segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Aqui Jazz.

Ah, mais uma segunda feira. Só de saber, hoje pela manhã, que haverão ainda este ano duas segundas feiras que serão dias úteis - a saber, serão feriados(dia útil pra mim é fim de semana e feriado) - eu já fiquei mais animado. Feriados serão sempre dias sagrados, finais de semana com três dias é algo realmente sacro. Em minha opinião agnóstica, isto é.

Pois. neste final de semana teve o evento internacional de Jazz em BH, o I Love Jazz, que contou com três tardes/noites de shows com bandas do gênero. Eu não sou muito fã de Jazz, confesso. Lembro-me mesmo da ojeriza que tomei por este gênero na época em que estava fazendo aulas de guitarra, e sendo o bom roqueiro de garagem que sou, fiz muita resistência, batia de frente toda hora com meu professor, que era amante deste gênero e ficava tentando me empurrar exercícios voltados para o aprendizado de Jazz. Não, não e não. Eu quero é rock porra! E por aí ia, noites afora.

Mas como eu mesmo descobri, alguns tipos de música - MÚ-SI-CA, eu digo, verdadeira música, e não fanques(o fanque carioca, que nunca, jamais será algo como um Funk de James Brow), sertanejos, forrós, axés e quejandos, estas coisas hediondas que jamais serão música prorpiamente dita. Não a meus ouvidos ao menos - alguns tipos de música são mais apreciavéis quando se tem contato com o espetáculo, com a produção ao vivo da música em si.

Só compareci ao festival por uma noite, devido à minha idade pessicólogica avançada e certas teimosias inerentes aos velhos de 32 anos, mas mesmo assim fiquei embasbacado com as performances ali testemunhadas. A banda que encerrou a noite de sábado foi um dos espetáculos mais prazeirosos que já assisti ao vivo. E, curioso, eu escutei aquelas músicas completamente retrôs, algumas datando mesmo dos anos 30, 40, 50 do século passado, e fiquei sinceramente irradiado por uma energia estranha. Me deu vontade de dançar. Ahahahahaha, isto é incrível, eu diria. Algo que me faz ter vontade de dançar, eu, este robô da dança, é realmente incrível.

Mas sinceramente, eu fiquei meio que transportado, em especial no encerramento da noite, com uma música que supostamente é épica em se tratando de Jazz - "Sing, sing, sing", de 1936(!) - em que todos os músicos fizeram seu solo. Foi realmente impressionante. E aparentemente, a platéia de Belo Horizonte não deixou a desejar, pois era notável o ar de staisfação dos músicos também, que sempre ainda faziam o bis, agradecidos pelo entusiasmo da galera.

E como disse minha irmão, ver coisas assim me faz lembrar de uma de minhas melhores noites da vida, daquelas que eu sempre me lembrarei com um farto sorriso e sensação de alegria ao contemplar sua remota memória, que foi a última vez em que eu e ela nos apresentamos ao vivo em um showzinho. Foi definitivamente memorável. E me fez sentir-me muito bem, muito vivo.

Quem sabe não existirão outras oportunidades? Eu gostaria muito.

Enfim, tornemos ao mundo real, a esta segunda-feira real e inútil(não é feriado; portanto é um dia inútil. C.Q.D.), e a esta contabilidade de dias drenados pelo capitalismo e pela necessidade de viver com algum dinheiro, vil metal que nos sustenta e que tanto faz falta.