segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Sr. Bode, uma introdução.



Conforme planejado, irei falar hoje do projeto secreto de 2009: a (provável) retomada das atividades do meu mais infame personagem - O Sr. Bode.

A imagem acima foi a primeira tira que fiz, em 2005. A idéia do personagem em si surgiu muito antes disso, nem sei bem quando; acho que foi em meados de 1999, quando imaginei fazer um personagem extremamente irritadiço e rabugento(sim, admito que me inspirei em mim mesmo, ehehehe), mas a "brilhante" idéia de fazê-lo como um bode, literalmente expiatório, veio à tona no ano que a tira surgiu, quando ainda estava cursando a infame faculdade de belas(não tanto assim) artes(idem).

Fiz poucas tiras em 2005, nunca ficando plenamente satisfeito com o resultado visual das mesmas. Sim, eis que sou um maldito cara estranho e eterno insatisfeito; isto, juntamente com outros fatores nefastos que assolaram minha pessoa naquele conturbado período da infâmia das "artes", me impediram de progredir muito.
Entretanto, no decorrer deste período(2005-2009), nunca deixei a idéia morrer plenamente(sou um cara teimoso também), e continuei tentando retomar a coisa plenamente, fazendo milhares de estudos de design do personagem, como pode-se ver na imagem acima. A maioria dos cartunistas propriamente ditos teria simplesmente deixado o barco correr e ir evoluindo o dito design no decorrer dos acontecimentos; acontece que não sou assim. Sempre exijo de mim mesmo muito mais do que deveria, a ponto de me travar por completo às vezes, como foi exemplificado anteriormente.

Neste mesmo período, muitas vezes amaldiçoei minha dita aptidão para o desenho, de tanto que sofro com essa porcaria - ultimamente tenho dito que tal aptidão é minha cafetina: se insisto em negligenciá-la, ela me atormenta. Semprei fiquei frustrado com tudo isto: nunca consegui fazer tal coisa me servir de ganha-pão(embora este tenha sido sempre meu sonho dourado, desde a minha infância); nunca tive desenvoltura o suficiente para fazê-lo sem ser assolado por minha ferrenha auto crítica; sempre tive a bizarra tendência de acreditar piamente nas críticas negativas de outrem(a ponto de me travar por completo), e por algum desvio de conduta qualquer de meu cérebro, sempre desconfiei das opiniões positivas acerca de meu "trabalho"; sempre fui envergonhado(ou orgulhoso, escolham vocês que me conhecem) o suficiente para me anular perto de outros desenhistas a ponto de simplesmente não conseguir fazer nem o esboço de um ovo perto deles; sou tão, mas tão detalhista e perfeccionista que não consigo resolver um desenho ridículo em menos que duas ou treze horas(ou quatro anos, como está sendo o caso relatado aqui). E por aí vai.

Entretanto, neste ano estou disposto a tentar, mais uma vez, mandar tais empecilhos para o caralhoplano e retomar, nem que seja para amenizar um pouco a tortura da cafetina, as ditas atividades "artísticas"(tomei ojeriza da palavra arte depois de minha curta estada naquele covil de cretinos que é aquela faculdade). Ontem mesmo, passei umas duas ou vinte horas refazendo a primeira tira. Ainda não a finalizei(ha, ha ha!), mas verei se consigo fazer isto hoje, a tempo para continuar a discussão dobre tais agruras amanhã; agora é hora de fazer atividades realmente rentáveis(nem tanto assim, mas mais que os apelos da cafetina me geram)e prosseguir na minha iminente carreira de contador/técnico de informática/catilógrafo/contínuo/quebra galho e quejandos aqui no escrotório.

Tenham todos um bom dia, e me perdoem se o descarrego soou deveras amargo.