Ele estava a cordado, ainda no escuro. Aguardando o tilintar do despertador, que soaria uma hora antes do normal, uma vez que as regras e regulamentos dos homens lhe impuseram tal modificação. Coragem, coragem. Existe uma força em seu interior, existe algum poder dentro de si, para que aguentes tal injúria, que afinal de contas, nem tão grave assim é.
Levante-se, ignores a chuva. O sol virá. Mesmo que tua porção insossa e blasé lhe diga que não, tente ignorar. Nestas horas, encerrado ainda na escuridão solitária do sótão, ele suspira. Pensa estar se enganando. Existe dentro de si uma voz poderosa, que lhe impõe a necessidade mórbida de encarar a vida como se há muito ela lhe tivesse abandonado. Por mais que lhe digam o contrário, por mais que esteja saudável, por mais que exista dentro dele milhares de mundos ainda não concretizados, fragmentos de músicas não escritas, palavras não realizadas, linhas não-traçadas.
Tudo aquilo que poderia ser e não foi, para cansaço eterno seu e daqueles que com ele ainda se importam, apesar de há muito terem lhe abandonado...A outra vozinha, mais surda, mais fraca e rouca de tanto ainda tentar lhe diz num sussurro: "Ou será que é o contrário?" Ele não sabe, não quer saber, não agora neste momento, cinza manhã, chuvosa manhã. O que fazer, o que fazer. Como fazer. É a pergunta que lhe persegue, dia após dia. Para que continuar? Existe uma plástica metálica irrealidade em estar vivo de tal maneira, sendo ainda jovem no corpo, mas velho nas idéias, entrevado cerebral, tísico na mente.
Só depende de você.
Não queria escrever na data de hoje, mas cá está a fazer. Existe alguma força teimos dentro deste corpo. Algo que mesmo sendo vítima de seu pior inimigo, ele mesmo, o tenta manter vivo. Tenta manter alguma força, alguma pálida chama de tudo que existe sem existir dentro de si, queimando sem quase queimar deveras. Dizem de tudo. Agressões, blandícias, já tentaram de tudo. O que acontece com ele, nem mesmo ele sabe dizer, sabe explicar.
O que leva uma mente assim a escolher o caminho da morte estando viva? O que leva um portador de suposto feixe de talentos a jogá-los todos fora, em um abismo, um poço que somente dentro dele existe, e somente dentro de si poderá ser resgatado? Não haverá nenhuma sorte de "Phoenix" para auxiliá-lo?
Não. Você só está assim porque quer. E pare de me incomodar, pois tenho que namorar, digo, enganar duas mulheres ao mesmo tempo. Tenho que me preocupar com o futebol. Tenho que cuidar de meus filhos. Tenho que alimentar o gato, o cachorro, andar com meus filhos postiços, programar computadores, desenhar o que nunca conseguirás desenhar, e me juntar à míriade de ETC. que existe além de seus pequeninos probleminhas, cretinos entraves mentais.
Não iria escrever, mas escreveu. Ainda não será hoje que desistirás desta quase diária tarefa...
Avante, Noiado. Mesmo que não saibas para quê. Mesmo que seu pior inimigo, aquele ser que mais lhe destrói, mais lhe faz mal seja você mesmo. Ainda não será hoje que levantarás fogo e chumbo contra tal massa cinzenta. Assim como o mundo que enxergas através dos olhos verdemarrons quase inexpressivo para você mesmo...e tão cheios da cor da esperança para outrem.
Levante-se, ignores a chuva. O sol virá. Mesmo que tua porção insossa e blasé lhe diga que não, tente ignorar. Nestas horas, encerrado ainda na escuridão solitária do sótão, ele suspira. Pensa estar se enganando. Existe dentro de si uma voz poderosa, que lhe impõe a necessidade mórbida de encarar a vida como se há muito ela lhe tivesse abandonado. Por mais que lhe digam o contrário, por mais que esteja saudável, por mais que exista dentro dele milhares de mundos ainda não concretizados, fragmentos de músicas não escritas, palavras não realizadas, linhas não-traçadas.
Tudo aquilo que poderia ser e não foi, para cansaço eterno seu e daqueles que com ele ainda se importam, apesar de há muito terem lhe abandonado...A outra vozinha, mais surda, mais fraca e rouca de tanto ainda tentar lhe diz num sussurro: "Ou será que é o contrário?" Ele não sabe, não quer saber, não agora neste momento, cinza manhã, chuvosa manhã. O que fazer, o que fazer. Como fazer. É a pergunta que lhe persegue, dia após dia. Para que continuar? Existe uma plástica metálica irrealidade em estar vivo de tal maneira, sendo ainda jovem no corpo, mas velho nas idéias, entrevado cerebral, tísico na mente.
Só depende de você.
Não queria escrever na data de hoje, mas cá está a fazer. Existe alguma força teimos dentro deste corpo. Algo que mesmo sendo vítima de seu pior inimigo, ele mesmo, o tenta manter vivo. Tenta manter alguma força, alguma pálida chama de tudo que existe sem existir dentro de si, queimando sem quase queimar deveras. Dizem de tudo. Agressões, blandícias, já tentaram de tudo. O que acontece com ele, nem mesmo ele sabe dizer, sabe explicar.
O que leva uma mente assim a escolher o caminho da morte estando viva? O que leva um portador de suposto feixe de talentos a jogá-los todos fora, em um abismo, um poço que somente dentro dele existe, e somente dentro de si poderá ser resgatado? Não haverá nenhuma sorte de "Phoenix" para auxiliá-lo?
Não. Você só está assim porque quer. E pare de me incomodar, pois tenho que namorar, digo, enganar duas mulheres ao mesmo tempo. Tenho que me preocupar com o futebol. Tenho que cuidar de meus filhos. Tenho que alimentar o gato, o cachorro, andar com meus filhos postiços, programar computadores, desenhar o que nunca conseguirás desenhar, e me juntar à míriade de ETC. que existe além de seus pequeninos probleminhas, cretinos entraves mentais.
Não iria escrever, mas escreveu. Ainda não será hoje que desistirás desta quase diária tarefa...
Avante, Noiado. Mesmo que não saibas para quê. Mesmo que seu pior inimigo, aquele ser que mais lhe destrói, mais lhe faz mal seja você mesmo. Ainda não será hoje que levantarás fogo e chumbo contra tal massa cinzenta. Assim como o mundo que enxergas através dos olhos verdemarrons quase inexpressivo para você mesmo...e tão cheios da cor da esperança para outrem.