Nheeeeeeeccc...
Muito amistoso tal ruído, sim, de fato, pensei comigo mesmo enquanto abria as torneiras do pequeno banheiro. Nada tão suntuoso como o outro do andar de cima, do quarto proibido, mas até o momento não havia notado nada de estranho ali, não havia me olhado no espelho e dado de cara com um completo estranho trajando barbas rídiculas à cara, nada do gênero. Ainda não.
Fiquei ali olhando a água sair do chuveiro de ferro, um tanto gasto, um tanto enferrujado. Parecia que ninguém havia usado aquilo há anos. As paredes suspiravam e emitiam estranhos ruídos, o dono mesmo havia me dito isto, que não estranhasse o barulho do encanamento. Sentei-me na privada enquanto esperava a água esquentar, olhando para a pálida luz da única lâmpada.
A dor de cabeça latejava incrivelmente em minha cabeça. E eu fedia horrores. Nem conseguia me lembrar o que tinha acontecido na noite anterior...pelo meu estado, só podia crer que havia bebido muito na noite anterior - grande dedução - e que havia datilografado aquele poeminha ridículo na máquina de escrever em meu apogeu da bebedeira.
Esfreguei os dedos nas minhas têmporas, massageando aquele local. Alguém havia me dito anos atrás que aquilo era excelente para dores de cabeça. Mas de nada adiantou-me fazer aquilo. Fechei os olhos com força e me concentrei na minha respiração, tentando aplicar um dos métodos da minha ex-mulher para fazer uma higiene mental.
Não adiantou nada. Nada do que aquela vaca dizia dava certo, para variar.
Continuei com os olhos fechados, escutando o lamento da água a passar pelos canos de ferro da casa. Sim, aquela casa devia ainda contar com aquele arcaico sistema de encanamento pré-PVC, ótimo para se arrumar problemas de encanamentos que exigiam que você quebrasse paredes inteiras para se encontra um ínfimo vazamento, decorrente da corrosão.
Abri os olhos, e a luz fraca me feriu, me fazendo sentir uma adaga penetrando o nervo óptico. Foda-se para métodos naturebas e afins; eu quero mesmo é um bom e velho remédio, um Excedrin, algo bem químico, e que de fato funcionava. Danem-se os herbais, a aromaterapia e o caralho apregoado pela hippie. Sim, hippie! Vaca, vaca, vaca!
Eu já estava berrando e me arrependendo disto. Calma. Controle-se, você só vai piorar esta merda de dor de cabeça. De qualquer maneira, eu precisava de tomar um remédio. A coisa estava se tornando insuportável, a ponto de falar mais alto que meus pensamentos.
Grunhindo, arrastei meus pés até a porta, para me dirigir ao meu quarto e pegar meu frasco de comprimidos. Abri a porta, mas não passei do batente.
À minha frente, havia um corredor imenso, cheio de portas e forrado por papel de parede vermelho. Era impossível de se ver o fim do corredor, apenas era possível ver à distância um par de pupilas vermelhas que me espreitava.
Suspirando, fechei a porta e tornei ao meu vaso; enterrei minha cabeça nas mãos e fiquei ali, sem saber o que fazer, ouvindo a água passar pelos canos. Olhei novamente para o chuveiro, a água que dali brotava estava fumegante agora.
Dane-se você, sua casa de hospício. Eu quero agora apenas tomar um banho. Me deixe em paz apenas pelo tempo que durar este banho, por obséquio. Me despi e entrei no pequeno box de vidro do chuveiro.
Você que espere, sua casa maldita.
Muito amistoso tal ruído, sim, de fato, pensei comigo mesmo enquanto abria as torneiras do pequeno banheiro. Nada tão suntuoso como o outro do andar de cima, do quarto proibido, mas até o momento não havia notado nada de estranho ali, não havia me olhado no espelho e dado de cara com um completo estranho trajando barbas rídiculas à cara, nada do gênero. Ainda não.
Fiquei ali olhando a água sair do chuveiro de ferro, um tanto gasto, um tanto enferrujado. Parecia que ninguém havia usado aquilo há anos. As paredes suspiravam e emitiam estranhos ruídos, o dono mesmo havia me dito isto, que não estranhasse o barulho do encanamento. Sentei-me na privada enquanto esperava a água esquentar, olhando para a pálida luz da única lâmpada.
A dor de cabeça latejava incrivelmente em minha cabeça. E eu fedia horrores. Nem conseguia me lembrar o que tinha acontecido na noite anterior...pelo meu estado, só podia crer que havia bebido muito na noite anterior - grande dedução - e que havia datilografado aquele poeminha ridículo na máquina de escrever em meu apogeu da bebedeira.
Esfreguei os dedos nas minhas têmporas, massageando aquele local. Alguém havia me dito anos atrás que aquilo era excelente para dores de cabeça. Mas de nada adiantou-me fazer aquilo. Fechei os olhos com força e me concentrei na minha respiração, tentando aplicar um dos métodos da minha ex-mulher para fazer uma higiene mental.
Não adiantou nada. Nada do que aquela vaca dizia dava certo, para variar.
Continuei com os olhos fechados, escutando o lamento da água a passar pelos canos de ferro da casa. Sim, aquela casa devia ainda contar com aquele arcaico sistema de encanamento pré-PVC, ótimo para se arrumar problemas de encanamentos que exigiam que você quebrasse paredes inteiras para se encontra um ínfimo vazamento, decorrente da corrosão.
Abri os olhos, e a luz fraca me feriu, me fazendo sentir uma adaga penetrando o nervo óptico. Foda-se para métodos naturebas e afins; eu quero mesmo é um bom e velho remédio, um Excedrin, algo bem químico, e que de fato funcionava. Danem-se os herbais, a aromaterapia e o caralho apregoado pela hippie. Sim, hippie! Vaca, vaca, vaca!
Eu já estava berrando e me arrependendo disto. Calma. Controle-se, você só vai piorar esta merda de dor de cabeça. De qualquer maneira, eu precisava de tomar um remédio. A coisa estava se tornando insuportável, a ponto de falar mais alto que meus pensamentos.
Grunhindo, arrastei meus pés até a porta, para me dirigir ao meu quarto e pegar meu frasco de comprimidos. Abri a porta, mas não passei do batente.
À minha frente, havia um corredor imenso, cheio de portas e forrado por papel de parede vermelho. Era impossível de se ver o fim do corredor, apenas era possível ver à distância um par de pupilas vermelhas que me espreitava.
Suspirando, fechei a porta e tornei ao meu vaso; enterrei minha cabeça nas mãos e fiquei ali, sem saber o que fazer, ouvindo a água passar pelos canos. Olhei novamente para o chuveiro, a água que dali brotava estava fumegante agora.
Dane-se você, sua casa de hospício. Eu quero agora apenas tomar um banho. Me deixe em paz apenas pelo tempo que durar este banho, por obséquio. Me despi e entrei no pequeno box de vidro do chuveiro.
Você que espere, sua casa maldita.