Putz. Tem dias que parece que a gente precisa de pegar no tranco, de fato. Cheguei aqui e fazem uns seis minutos que estou prostrado na cadeira, esperando o computador ligar, esperando o café chegar. Este é meu tranco, o cafééééééééééééé........Que ainda não chegou. Enfim, o tempo ruge, a DIRF deve ser digitada - cruel destino saber quanto todos na empresa ganham, e quantos ganham mais que você - e a "crônica" deve ser inventada. Senão vejamos.
Bem, dizia eu a respeito da época remota do final dos anos 90 e início dos....er, como se chama essa budega que passou? A década de zero? Enfim, de 1997 a 2002 eu cursei a tal da biologia, e conforme muitos já sabem, deu meio ou tudo errado - o fato de um biológo estar trabalhando com contabilidade indica que algo deu errado, não acham?
Mas, me lembro de um dia, acho que no penúltimo semestre do curso, eu voltava para casa em companhia de outro colega, - este muito memorável, por sinal - Leandro Malvadeza, como era apelidado, para que fizéssemos um trabalho qualquer do maravilhoso reino da FAE de conta. Encontramos no busão um tio meu, que reside na rua acima à minha. Como é de praxe, eu e Leandro reclamávamos da porra da faculdade, que era uma bosta, que esse trabalho não servia para nada e que estávamos mesmo doidos para que tudo aquilo acabasse. Ah, o tal trabalho que iríamos fazer em minha casa era a tal da monografia(em dupla) para encerramento das aulas na FAE de conta.
Meu tio, que por vezes tem seus repentes de sábio da montanha, riu e disse, "vocês irão sentir falta disso quando acabar, vocês verão."
Não levou muito tempo para que eu verificasse a veracidade desta afirmação. Mesmo enquanto escrevo estas maltraçadas, sinto saudade daquele tempo. Se teve uma coisa que eu realmente sinto falta daquela época é do convívio com toda aquela galera que esteve comigo no curso. Bem, não toda, evidentemente, pois malas existem em todas as partes do universo, mas as pessoas bacanas com quem convivi durante aquele curso, bem...elas fazem falta de fato.
Foi muito estranho para mim, este tímido incorrigível que sou, adentrar em um universo como a faculdade. Eu havia cursado boa parte de minha vida escolar em uma hedionda escola privada daqui de BH, a saber, o Colégio Nazista Dão Silvério. E até então tudo que eu conhecia a respeito de convívio em escola era que eu deveria tolerar os idiotas filhinhos de papai que lá existiam, de prefêrencia calado. Eu sempre me dava mal ali - era discriminado por não andar com "roupa de marca", era alvo fácil de zoações, dado minha natureza facilmente irritável na época, era um gordo branquelo e cabeludo, com óculos de fundo de garrafa, enfim.
Daquele convívio forçado com aquele tipo de gente eu só carreguei más lembranças, e quase cheguei a acreditar que toda a culpa de ser alvo daquela gente era porque de fato eu devia ser um cara muito estranho, muito feio, muito idiota, sei lá. Das pessoas que convivi ali, somente uma delas até hoje tenho contato e chamo de amigo, e um excelente amigo, por sinal. Dos melhores que já tive na vida. O resto, bem...
Estava bem apreensivo quando entrei na faculdade. Tímido do jeito que sou, estava literalmente num mato sem cachorro, "eu não conheço ninguém!" Mas, tive uma excelente surpresa ali. Não estava fadado a ser sempre o estranho, sempre o discriminado da turma. Haviam pessoas legais ali, e mesmo muitas. Me enturmei logo de cara, coisa que na época me deixou meio que perplexo. Não era mais o alvo, o estranho, o esquisito. Eu era mais um dos estranhos, mais um esquisito. Era simplesmente mais um. E todas as pessoas são esquisitas, de uma forma ou de outra. Não tive nenhuma saudade do pessoal do colégio.
Na faculdade, eu me embasbaquei com o tanto que me diverti com a turma, com o tanto que gostava de ir para as aulas lá na casa do caralho que é aquele campus, porque sabia que iria me divertir. Encontrar a galera! Rir a não mais poder!
Foram as pessoas que ali encontrei que me fizeram ficar no curso até o final. Foi o convívio com toda aquela gente que me fez segurar a onda de não mandar tudo às favas. Eu não tive uma boa expêriencia no curso no aspecto profissional em si, confomre dito e visto, mas....De fato, sinto falta daquele convívio, daquela vivência.
Até hoje me pergunto o que houve de errado no colégio, se eram eles mesmo ou se havia algo em mim que precisava ser mudado. Lembro-me que só consegui achar uma certa paz no final do segundo grau. Antes, eu só vivenciava o inferno diário ali. Ao passo que na faculdade, o que me frustrava, o que me irritava, era o curso em si, e não as pessoas com quem tinha que conviver ali.
Até hoje me pergunto se aquelas pessoas daquele colégio eram todas estranhas. Porque fora dali eu só encontrei gente mais normal. Gente que não ficava esperando você abrir a boca para imediatamente te encher o saco. Não sei o que é feito da maioria daquelas pessoas, pois quase nunca mais vi nenhuma delas. Mas, eu gostaria de saber, por vezes.
Em mais de dez anos de aulas quase diárias, eu só conservei UM amigo. Uma pessoa no meio de, sei lá, quase quatro mil? Não me parece ser uma boa estatística. E da faculdade, eu tenho contato com várias pessoas ainda, e as considero amigos.
Essas pessoas do colégio, se eram de fato tão insuportáveis, o que fazem hoje? Como convivem com outras pessoas?
Indagações que permanecerão sem resposta, creio eu. Mas enfim, dane-se também. É sexta, e hoje mesmo talvez eu vá ter com amigos da faculdade em uma possível confraternização. Não quero pensar naqueles que não são e nem nunca serão parte de minha vida, não mais.
Que venha o final de semana. Que todos encontrem seus amigos e se divirtam.
Bem, dizia eu a respeito da época remota do final dos anos 90 e início dos....er, como se chama essa budega que passou? A década de zero? Enfim, de 1997 a 2002 eu cursei a tal da biologia, e conforme muitos já sabem, deu meio ou tudo errado - o fato de um biológo estar trabalhando com contabilidade indica que algo deu errado, não acham?
Mas, me lembro de um dia, acho que no penúltimo semestre do curso, eu voltava para casa em companhia de outro colega, - este muito memorável, por sinal - Leandro Malvadeza, como era apelidado, para que fizéssemos um trabalho qualquer do maravilhoso reino da FAE de conta. Encontramos no busão um tio meu, que reside na rua acima à minha. Como é de praxe, eu e Leandro reclamávamos da porra da faculdade, que era uma bosta, que esse trabalho não servia para nada e que estávamos mesmo doidos para que tudo aquilo acabasse. Ah, o tal trabalho que iríamos fazer em minha casa era a tal da monografia(em dupla) para encerramento das aulas na FAE de conta.
Meu tio, que por vezes tem seus repentes de sábio da montanha, riu e disse, "vocês irão sentir falta disso quando acabar, vocês verão."
Não levou muito tempo para que eu verificasse a veracidade desta afirmação. Mesmo enquanto escrevo estas maltraçadas, sinto saudade daquele tempo. Se teve uma coisa que eu realmente sinto falta daquela época é do convívio com toda aquela galera que esteve comigo no curso. Bem, não toda, evidentemente, pois malas existem em todas as partes do universo, mas as pessoas bacanas com quem convivi durante aquele curso, bem...elas fazem falta de fato.
Foi muito estranho para mim, este tímido incorrigível que sou, adentrar em um universo como a faculdade. Eu havia cursado boa parte de minha vida escolar em uma hedionda escola privada daqui de BH, a saber, o Colégio Nazista Dão Silvério. E até então tudo que eu conhecia a respeito de convívio em escola era que eu deveria tolerar os idiotas filhinhos de papai que lá existiam, de prefêrencia calado. Eu sempre me dava mal ali - era discriminado por não andar com "roupa de marca", era alvo fácil de zoações, dado minha natureza facilmente irritável na época, era um gordo branquelo e cabeludo, com óculos de fundo de garrafa, enfim.
Daquele convívio forçado com aquele tipo de gente eu só carreguei más lembranças, e quase cheguei a acreditar que toda a culpa de ser alvo daquela gente era porque de fato eu devia ser um cara muito estranho, muito feio, muito idiota, sei lá. Das pessoas que convivi ali, somente uma delas até hoje tenho contato e chamo de amigo, e um excelente amigo, por sinal. Dos melhores que já tive na vida. O resto, bem...
Estava bem apreensivo quando entrei na faculdade. Tímido do jeito que sou, estava literalmente num mato sem cachorro, "eu não conheço ninguém!" Mas, tive uma excelente surpresa ali. Não estava fadado a ser sempre o estranho, sempre o discriminado da turma. Haviam pessoas legais ali, e mesmo muitas. Me enturmei logo de cara, coisa que na época me deixou meio que perplexo. Não era mais o alvo, o estranho, o esquisito. Eu era mais um dos estranhos, mais um esquisito. Era simplesmente mais um. E todas as pessoas são esquisitas, de uma forma ou de outra. Não tive nenhuma saudade do pessoal do colégio.
Na faculdade, eu me embasbaquei com o tanto que me diverti com a turma, com o tanto que gostava de ir para as aulas lá na casa do caralho que é aquele campus, porque sabia que iria me divertir. Encontrar a galera! Rir a não mais poder!
Foram as pessoas que ali encontrei que me fizeram ficar no curso até o final. Foi o convívio com toda aquela gente que me fez segurar a onda de não mandar tudo às favas. Eu não tive uma boa expêriencia no curso no aspecto profissional em si, confomre dito e visto, mas....De fato, sinto falta daquele convívio, daquela vivência.
Até hoje me pergunto o que houve de errado no colégio, se eram eles mesmo ou se havia algo em mim que precisava ser mudado. Lembro-me que só consegui achar uma certa paz no final do segundo grau. Antes, eu só vivenciava o inferno diário ali. Ao passo que na faculdade, o que me frustrava, o que me irritava, era o curso em si, e não as pessoas com quem tinha que conviver ali.
Até hoje me pergunto se aquelas pessoas daquele colégio eram todas estranhas. Porque fora dali eu só encontrei gente mais normal. Gente que não ficava esperando você abrir a boca para imediatamente te encher o saco. Não sei o que é feito da maioria daquelas pessoas, pois quase nunca mais vi nenhuma delas. Mas, eu gostaria de saber, por vezes.
Em mais de dez anos de aulas quase diárias, eu só conservei UM amigo. Uma pessoa no meio de, sei lá, quase quatro mil? Não me parece ser uma boa estatística. E da faculdade, eu tenho contato com várias pessoas ainda, e as considero amigos.
Essas pessoas do colégio, se eram de fato tão insuportáveis, o que fazem hoje? Como convivem com outras pessoas?
Indagações que permanecerão sem resposta, creio eu. Mas enfim, dane-se também. É sexta, e hoje mesmo talvez eu vá ter com amigos da faculdade em uma possível confraternização. Não quero pensar naqueles que não são e nem nunca serão parte de minha vida, não mais.
Que venha o final de semana. Que todos encontrem seus amigos e se divirtam.