Oui.
Ele voltou
O Noiado voltou novamente
Saiu daqui tão contente
Por que razão quer voltar?
Ele voltou
O Noiado voltou novamente
Saiu daqui tão contente
Por que razão quer voltar?
Acontece que é preciso retornar, não é mesmo? Ainda que os dois, digo três, dias legalmente me concedidos perante a uma junta médica composta de seiscentos coronéis, tenham sido bons demais da conta, segundo o mineirês e segundo eu mesmo, é preciso retornar ao mundo real, onde candidatos com o nome descrito no título destas linhas diárias do dia de hoje agora mesmo existem, onde os CPFs estão para ser cancelados por não ter eu me lembrado de entregar um nada consta no defunto ano de 2007, para somente agora ser alertado do fato, ó fedaputas da Receita Bostual do Brasil, e onde as coisas andam mais ou menos na mesma, apesar de agora o foco ser constante e afiado em ambos os olhos verdemarrons e águacor deste ser Noiado, pois sim, obrigado a todos que comigo se preocuparam durante tal período cirúrgico.
Mais ou menos na mesma? Nem tanto assim. Uma das mais importantes pessoas na vida deste sotaonesco ser adquiriu anos a mais, e fez-me lembrar que dentro de mim exisitia um sonho que cogitava ser extinto há milênios ou medida de tempo absurda que o valha. Concedeu-me a possibilidade de voltar a perseguir tal ambição, não sem antes ter obtido a absoluta estupefacção deste, uma vez que jamais, nunca esperaria que tal coisa ocorresse. A ela muito devo, mesmo a vida, por vezes, eu diria. Pois são estas coisas que nos salvam a vida, nos resgatam do caminho da podridão que a vida por vezes parece arrastar-nos, cercando-nos das pessoas e influências erradas, dos mortos vivos por opção, dos velhos auto-intitulados, apesar de muito mais novos que nós mesmos os serem. Pois sim, tombados no dever de escolher a extinção prórpia por acreditarem em valores e instituições já caducas, ao menos ao meu olhar nítido como um girassol, agora.
Não me arrastem para este buraco, ó seres endemoniados. Fiquem em suas tumbas auto-infligidas, mas não me peçam para vos acompanhar. Apodreçam em paz; é vossa opção, é vosso direito. Mas não me imponham tais errôneas visões de mundo, de vida. Isto não é vida para mim: deixar-se apagar por convenção social, ou por contravenção social, mais propriamente dito. "Death by marriage". Morte por falta de diversão. Morte por imposição social rídicula de que os outros nos ordenem que sejamos todos frangos.
Como já disse um certo gênio:
Lisbon Revisited (1923)
Não: não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafisica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!)
Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?
Não me macem, por amor de Deus!
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?
Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja de companhia!
Ó céu azul o mesmo da minha infância ,
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflecte!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.
Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!
Bem dito, bendito seja, senhor Fernando, o Pessoa. Ou Álvaro de Campos, se o preferirem.
Hoje vejo que o "sozinho" de tal poema pode - e deve, em meu caso - ser um coletivo. Daqueles seres que recusam a ser membros de um rebanho de gnus. Que se recusam a buscar diversão neste deserto que pode ser a vida, por vezes, mesmo como ontem, na farsa eleitoral: fui agraciado com uma fila de aproximadamente 1500 frangos em minha seção eleitoral, onde a patética urna eleitoral eletrônica me aguardava. Eu poderia ter ficado como eles, de cara fechada, xingando tudo. E é de minha praxe fazê-lo, bem sei.
Mas não: olhei ao redor, viajei nas moças - sim, duas moças, duas mulheres - que se pegavam em plena fila, para o escândalo das senhoras frangas ali presentes, e para sorriso incontido em meu rosto; depois que dali se afastaram, para alívio da falsa e pequeno-burguesa paz reinante, eu olhei ao meu redor e procurei nova fonte de inspiração, me deleitando ao rir, e muito da lista de nome de salafrários aspirantes que seriam eleitos - ou não - pelo voto do galinheiro. Muito me diverti ao constatar que tal lista é tão divertida quanto qualquer inventário de aprovados em vestibulares e afins. Nomes de candidatos como Dilma das Torres Gêmeas e Doutor Grilo, sem falar no famoso infame Zoi Bad Boy O Retorno, número 40006, levaram troféus-risada.
E verifiquei que os idiotas ao meu redor me olhavam com ar de censura. Eleição é coisa séria, pois sim. Com candidatos feito Tiririca. Sérgio Mallandro. Caixa, o narrador de futebol. Jogadores de futebol. Candidatos criacionistas, satanistas, 171s de seus deuses e quejandos.
Aham. Muito sério.
Carreguem vossas carrancas imbecis para suas casas, seus filhos remelentos e chorões por que não têm iPhone 4, e suas mulheres geladeiras, e me deixem ficar me divertindo com a comédia nacional. Façam o que bem entenderem, mas me deixem ser o "idiota" que se ri de tais absurdos.
Blah pra vocês, o mesmo "blah" que me sei que me dirigem, ou mais propriamente dizendo, que NOS dirigem, a mim e a meus amigos e pessoas preferidas, que são como loucos para os frangos, em situações como esta.
E fiquemos assim, eis que tenho que retomar meu ritmo de trabalho aqui neste escrotório.
Mais ou menos na mesma? Nem tanto assim. Uma das mais importantes pessoas na vida deste sotaonesco ser adquiriu anos a mais, e fez-me lembrar que dentro de mim exisitia um sonho que cogitava ser extinto há milênios ou medida de tempo absurda que o valha. Concedeu-me a possibilidade de voltar a perseguir tal ambição, não sem antes ter obtido a absoluta estupefacção deste, uma vez que jamais, nunca esperaria que tal coisa ocorresse. A ela muito devo, mesmo a vida, por vezes, eu diria. Pois são estas coisas que nos salvam a vida, nos resgatam do caminho da podridão que a vida por vezes parece arrastar-nos, cercando-nos das pessoas e influências erradas, dos mortos vivos por opção, dos velhos auto-intitulados, apesar de muito mais novos que nós mesmos os serem. Pois sim, tombados no dever de escolher a extinção prórpia por acreditarem em valores e instituições já caducas, ao menos ao meu olhar nítido como um girassol, agora.
Não me arrastem para este buraco, ó seres endemoniados. Fiquem em suas tumbas auto-infligidas, mas não me peçam para vos acompanhar. Apodreçam em paz; é vossa opção, é vosso direito. Mas não me imponham tais errôneas visões de mundo, de vida. Isto não é vida para mim: deixar-se apagar por convenção social, ou por contravenção social, mais propriamente dito. "Death by marriage". Morte por falta de diversão. Morte por imposição social rídicula de que os outros nos ordenem que sejamos todos frangos.
Como já disse um certo gênio:
Lisbon Revisited (1923)
Não: não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafisica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!)
Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?
Não me macem, por amor de Deus!
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?
Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja de companhia!
Ó céu azul o mesmo da minha infância ,
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflecte!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.
Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!
Bem dito, bendito seja, senhor Fernando, o Pessoa. Ou Álvaro de Campos, se o preferirem.
Hoje vejo que o "sozinho" de tal poema pode - e deve, em meu caso - ser um coletivo. Daqueles seres que recusam a ser membros de um rebanho de gnus. Que se recusam a buscar diversão neste deserto que pode ser a vida, por vezes, mesmo como ontem, na farsa eleitoral: fui agraciado com uma fila de aproximadamente 1500 frangos em minha seção eleitoral, onde a patética urna eleitoral eletrônica me aguardava. Eu poderia ter ficado como eles, de cara fechada, xingando tudo. E é de minha praxe fazê-lo, bem sei.
Mas não: olhei ao redor, viajei nas moças - sim, duas moças, duas mulheres - que se pegavam em plena fila, para o escândalo das senhoras frangas ali presentes, e para sorriso incontido em meu rosto; depois que dali se afastaram, para alívio da falsa e pequeno-burguesa paz reinante, eu olhei ao meu redor e procurei nova fonte de inspiração, me deleitando ao rir, e muito da lista de nome de salafrários aspirantes que seriam eleitos - ou não - pelo voto do galinheiro. Muito me diverti ao constatar que tal lista é tão divertida quanto qualquer inventário de aprovados em vestibulares e afins. Nomes de candidatos como Dilma das Torres Gêmeas e Doutor Grilo, sem falar no famoso infame Zoi Bad Boy O Retorno, número 40006, levaram troféus-risada.
E verifiquei que os idiotas ao meu redor me olhavam com ar de censura. Eleição é coisa séria, pois sim. Com candidatos feito Tiririca. Sérgio Mallandro. Caixa, o narrador de futebol. Jogadores de futebol. Candidatos criacionistas, satanistas, 171s de seus deuses e quejandos.
Aham. Muito sério.
Carreguem vossas carrancas imbecis para suas casas, seus filhos remelentos e chorões por que não têm iPhone 4, e suas mulheres geladeiras, e me deixem ficar me divertindo com a comédia nacional. Façam o que bem entenderem, mas me deixem ser o "idiota" que se ri de tais absurdos.
Blah pra vocês, o mesmo "blah" que me sei que me dirigem, ou mais propriamente dizendo, que NOS dirigem, a mim e a meus amigos e pessoas preferidas, que são como loucos para os frangos, em situações como esta.
E fiquemos assim, eis que tenho que retomar meu ritmo de trabalho aqui neste escrotório.