Pensei e pensei a respeito do tema, tentei elaborar alguma lista mais ou menos certa, mas creio que é uma tarefa meio que inexequível, ao menos sei que não faria justiça à todo meu universo musical que faço uso para ilustrar auditivamente falando, minhas emoções diárias. Então, achei melhor apenas fazer um relato sobre algumas músicas e suas associações.
Já afirmei antes, e volto a dizer, infelizmente me parece que a raiva é a emoção mais bem manifestada por pessoas de meu clã, esses malditos Burians, tchecos tortos transplantados para terras tupiniqunis. E se algum dia ouvires em minhas caixas sonoras estereofônicas canções da banda Soundgarden a todo volume, fiques avisado: O clima é de raiva, da mais absoluta possível. Caso esteja ouvindo músicas como "Ty Cobb", "Blow Up The Outside World", "Fell On Black Days", podes saber que o bicho está pegando mesmo. Agora, caso "The Day I Tried To live" esteja no repeat, aí aconselho manter distância, mesmo. É impressionante como uma música consegue ilustrar de forma tão acurada o que sinto em momentos de tremenda fúria. Podem categorizar a voz de Chris Cornell como sendo visceral, ou simplesmente gritada mesmo, não me importo. Já foi mais de uma vez que fiquei afônico de tentar acompanhar a letra de tal música.
Outra banda que faz-me experimentar uma certa catarse de raiva, é Alice In Chains, mas esta banda, ao contrário de Soundgarden, consegue ter músicas mais amenas que escuto em momentos mais normais de meu dia a dia. Das bandas de Seattle, boa e saudosa fase dos anos 90 que tanto curti, estas duas são as que mais se sobressaem ainda quando o assunto é ter raiva.
Outro elemento muito presente em esta personalidade tão pessoal, é a melancolia, a tristeza, evidentemente(que surpresa, titio Buriol.) Existem algumas experiências sonoras que costumo reservar para momentos em que o bicho pega para este lado. Existe uma música, "Reverse Soundtrack", da conhecidíssima banda Something for Kate(Goddamned fuckin' nice aussies. Highly recommended), que já me fez ter ânsias de choro em público, em pleno ambiente de trabalho, anos atrás. Desde tal época, só a escuto em momentos de profunda depressão. Mas acredito que nenhuma sequência musical me remeta mais a tristeza do que as primeiras seis músicas do segundo disco daquilo que considero uma moderna ópera do roquenrou; falo de "The Wall", Pink Floyd. Quando o disco chega em certos versos de "Nobody Home", é meio que difícil para mim segurar o choro, se o dia estiver muito mas muito deprê. As letras das músicas que integram este "movimento" do disco são a definição definitiva bem definida do que considero a mais absoluta derrota perante o ocaso da vida...
Músicas para momentos alegres...(Alegria? O que ser isso?) Blah. Sim, existem momentos que me sinto meio abobalhado, meio que ululante. Nada melhor que coisas mais animadas. E sim, existem músicas deste tipo em minha imensa coleção de mp3Z: Apples In Stereo: escute o disco "Discovery Of a World Inside The Moone" e veja do que estou falando. Aquilo ali eu não consigo ouvir se não estiver completamente retardado de animação - acontece, mui raramente, mas acontece. Existem músicas de outra banda, esta denominada Spoon, que me fazem até quere dançar feito um idiota, caso o momento esteja bom; o disco "Girls Can Tell" é um exemplo clássico disso. Músicas com letras mais intensas, não necessariamente alegres por si, mas com melodias mais "dançantes", podemos encontrar em discos de Jane's Addiction. Escute "Been Caught Stealing" e "Stop!", por exemplo. Uma míriade de canções estupidamente alegres da banda que mencionei ontem, GbV, também podem ser ouvidas em momentos de extrema descontração.
Músicas para momentos, raros momentos que eu só consigo definir como "pós-orgásmicos", aqueles momentos em que se alcançou uma meta, conseguistes alcançar o inalcançável, deu tudo certo e no final você ainda ganhou a mocinha ou mocinho, seja lá o que for, aqueles raros momentos que tudo dá certo e a esperança no futuro está em alta. Sim, existe uma trilha sonora para estes raríssimos momentos. Trata-se de músicas que me definem enquanto pessoa, enquanto este ser humano muito estranho que habita esta vida, este planeta.
Tão raros são tais momentos, quão raras são as músicas que adotei para escutar nestas horas. Consigo me lembrar apenas de duas. Uma delas, é de minha banda inglesa preferida, daquelas raras músicas que costumo escutar e ser completamente arrebatado logo na primeira audição. Trata-se da canção "Duress", da excelente boa ótima banda Swervedriver. Podem me falar o que quiser - que é longa, que a letra não é exatamente alegre, que isto e aquilo - Dane-se. Não consigo definir uma música cujo impacto tenha sido tão fulminante e revelador para mim. Acho que nunca me esquecerei do momento que escutei-a pela primeira vez. Posso afirmar que, se eu pudesse casar-me com uma música, seria com esta.
A outra, não é tão significativa para mim quanto Duress, mas é igualmente certa para me definir musicalmente; trata-se de "Fripp" da banda Catherine Wheel. Eu adoro tal música, e só costumo escutá-la em tais momentos, raros momentos.
Em verdade, sei que tal compilação de nomes e bandas é injusta para o panorama musical que frequenta meus ouvidos, pois bem sei que estarei esquecendo de várias musicalidades no processo de inventar tal textículo. Mas, no exercício quase diário de aqui comparecer e dar meu pitaco em assuntos tão pessoais como este, é o que saiu. Bem sei que sou um maldito roqueiro de meia-idade e que é tendencioso a generalizar seu gosto em bandas de língua inglesa. Já escutei muitas acusações do tipo, "você só gosta de coisas americanas"(não é verdade) e "porque não escutas coisas brasileiras" blah blah blah.
Respondo da seguinte maneira: por dois motivos: um - o que escutei não fez minha cabeça e dois - porque tenho preguiça. Tá, podem voar novas acusações. Não me importo muito. Não escuto isto ou aquilo porque é "em inglês."
Somente escuto o que me faz a cabeça, e não aquilo que me faz parecer "cult", por assim dizer. E sinto ter de usar tal exemplo, já pedindo perdão aos que realmente curtem a coisa: eu vejo muita gente que escuta bossa-nova apenas para parecer ser cult. E abomino, muito mesmo, tal comportamento. E acontece não somente no campo musical. Aposto que alguns de vocês conhecem alguém que leu aforismos de Nietzsche, ou leu "Zaratustra" e se diz intelectual. Sendo que nem sequer entendeu nada do que leu.
Eu tenho imensa preguiça deste tipo de gente.
Em suma, por hora é isso. Tenho que trabalhar, meu trabalho, ganha pão, de fato.
Já afirmei antes, e volto a dizer, infelizmente me parece que a raiva é a emoção mais bem manifestada por pessoas de meu clã, esses malditos Burians, tchecos tortos transplantados para terras tupiniqunis. E se algum dia ouvires em minhas caixas sonoras estereofônicas canções da banda Soundgarden a todo volume, fiques avisado: O clima é de raiva, da mais absoluta possível. Caso esteja ouvindo músicas como "Ty Cobb", "Blow Up The Outside World", "Fell On Black Days", podes saber que o bicho está pegando mesmo. Agora, caso "The Day I Tried To live" esteja no repeat, aí aconselho manter distância, mesmo. É impressionante como uma música consegue ilustrar de forma tão acurada o que sinto em momentos de tremenda fúria. Podem categorizar a voz de Chris Cornell como sendo visceral, ou simplesmente gritada mesmo, não me importo. Já foi mais de uma vez que fiquei afônico de tentar acompanhar a letra de tal música.
Outra banda que faz-me experimentar uma certa catarse de raiva, é Alice In Chains, mas esta banda, ao contrário de Soundgarden, consegue ter músicas mais amenas que escuto em momentos mais normais de meu dia a dia. Das bandas de Seattle, boa e saudosa fase dos anos 90 que tanto curti, estas duas são as que mais se sobressaem ainda quando o assunto é ter raiva.
Outro elemento muito presente em esta personalidade tão pessoal, é a melancolia, a tristeza, evidentemente(que surpresa, titio Buriol.) Existem algumas experiências sonoras que costumo reservar para momentos em que o bicho pega para este lado. Existe uma música, "Reverse Soundtrack", da conhecidíssima banda Something for Kate(Goddamned fuckin' nice aussies. Highly recommended), que já me fez ter ânsias de choro em público, em pleno ambiente de trabalho, anos atrás. Desde tal época, só a escuto em momentos de profunda depressão. Mas acredito que nenhuma sequência musical me remeta mais a tristeza do que as primeiras seis músicas do segundo disco daquilo que considero uma moderna ópera do roquenrou; falo de "The Wall", Pink Floyd. Quando o disco chega em certos versos de "Nobody Home", é meio que difícil para mim segurar o choro, se o dia estiver muito mas muito deprê. As letras das músicas que integram este "movimento" do disco são a definição definitiva bem definida do que considero a mais absoluta derrota perante o ocaso da vida...
Músicas para momentos alegres...(Alegria? O que ser isso?) Blah. Sim, existem momentos que me sinto meio abobalhado, meio que ululante. Nada melhor que coisas mais animadas. E sim, existem músicas deste tipo em minha imensa coleção de mp3Z: Apples In Stereo: escute o disco "Discovery Of a World Inside The Moone" e veja do que estou falando. Aquilo ali eu não consigo ouvir se não estiver completamente retardado de animação - acontece, mui raramente, mas acontece. Existem músicas de outra banda, esta denominada Spoon, que me fazem até quere dançar feito um idiota, caso o momento esteja bom; o disco "Girls Can Tell" é um exemplo clássico disso. Músicas com letras mais intensas, não necessariamente alegres por si, mas com melodias mais "dançantes", podemos encontrar em discos de Jane's Addiction. Escute "Been Caught Stealing" e "Stop!", por exemplo. Uma míriade de canções estupidamente alegres da banda que mencionei ontem, GbV, também podem ser ouvidas em momentos de extrema descontração.
Músicas para momentos, raros momentos que eu só consigo definir como "pós-orgásmicos", aqueles momentos em que se alcançou uma meta, conseguistes alcançar o inalcançável, deu tudo certo e no final você ainda ganhou a mocinha ou mocinho, seja lá o que for, aqueles raros momentos que tudo dá certo e a esperança no futuro está em alta. Sim, existe uma trilha sonora para estes raríssimos momentos. Trata-se de músicas que me definem enquanto pessoa, enquanto este ser humano muito estranho que habita esta vida, este planeta.
Tão raros são tais momentos, quão raras são as músicas que adotei para escutar nestas horas. Consigo me lembrar apenas de duas. Uma delas, é de minha banda inglesa preferida, daquelas raras músicas que costumo escutar e ser completamente arrebatado logo na primeira audição. Trata-se da canção "Duress", da excelente boa ótima banda Swervedriver. Podem me falar o que quiser - que é longa, que a letra não é exatamente alegre, que isto e aquilo - Dane-se. Não consigo definir uma música cujo impacto tenha sido tão fulminante e revelador para mim. Acho que nunca me esquecerei do momento que escutei-a pela primeira vez. Posso afirmar que, se eu pudesse casar-me com uma música, seria com esta.
A outra, não é tão significativa para mim quanto Duress, mas é igualmente certa para me definir musicalmente; trata-se de "Fripp" da banda Catherine Wheel. Eu adoro tal música, e só costumo escutá-la em tais momentos, raros momentos.
Em verdade, sei que tal compilação de nomes e bandas é injusta para o panorama musical que frequenta meus ouvidos, pois bem sei que estarei esquecendo de várias musicalidades no processo de inventar tal textículo. Mas, no exercício quase diário de aqui comparecer e dar meu pitaco em assuntos tão pessoais como este, é o que saiu. Bem sei que sou um maldito roqueiro de meia-idade e que é tendencioso a generalizar seu gosto em bandas de língua inglesa. Já escutei muitas acusações do tipo, "você só gosta de coisas americanas"(não é verdade) e "porque não escutas coisas brasileiras" blah blah blah.
Respondo da seguinte maneira: por dois motivos: um - o que escutei não fez minha cabeça e dois - porque tenho preguiça. Tá, podem voar novas acusações. Não me importo muito. Não escuto isto ou aquilo porque é "em inglês."
Somente escuto o que me faz a cabeça, e não aquilo que me faz parecer "cult", por assim dizer. E sinto ter de usar tal exemplo, já pedindo perdão aos que realmente curtem a coisa: eu vejo muita gente que escuta bossa-nova apenas para parecer ser cult. E abomino, muito mesmo, tal comportamento. E acontece não somente no campo musical. Aposto que alguns de vocês conhecem alguém que leu aforismos de Nietzsche, ou leu "Zaratustra" e se diz intelectual. Sendo que nem sequer entendeu nada do que leu.
Eu tenho imensa preguiça deste tipo de gente.
Em suma, por hora é isso. Tenho que trabalhar, meu trabalho, ganha pão, de fato.