor. Vou deixar em aberto muitos dos detalhes acerca disso - já me basta ter que conviver com a memória de tais coisas. Se alguém for doentio o suficiente para ficar curioso, basta usar a imaginação. Evidentemente, houveram momentos de grande riso: assim que entramos na aula de sistema reprodutor masculino(argh), o mesmo colega que havia se desmanchado com Risadinha me abre um dos baldes de formol que haviam em cima das bancadas e me solta a seguinte pérola: "Puta merda! Aqui só tem uma sopa de piroca!" Nhé. E as peças anatômicas eram às vezes espetadas com alfinetes de cores diferenciadas, para melhor visualização de pertes específicas.
Acho que todos os homens se contorceram ao ver os tais alfinetes espetados na....no....Er, melhor deixar pra lá. Só a lembrança disso já me traz calafrios. E a aula do outro sistema reprodutor é igualmente ou ainda mais enervante. Novamente, se quiserem, usem a imaginação para visualizar as "perseguidas" mortas ali expostas, em hemi-pelves(isso mesmo) ou em cadáveres femininos inteiros. Pense nisso.
Acho melhor não.
Enfim, foram aulas muito marcantes para mim, e representaram bons momentos no curso, uma vez que foi uma das raras disciplinas não ministradas por picaretas - a professoara Karen é excelente, das melhores que tive no curso. E a disciplina era dotada de muita hilariedade também fora da parte prática. Quase me esqueci disso: a parte teórica era ministrada numa sala à parte, onde víamos a teoria ser exposta em arcaicos slides, daqueles de projetar na parete mesmo, sendo narradas na voz de um antigo conhecedor da matéria, de nome Jota D'Angelo. As fitas K7 que narravam as aulas eram salpicadas de comentários safados e sarcásticos deste cara. Todos nós rimos a valer quando ele falava do sistema reprodutor feminino, "para melhor visualização, exibimos aqui um auteêntico exemplar mais conservado de---" Aqui a Karen cortava a fita e não qause não deixava o último slide de uma mulher sexy (dos anos 70) aparecer na projeção. Eheheheh.
Enfim, sinto até saudade daquele tempo, afinal. O começo de qualquer faculdade é muito bom, ainda mais para um cara como eu...mas isto é coisa que irei explorar no pinçamento de amanhã, uma vez que o tempo passa aqui e tenho muita DIRF a digitar, muitos números a conferir e chatices do gênero. Devia ter ficado nas aulas de anatomia, mesmo. Blah.
Até amanhã então.