quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Cinza-feiras.

Bem. Eis que mais um carnaval veio e passou, e nós os assalariados mínimos largamos do ócio para retornamos ao escrotório para encararmos...mais cinco horas de ócio pago. Sim. Por pessoas para "trabalhar" em uma data morta como esta, a meu ver, deveria ser punido. Mas como diz o velho deitado, "os de cima mandam e os de baixo bedecem." Ou algo assim.

Como sou um dos "de baixo", obedeço. Não maldigo este fato. Prefiro trabalhar hoje do que permanecer no sótão o dia inteiro, como foi o que se sucedeu neste feriado prolongado. Não foi exatamente péssimo, uma vez que descanso é sempre bem vindo e necessário, mas esteve longe de ser maravilhoso também. O ponto mais alto foi a visita inesperada de amigos que não apreciam pros lados da Mangabolha por muito tempo. Isto foi muito bacana. Esperava que pudesse fazer uma reuniao maior também, mas isto teve de ser adiado, uma vez que muitos dos companheiros imprescindíveis havia desaparecido para pular o carnaval em outras partes.

Enfim. De volta às lides; cheguei aqui bem mais cedo que de costume e como estivesse sem material novo para a ilustração, rabisquei meu querido personagem ilustrado acima. É estranho, mas sou mais parecido com ele do que imaginava. Estive ponderando sobre o assunto nestes dias, que não andaram às mil maravilhas, como se pôde ver(se é que alguém de fato viu) nos textos da semana passada. Sim, a moral andou em baixa por estes dias.

Nestas horas é que me identifico mais ainda com o Sr. Bode. Pois uma das inspirações para criá-lo foi exatamente esta: a luta do personagem contra seu criador., que o põe a prova, o tenta, o testa...Explanarei melhor com um pensamento que já me ocorreu por vezes...Sinto que todas as vezes que me proponho melhorar, tomar rumo, mudar, etc, parece que tem alguém me observando e me analisando. Não irei discutir religiões nem crenças aqui, uma vez que tal discussão só gera dissabores entre os homens. Afirmo entretanto, que sou agnóstico, portanto, não tenho uma opinião "convencional" sobre estas coisas. Penso, por vezes, que se existe de fato algo ou alguém comandando as coisas, somos como a sua sitcom. Seu divertimento, seu experimento, seja lá o que for. "Ah, então com que então queres mudar? Resolvestes mudar? Senão vejamos. Vamos por isto em prova." Ou seja, por vezes sinto que tem alguém me examinando e rindo horrores das minhas atitudes, de minhas ações, especialmente quando o destino me põe à prova diante da vida em si... Sinto como se eu fosse seu personagem. Seu divertimento. Sim, sei que seria excomungado - ou simplesmente ridicularizado - se alguma "autoridade inquisitória" porventura lesse esse pinçamento.

Ridículo? Pode ser. Mas é algo que me ocorre por vezes. E tal pensamento me ajudou na idéia da construção do personagem...Um exemplo desatualizado do tema eu já ilustrei em uma outra tira que estou reeditando; ainda não está pronta, mas na falta da versão re-editada(com efeitos 3D e monstros adicionados ao pano de fundo! Viva Hollywood.), posso pôr aqui a versão antiga mesmo, de 2006:


Enfim, embora eu não seja militante de tal teoria, por vezes me flagro agindo e pensando como se eu fosse um personagem de alguém - sim, me rio muito disto quando paro pra pensar em tal absurdo. É como se alguem admitisse que somos todos marionetes(embora alguns militantes de algumas religiões parecem pensar e agir assim). E como eu mesmo me divirto sacaneando meu personagem, por que não poderia haver algum "ser superior", "o criador", etc. que se divertisse às custas de suas criações? Seria um tema interessante para um debate(embate) teólogico. Ou não, pois como já disse, discussões sobre divindades, geralmente só dão em merda. Temos exemplos de bárbaries causadas por difereças religiosas por todo este planeta...

Enfim, a data é supostamente sagrada, então não pisemos nos calos de ninguém. Paremos por aqui, eis que existe uma pilha de documentos a serem digitados aqui. Se eu fosse o Sr. Bode eu estaria provavelmente agindo como o primeiro rabisco da coluna d'hoje...