quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Validade.

No meio dos dias
que se tornaram noites
nada faz muito
sentido.

No obscuro sótão
que se tornou lar
refúgio
prisão
procuras o que não há.

Na manhã cinza
acordas
mas continua a dormir
dia afora
noite adentro.

No alto de sua empáfia
não encontras nada
nem ninguém
-não procuras mais nada
tampouco alguém.

Inerte vida
onde queres levar?
Inexistência
sobrevivência
sub-existência
onde queres chegar?

Não procuras ajuda
pois acha que não a merece
Não encontras ajuda
pois não pode se ajudar

Preferes a névoa,
a confusão de sentidos
químicos refúgios
abstratos sonhos
irrealizavéis ambições.

Não se lembram de ti
pois assim o quiseste
és o rei dos inexistentes
ausentes
desistentes.

Na calada da noite
ali estás
sozinho
ausente.

Onde você foi parar?
Onde queres chegar?

Até quando existirás?

Noite-dia após dia-noite,
a pergunta não quer calar.

Longe de tudo,
longe de todos
você vive
você morre.

dias que se tornaram
noites
insones
eternas.

Até quando?
Irás resistir
irás existir
conseguirás fingir
que vives
ao passo que cada dia
cada noite
morres
mais e mais.

Até quando?