quarta-feira, 13 de maio de 2009

Self-service.

-Bem vindo ao serviço de atendimento do Banco de Bosta. Digo, Boston. Digite 1 para...
-Não quero digitar nada, quero registrar uma reclamação!
-...para saldos, débitos e quejandos, digite 3 para...
-Já disse que não vou digitar nada!
-...digite 6 para entregar o conteúdo de sua conta ao gurada da esquina, digite 77 para...
-Deixa eu falar!!
-...para falar com um de nossos atendentes, aguarde na linha. A que está impressa no chão atrás de você.
-Como sabe onde estou? Como sabe que existe uma linha aqui?
-Enquanto o senhor aguarda, transmitiremos uma versão punk rock de Pour Elise, em sua mais nova atualização para o jogo Rock Band.
-Pour Elise é uma peça para piano! Não existem pianos no Rock Band!
-One, two, three, four! Tiruriruriruriuriruriruriuri! Turiruriruriruiri!! Turiruriruiru!!!
-Malditos sejam estes serviços de auto-atendimento desses bancos.
(Vários minutos depois...)
-Para sua segurança, esta gravação será gravada.
-Segurança? Que segurança? E gravar uma gravação, que papo é esse?
-Banco de bosta, digo, fezes, digo, Ohio. Ó raios! Banco de Boston, em que posso lhe ser útil?
-Finalmente alguém resolveu me escutar. Estou com um problema no caixa automático.
-Sim, senhor. Qual é o problema, senhor?
-Ele não funciona. Não há nada automático aqui.
-Como assim?
-Pede-me para inserir o cartão. Ora! Um caixa dito automático deveria fazer isso automaticamente, não?
-Não senhor. O senhor deve inserir seu cartão com suas próprias forças.
-E quem irá me restituir o ATP gasto no processo?
-Não sei, senhor. Tente ao menos fazer tal esforço.
-Ah, fazer o quê. Vamos ver. Inseri o cartão.
-Qual a mensagem seguinte?
-"Digite sua senha"
-Faça-o então, senhor.
-Não. Isto não é um caixa automático! Não faz nada automaticamente, eu tenho que fazer tudo!
-Senhor, o terminal é automático, mas leia as entrelinhas, "Auto-atendimento"
-"Auto-atendimento"? Mas este "Auto" não é abreviação para "Automático"? Vocês estão me enganando! Quero meu dinheiro de volta!!
-Senhor, faça um pequeno esforço e complete a transação. Basta seguir os passos na tela do terminal.
-Ah, fazer o quê. Bancos só enganam a gente mesmo. Sim. Digitei a senha. Agora me pede para apertar o botão para realizar a operação desejada.
-Sim. Aperte tal botão.
-Não existe a opção que desejo aqui.
-Como não? Qual é a operação que o senhor deseja realizar?
-Uma rinoplastia.
-O quê?!
-Uma rinoplastia, seu ignorante.
-Senhor, o senhor é um tremendo idiota.
-Vai se fuder. Como ousa falar assim com um cliente!
-Senhor, tenha a bondade de dirigir-se à merda.
-Eu exijo respeito! Eu sou um cliente VIP e faço parte do PIB desta cidade.
-Sim, de fato, senhor. Vejo que o senhor faz parte da População Incrivelmente Burra.
-Vá pra puta que pariu!
-Senhor, sua mãe não estava disponível para o consumo em esta manhã na Guaicurus. Creio que estava passada, coitadinha.
-Seu filho da puta!!
-Não sou seu irmão, senhor.
-Senhor, se o senhor tiver a bondade de checar seu saldo, verificará que seus fundos estão mais fundos, tipo, no fundo do poço mesmo. Cobramos uma taxa de 600% sobre atendimento a pessoas burras.
-Seu maldito! Devolva meu dinheiro!!
-O Banco de Bosta, digo, Massachusetts, digo a capital do mesmo, agradece sua ligação, seu otário. Sua conta foi zerada devido à sua burrice, senhor. Obrigado senhor.
-Eu vou te matar, seu miserável!
-Não é possível que me faça nenhum mal, senhor. O senhor se encontra muito longe de mim para que possa fazer algum dano físico à minha pessoa.
-Isso veremos.
(sai correndo, deixando o fone dependurado)
-Senhor, queira desligar o telefone, senhor. Esta taxa telefônica lhe será debitada de sua conta, senhor.
(CRAC!!)
-Senhor, o que está fazendo aqui, senhor? Não, não nããããão, nos olhos não!

A administração do Banco de Bosta, digo, foda-se, não foi ferida durante a filmagem deste episódio nonsense de Noiado no Sótão.