quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Altas emoção.

Curioso. Tem dias que sinto uma hostilidade no ar, como se o dia estivesse pronto para me jogar num ringue e me encher de porrada, algo semelhante a um pressentimento. Por vezes, estou certo, e o dia é ruim; outras vezes meengano. Prefiro a segunda opção. Como já disseram em alguma máxima anônima por aí, "o otimista nunca tem uma surpresa agradável." Como sou um pessimista nato, por vezes tenho estas surpresas. Enfim, espero que assim o seja hoje, uma vez que os dias anteriores foram bem turbulentos.

No caminho para acá, fui mal-encarado por ilustres desconhecidos no busão; senti a agressividade no ar sem o menor motivo. Nessas horas, agradeço muito por existirem os modernos campos de força musicais, que tanto me protegem destas coisas. Este refúgio é muito bem vindo em horas como esta. Ainda mais quando se está munido de fones de ouvido de cancelamento sonoro; como o próprio nome diz, eles literalmente cancelam o mundo exterior, permitindo que voce ouça suas musgas em ambientes barulhentos como os "balaios" sem ter que por o volume no máximo e ficar surdo daqui a uns anos. Foi o fone mais caro que já comprei, mas recomendo: realmente funciona.

Bem, quando subi no outro ônibus, após a aquisiçao do pão meu de cada dia para o pequeno-almoço, fui mais bem recebido e sentei-me calmamente no fundão, aguardando o término da curta viagem. Eis que uma música surgiu lentamente em meus ouvidos...uma que não ouvia há muito tempo, mas que é de minhas preferidas. Ao término da introdução sonora, senti um arrepio a me percorrer a espinha.

É estranho isto. Como já ouvi tal fenômeno ser relatado por outrem, então suponho que isto ocorra com as pessoas. Parece que coisas que nos emocionam demais positivamente causam tal sensação. E ao que me parece, trata-se de um fenômeno muito pessoal, ou seja, acontece com estímulos diferentes de pessoa para pessoa. No meu caso, só senti até hoje com músicas boas. O mesmo ocorre com minha irmã mais nova. Um outro amigo meu diz que sente tal coisa com aleitura de obras-primas, como Os miseráveis, de Victor Hugo. Outra pessoa já me disse que sente tal coisa quando contempla alguma paisagem particularmente agradável, como as existentes em certas paragens ao sul da Bahia.

Devem existir outros exemplos menos mencionavéis aqui, que considero menos, er...digamos, "nobres", tal como a satisfação consumista e quejandos. Como existem muitas pessoas por aí que só se sentem bem quando compram coisas caríssimas(por exemplo, a "mulher-propaganda da muóda do Xópin Diamongol" daqui de Belzonte). Enfim, como gosto não se discute, só se lamenta, não everedemo-nos em tal discussão. Estou apenas divagando aqui sobre este fenômeno que é o "arrepio" diante de coisas que mexem conosco.

Já ouvi até dizer que a presença de outras pessoas podem causar isto. Mas, como diria o bom e velho Sargento Getúlio: "dizem, nunca vi."

Como bom biológo falido que sou, sempre me pergunto como este mecanismo funciona. Que parte do cérebro decide que este estímulo é tão agradável a ponto de causar tal frisson. Quais sinapses são ativadas e porquê. E como sou, aparentemente um filósofo barato também, sempre pensante, sempre com um 'célebro' ululante, nunca deixo de pensar nestas coisas. Queria entender isto. E porque isto varia de pessoa para pessoa. Sei lá. Fazer uma pesquisa mesmo sobre tal assunto seria interessante, porém nada conclusiva, imagino. Posso apenas supor quantos estímulos diferentes causariam tal sensação.

Enfim, enquanto podero sobre isto no decorrer do dia, pensarei em outras coisas mais terrenas, como o que leva uma pessoa a gostar de contabilidade. O que fazer para se ganhar um salário de mais de três casas decimais. O que leva uma pessoa a falar sozinha em um ambiente virtual. E quejandos.