quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Velharias.

1977. Neste ano, glorioso ano, para alguns aficionados da boa música ao menos, surgia um movimento musical que veio mudar tudo que existia até então. Bem representado por Joey, Johnny, Tommy e Dee Dee Ramone, o punk rock começou a fazer história. Eu, que sou amante de boas músicas, agradeço muito a estes senhores, por ter influenciado positivamente a esfera musical. A música não mais precisava ser necessariamente ultra-complexa para ser boa. Eu, sendo o músico amador de meia tigela que sou, faço valer muito deste recurso quando toco. E sim, música simples pode ser muito, mas muito boa, eu sempre acreditei nisso.

Gosto quando aplicam este conceito, e por muitas vezes tentei aplicá-lo em minha vida, nas coisas que faço, além de tocar sem saber tocar "de verdade". Mas em 1977, mais especificamente dez dias após a data comemorativa da independência de um certo país no qual resido, nasceu um paradoxo muito complexo para ser definido pelo modo simples de vida. Uma pessoa que nunca aceitou direito o mundo e suas imperfeições. Alguém que por tanto chorar recebeu as primeiras porradas da vida cedo. Alguém que procuraria, durante toda sua vida não ser igual, ser diferente, sendo escorraçado pela vida usual e mundana de todos os frangos ao seu redor desde sempre.

Um cara que desde cedo se ateve a detalhes, detalhes, sempre detalhes. Que desde cedo foi diagnosticado com vista curta, precisando de óculos, grossos como lupas, mesmo que agissem em contrário das lupas em si. Um cara que custava a ter amigos, mas estes, quando aprovados por sua rigidíssima seleção, eram tratados como irmãos, são tratados como irmão, ainda que muitas vezes nem todos o merecessem ou mereçam, tal é o tamanho da sordidez humana.

Desde cedo este cara aprendeu a ser desconfiado, a ser defensivo, a tentar ficar na sua, apesar de muitas vezes ser forçado a ter raivas. Quanta raiva! Quanta raiva existe neste cara, até hoje, sem que nem ele mesmo saiba por que motivo, pois eis que a Grande Granja não muda, não mudará.

Desde cedo este cara se inclinou para os papéis, para os lápis, herança esta de um dos lados de mais próximo parentesco, aprendendo que dicotomias existem em quaisquer locais, mesmo em casa. 50% de aprovação e 50% de execração. Aliás, esta dicotomia sempre existiu, sempre existirá na cabeça deste cara: o fato de existirem duas metades altamente antâgonicas convivendo em um espaço tão claustrofóbico como um crânio. As brigas que ali acontecem são como as brigas dos representantes "reais" desta dicotomia: igualmente violentas, igualmente contrárias, fortemente antagônicas.

Desde cedo este cara soube o que queria e determinou-se inflexível diante à vida na obtenção de tal ideal. O de usar tais habilidades que lhe foram ofertadas por um dos lados da família para com elas ganhar a vida. Muito para desprezo do outro lado, evidentemente. Mas não foi este lado que lhe causou mais dissabor: foi a incapacidade de poder fazer tal coisa, chegada a idade de, de fato, a vida ter de ser ganha por recursos próprios. Para isto, as afinidades deste cara pouco serviram, e o fato de ser um perfeito perfeccionista não auxiliou em nada o processo de rejeição. A culpa sempre é dele, não importa o que aconteça, ele é que não teve competência para fazer limonada de seus limões. Por anos e anos assim pensou, embarcando em falidas empresas, na tentativa vã de se obter outros modos de ganhar a vida.

Amargura. O que mais acumulou em sua vida foi amargura, infelizmente. Nunca aceitou sua derrota, nunca aceitou o fato que, sendo humano, é imperfeito e comete tantos erros quanto todos os frangos ao seu redor. Seguiu sozinho por muitos anos, ou quase sozinho, deixando loucos seus poucos amigos, aqueles seres seletos que o toleram e por ele são tolerados. Ano após ano, dia após dia, estava ficando cada vez mais louco. Cada vez mais descrente com as coisas e com a vida, mas que teimava em existir, por algum motivo, por mais covarde que seja, por mais conformista que fosse. Nunca enxergou a saída, se é que ela existisse. E assim foi.

Este cara esteve muitas vezes no mais profundo desespero, mesmo que ninguém entedesse nada, qual o motivo real de tal pânico. Nemn ele mesmo entendeu ao certo, pelo menos assim ele pensou, por anos e anos e anos. Se imergiu em drogas, vomitando-as em seguida; mergulhoe em um mundo irreal, de lá saindo ainda mais misantropo, e desde então ficou cada vez mais à deriva.

Agora, uma coisa que inexplicavelmente lhe pareceu ser realmente verdadeiro em sua vida é que, de alguma obscura forma, algo existia, existiu e existe dentro deste cara que o mantivesse na luta, por mais inglória que fosse. Ele sempre continuou tentando, ruminando, cogitando, trabalhando, para que algo acontecesse. Para que a vida acontecesse. Para que não se tornasse apenas mais um medíocre frango na Grande Granja. Descobriu que os melhores presentes que se ganham na vida são aqueles que você mesmo se dá, aqueles que você mesmo se oferta com o intuito de tentar, de acender o fogo interno, a grande paixão de sua vida. Seu alfa e seu ômega. O princípio e o fim.

Este cara, está fazendo oficialmente sua trigésima segunda volta em torno do Sol, e recentemente redescobriu em si algo que julgava ter assassinado em seus devaneios de ira auto-infligida ou não, causada por si mesmo ou pelo convívio com os outros cacarejantes seres desta Granja. Este cara se deu alguns brinquedos muito válidos neste ano, e ralou muito para obter tais prendas, trabalhando em um local que além de não ter nada a ver com suas infames paixões, é um beco sem saída do ponto de vista profissional.

Este cara, por incrível que pareça, ainda está atrás do que sempre soube que quis, por mais inglória que seja a batalha. Por mais desvalorizado que seja seu ofício. Por mais insensato que possa parecer ainda nutrir esperanças em seu sonho dourado de infância.

Este cara é teimoso. Irá morrer em sua luta. Em seu duro estoicismo.

Este cara, se deu recentemente um aparato altamente muderno para a confecção de imagens digitais, em esta era de tecnologias, e esteve até tarde ontem tentando fazer algo que prestasse para marcar tal data, digna de ser designada o dia inbternacional do teimoso. Do vaso ruim. Este cara, evidentemente não gostou do que ali produziu, mas está tentando mudar, se conceder um pouco de imperfectabilidade. Sabe que, se insistir, poderá fazer eventualmente algo que ali preste. Irá morder seu orgulho inútil e se sujeitar ao ridículo mais vezes.

Este cara se acha ser algo assim, deste jeito.




Este cara presume que daqui a um ano, estará usando melhor tal aparato digital, que ainda nem sabe quanto irá ter que pagar. No momento, o que este cara quer é algo que já foi escrito nesta semana que se passou. Este cara espera, sinceramente, se lembrar ou de fato aprender como diabos se trata um desenho de cabelo!

Por uma vida menos ordinária, aqui deixo eu registrado que a briga irá continuar, mesmo que as pessoas realmente dignas de menção por este que vos escreve, sacudam a cabeça negativamente. Sei que não são todas. Sei que existem aqueles que por mim irão torcer. E muito agradeço. Espero, que, de fato, até o ano que vem, eu esteja já com outra visão de vida. Ou ao menos sabendo usar minha Intuos 4 direito. Ela é tãoooooo legal, acreditem em mim. Ontem eu só parei de tentar fazer este rabisco ficar mais aceitável porque eu tinha que me levantar para vir ter a este emprego aqui.

Quem sabe se alguma coisa legal não acontece até lá. Bem, no mínimo estarei tocando melhor meu baixo(que eu estou amando de paixão) e usando melhor minha Intuos. Parabéns pelo excelente produto, senhores da Wacom internacional.

E tenham todos um bom dia. Inclusive o senhor, Sr. Buriol.

Tão velho quanto o panquerroque e quase tão caduco quanto!

Hey, ho, let's go!

Don't you know about the bird,
Well everybody knows that bird's a word!