Não tinha coragem para virar o rosto.
Sentia aquele olhar em mim...frio e cheio de ódio ao que me parecia. E eu pelado, dentro do box do banheiro, com aquela água gelada a respingar no meu corpo. Situação bem agrádavel. Meu sarcasmo interno nunca falhou.
Sabia que se virasse a cara iria ver algo que não desejava ver. Um rumor estranho começou a soar, vindo da mesma direção do suposto olhar. A luz do banheiro piscou, piscou e apagou. Agora sim estava fudido, pensei comigo mesmo.
Mas a escuridão não durou muito. Um brilho avermelhado , pulsante, brilhou no lavátorio.
Vinha da mesma fonte do olhar e do som, presumi eu.
Não conseguia pensar em nada. Tudo que já vivenciara naquela casa eu havia encarado como uma piada de mau gosto, coisas dignas de escárnio. Mas...eu sentia um arrepio...na alma. Aquela coisa atrás de mim, que quer que fosse, estava me analisando friamente...ou pelo menos assim me pareceu. Todos pêlos de meu corpo estavam arrepiados, não só pelo frio da água que continuava a correr, mas pela sensação terrível de estar sendo analisado por aquela...coisa.
De repente, meu lado idiota falou mais alto dentro de mim. Vire-se. O que tem a perder? Não há para onde correr. O que mais lhe resta fazer?
Fechei os olhos e tomei fôlego. Lentamente, virei meu corpo inteiro na direção da fonte de toda aquela aflição que me assolava.
Fiquei ali voltado para a coisa, mas não abri os olhos por uns instantes. Por mais que exista sempre um lado destemido...nenhum mecanismo dentro de mim conseguia anular o medo que eu sentia. Não me importava com o frio da água, com a vergonha de estar nu diante de...seja lá o que fosse aquilo que em minha frente estava.
Mas novamente, suspirei. O que mais me restava fazer? Nascer de novo? Sumir?
Abri os olhos.
...
Não acreditei no que via diante de mim.
Por detrás do vidro respingado do box, pude ver que o banheiro havia se transformado. Aquele maldito corredor forrado de vermelho e repleto de portas se estendia até perder de vista, a partir de onde deveria estar a porta do banheiro em si.
Mas o que realmente me prendeu a atenção foi...a figura que estava postada diante de mim, a apenas alguns parcos metros de distância. De repente, eu soube o que era aquele par de olhos vermelhos que me espreitaram todas as vezes que me vi imerso no maldito corredor de mil portas.
Lembrei-me instantaneamente do dia em que subitamente acordei com outra cara, com outro corpo em minha breve estada no quarto principal da casa.
Diante de mim....com os olhos vermelhos, e um olhar cheio de...ódio...estava aquela bela mulher que tanto me chamou para voltar para a cama naquele malfadado dia.
Sentia aquele olhar em mim...frio e cheio de ódio ao que me parecia. E eu pelado, dentro do box do banheiro, com aquela água gelada a respingar no meu corpo. Situação bem agrádavel. Meu sarcasmo interno nunca falhou.
Sabia que se virasse a cara iria ver algo que não desejava ver. Um rumor estranho começou a soar, vindo da mesma direção do suposto olhar. A luz do banheiro piscou, piscou e apagou. Agora sim estava fudido, pensei comigo mesmo.
Mas a escuridão não durou muito. Um brilho avermelhado , pulsante, brilhou no lavátorio.
Vinha da mesma fonte do olhar e do som, presumi eu.
Não conseguia pensar em nada. Tudo que já vivenciara naquela casa eu havia encarado como uma piada de mau gosto, coisas dignas de escárnio. Mas...eu sentia um arrepio...na alma. Aquela coisa atrás de mim, que quer que fosse, estava me analisando friamente...ou pelo menos assim me pareceu. Todos pêlos de meu corpo estavam arrepiados, não só pelo frio da água que continuava a correr, mas pela sensação terrível de estar sendo analisado por aquela...coisa.
De repente, meu lado idiota falou mais alto dentro de mim. Vire-se. O que tem a perder? Não há para onde correr. O que mais lhe resta fazer?
Fechei os olhos e tomei fôlego. Lentamente, virei meu corpo inteiro na direção da fonte de toda aquela aflição que me assolava.
Fiquei ali voltado para a coisa, mas não abri os olhos por uns instantes. Por mais que exista sempre um lado destemido...nenhum mecanismo dentro de mim conseguia anular o medo que eu sentia. Não me importava com o frio da água, com a vergonha de estar nu diante de...seja lá o que fosse aquilo que em minha frente estava.
Mas novamente, suspirei. O que mais me restava fazer? Nascer de novo? Sumir?
Abri os olhos.
...
Não acreditei no que via diante de mim.
Por detrás do vidro respingado do box, pude ver que o banheiro havia se transformado. Aquele maldito corredor forrado de vermelho e repleto de portas se estendia até perder de vista, a partir de onde deveria estar a porta do banheiro em si.
Mas o que realmente me prendeu a atenção foi...a figura que estava postada diante de mim, a apenas alguns parcos metros de distância. De repente, eu soube o que era aquele par de olhos vermelhos que me espreitaram todas as vezes que me vi imerso no maldito corredor de mil portas.
Lembrei-me instantaneamente do dia em que subitamente acordei com outra cara, com outro corpo em minha breve estada no quarto principal da casa.
Diante de mim....com os olhos vermelhos, e um olhar cheio de...ódio...estava aquela bela mulher que tanto me chamou para voltar para a cama naquele malfadado dia.