Coisas estranhas podem decorrer de fato ao longo de uma semana. Você acha um sofá no lixo, você vai cortar o cabelo e te teleportam para os anos 50, uma árvore de repente resolve que um galho ficou muito dispendioso e resolve soltá-lo em cima de seu carro, seu aparato musical preferido, ou melhor dizendo, seu acessório preferido para o aparato musical predileto resolve falhar do nada, te deixando à mercê deste mundo barulhento e nada musical.
Este último fato em especial, me deixou um tanto quanto desconsolado. Traduzindo em termos menos crípticos, o fone de ouvido caríssimo que comprei há menos de seis meses quedou-se silente para sempre ontem, por motivos indeterminados para mim. Sei que se tal coisa tivesse acontecido em meus dias de maior fúria, eu teria feito algum estrago aos objetos inanimados ao meu redor. Bem, nada de inconsequente que eu faça poderá fazer a coisa voltar a funcionar, então não adianta muito ameaçar de morte as coisas desprovidas de vida. Mas é dureza, ainda mais agora que me viciei na coisa irremediavelmente, como pude comprovar ontem no caminho de volta para casa, onde resignei-me a usar um dos fones de ouvido comuns. Não aguentei nem cinco minutos; havia me esquecido o quão barulhento é o mundo, e como estes barulhos abafam o som emitido pelos fones normais. Não é de se estranhar que pessoas se ensurdeçam usando fones: para ouvir sua música preferida, você tem que falar mais alto que os motores que por aí circulam, em detrimento de sua audição.
É estranho estas coisas, há um ano atrás, quando não tinha comprado ainda tal coisa, nunca havia sentido falta da música ambulante como sinto hoje. Faz-me pensar em várias coisas que não tínhamos acesso ou sequer imaginávamos que iríamos usar um dia e que se de repente fossem-nos privadas, o caos iria imperar. Tire a internet do planeta, por exemplo. Céus. O inferno na terra seria imediato...E esta maravilha do mundo muderno é algo que só estamos fazendo uso prático há menos de 30 anos. Exemplos mais antigos? Suma com os carros. Queria ver como seriam as coisas se fôssemos todos movidos a charretes...
Acho estranho por vezes quando paro pra pensar nestas coisas, como também ficamos completamente viciados nestes artefactos. A vida deixa de fazer sentido sem eles, mas de forma alguma são coisas absolutamente essenciais para nossa sobrevivência, biologicamente falando, do ponto de vista mais ortodoxo possível também. Eu, de forma alguma desejo passar aqui alguma mensagem de retorno à idade das trevas e a extinção da tecnologia, mas de qualquer forma, espanto-me com esta nossa dependência, por vezes.
Ou então, estou apenas aborrecido por ter sido privado de meu refúgio melódico do ruidoso mundo que a tecnologia nos trouxe, para que outra tecnologia viesse a existir para silenciar este ruído. Estranha afirmação esta, de fato, um tanto paradoxal. Mas é este o mundo que vivemos. Oxímoros por todos os lados, dilemas em todos os lugares. Pelo menos para o sub-grupo de sub-criaturas denominadas "Noiados".
Parar de pensar, parar de escrever, começar a trabalhar. É necessário.
Este último fato em especial, me deixou um tanto quanto desconsolado. Traduzindo em termos menos crípticos, o fone de ouvido caríssimo que comprei há menos de seis meses quedou-se silente para sempre ontem, por motivos indeterminados para mim. Sei que se tal coisa tivesse acontecido em meus dias de maior fúria, eu teria feito algum estrago aos objetos inanimados ao meu redor. Bem, nada de inconsequente que eu faça poderá fazer a coisa voltar a funcionar, então não adianta muito ameaçar de morte as coisas desprovidas de vida. Mas é dureza, ainda mais agora que me viciei na coisa irremediavelmente, como pude comprovar ontem no caminho de volta para casa, onde resignei-me a usar um dos fones de ouvido comuns. Não aguentei nem cinco minutos; havia me esquecido o quão barulhento é o mundo, e como estes barulhos abafam o som emitido pelos fones normais. Não é de se estranhar que pessoas se ensurdeçam usando fones: para ouvir sua música preferida, você tem que falar mais alto que os motores que por aí circulam, em detrimento de sua audição.
É estranho estas coisas, há um ano atrás, quando não tinha comprado ainda tal coisa, nunca havia sentido falta da música ambulante como sinto hoje. Faz-me pensar em várias coisas que não tínhamos acesso ou sequer imaginávamos que iríamos usar um dia e que se de repente fossem-nos privadas, o caos iria imperar. Tire a internet do planeta, por exemplo. Céus. O inferno na terra seria imediato...E esta maravilha do mundo muderno é algo que só estamos fazendo uso prático há menos de 30 anos. Exemplos mais antigos? Suma com os carros. Queria ver como seriam as coisas se fôssemos todos movidos a charretes...
Acho estranho por vezes quando paro pra pensar nestas coisas, como também ficamos completamente viciados nestes artefactos. A vida deixa de fazer sentido sem eles, mas de forma alguma são coisas absolutamente essenciais para nossa sobrevivência, biologicamente falando, do ponto de vista mais ortodoxo possível também. Eu, de forma alguma desejo passar aqui alguma mensagem de retorno à idade das trevas e a extinção da tecnologia, mas de qualquer forma, espanto-me com esta nossa dependência, por vezes.
Ou então, estou apenas aborrecido por ter sido privado de meu refúgio melódico do ruidoso mundo que a tecnologia nos trouxe, para que outra tecnologia viesse a existir para silenciar este ruído. Estranha afirmação esta, de fato, um tanto paradoxal. Mas é este o mundo que vivemos. Oxímoros por todos os lados, dilemas em todos os lugares. Pelo menos para o sub-grupo de sub-criaturas denominadas "Noiados".
Parar de pensar, parar de escrever, começar a trabalhar. É necessário.