quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Internétis.

Cá estou, novamente, um tanto atrasado, por motivos de TI. BIOS no sistema afetou em muito a conectividade em esta manhã, pondo frangos em geral a cacarejar desesperadamente pelo seu tão amado acesso vital à rede de blahblahblah mundial.

Engraçado isto né. Anos atrás, lá pra 2001, 2002, de quando minha primeira estada em esta empresa se processava, não tínhamos acesso a nenhuma internet neste local. A única conexão permitida aqui era para se retirar extratos de banco. Apenas um computador tinha modem - a famosa e temida conexão DISCADA - e só se entrava pelo tempo necessário para fazer a operação.

Sete anos mais tarde, a coisa está completamente diferente. Mesmo antes; a internet banda larga e disponível para todos os computadores da empresa tomou forma em 2003. Neste princípio de manhã que ficamos momentaneamente desconectados da tal rede, o caos começou a imperar aqui. Em questão de minutos todos estavam deseperados.

É estranho como em menos de uma década a coisa mudou tanto. Não que a internet não existisse naquela época, em 2001, 2002. Eu mesmo tinha meu famoso cabo de 30 metros de fio telefônico que tinha que esticar pela casa para ligar numa tomada pra coisa funcionar, a partir da meia noite em dias de semana. Mas nem cogitava a possibilidade de ficar o dia inteiro conectado. No serviço então, era ainda menos plausível.

Agora, se ficarmos dez minutos sem a coisa, sentimo-nos incomodados, literalmente. E por mais que se diga que a rede mundial é isto e aquilo, ela também é uma excelente fonte de perda de tempo. Como um amigo meu me disse esta semana, citando uma frase que ele leu na própria internet, "A internet é o altar onde sacrificamos nosso tempo."

E é verdade, pois este tanto de informações tão facilmente disponível a todos é algo extremamente viciante. Entretanto, eu não condeno de forma alguma a existência desta moderna "necessidade vital". Aprecio muito conseguir ter acesso a informações e conteúdos que de outra maneira nunca chegaria às minhas mãos, aos meus ouvidos. Quando, eu me pergunto, quando eu iria saber algo a respeito de bandas como El Ten Eleven(que cada vez mais aprecio e me surpreendo quando vejos seus vídeos de shows ao vivo)?

Acho que nunca.

Não nego entretanto, que se nos deixarmos levar, perdemos horas e horas vendo bobagens na rede. Quer coisa que te leva mais à perda de tempo que um site como o YouTube? Você vê um clipe duma banda que você gosta, olha os links relacionados, resolve clicar em um, que abre outras tantas recomendações, que vão se ramificando ad infinitum. Dez horas depois, o que começou com uma simples pesquisa sobre um vídeo legal se transformou em uma torrente de inutilidades. Começou no clipe, terminou em receita de chucrute em alemão com legendas em português, ou coisa parecida, horas mais tarde.

Mas enfim, como adicto da coisa que sou, não devo negar que sinto falta dela quando ela falha. Quando afirmo que não assisto mais televisão escondo o hábito irremediável que tenho de chegar em casa e automaticamente ligar o computador e o acesso à tal da rede mundial.

A tecnologia de fato muda nossos hábitos.