sexta-feira, 11 de março de 2011

Cotonetes.

Estava eu, a ver o panorama mundial, pela net, pela rede de tantos e tantos computadores interligados, mantendo as pessoas juntas mantendo-as convenientemente longe, cada macaco no seu galho, cada coisa em seu lugar, por vezes mais distantes que os outros. Olho para a piadinha jocosa e energúmena do Púbico Funcionário. Existe o comando, que deve ser usado. Existe no mundo virtual, tem de haver no mundo real: "/ignore". Sim, sim, deveras. Ignorar faz bem, especialmente quando não se vale mais a pena preocupar com tais coisas. O importante é seguir em frente. Adiante. Progredir.

Ignorada a ameaça de mau humor induzido, vamos ao comércio. Comércio de escravas brancas, pretas, vermelhas, universais, oh que maravilha! Dizem tanta coisa sobre este mercado, tantas ofertas, tantas carnes. Ó belas e acessíveis carnes, pague o preço e se divirta. Eu não. Existem prioridades mais prioritárias que esta. Existem Telecasters, SGs, e a tão almejada Jazzmaster, objetos mui aprazíveis aos olhos e aos desejos consumistas deste Noiado, ser estranho que rejeita objetos de consumo carnal; não tentem entender: assim como ele não vos entende, o recíproco é deveras verdadeiro.

Afinal, para qual de nós existe a verdade absoluta? Qual de nós deseja exatamente as mesmas coisas que o restante da humanidade? Ninguém, absolutamente ninguém negará o fato de que é impossível contemplar todas as coisas que outrem deseja sem torcer o nariz para certos anseios de nossos compatriotas, frangos por nascença, unidos pela genética, pelo acidente mais catastrófico que a evolução produziu. Uns querem carros, outros querem guitarras. Alguns desejam o rabo de Emengarda temperado no açafrão e azeite de dendê(Oh, dê, dê!), outros apenas almejam um prato de macarrão, qualquer coisa para se mastigar nas amargosas noites sem-teto em uma metrópole qualquer espahada na superfície deste glóbulo celeste.

E como é errática a vontade das gentes humanas, sobre-humanas, sub-humanas. Ontem, queria eu comprar uma cadeira, e deveras a comprei, hoje quero eu mais uma menina dotada de seis cordas em seu corpo, apenas para a possuir em minhas mãos e dela arrancaralgum suspiro. Sim, a analogia carnal é sempre existente neste caso, e garanto que alguns de nós na hora pensaram em outras coisas, tão presentes na mente dos homens que por aí existem. Sim, desejos, anseios: uns ditados pelo consumismo puramente capitalista em essência, outros menos voltados ao poder aquisitivo.

Por quê então estranhar o que os outros querem? Porque mesmo rechaçar as prefêrencias duns e d'outros? Sim, existem desejos impublicáveis, mesmo execráveis, como aqueles presentes nas mentes de certos representantes de certos curandeirismos representados por doutos e abastados senhores residentes e/ou representantes de certo "paíseco" europeu, capital do obscurantismo mundial, começado com a letra V. Bizarros senhores estes, uns dignos de pena, outros dignos de pedras, muitas pedras por cima das "santas" cabeças. Ambas.

Eu, de meu lado, fico com minhas bizarrices, e tento com elas conviver. Tenho meus anseios consumistas como outro ser qualquer, integrante da realidade econômica do mundo. Tenho estranhos desejos e estranhos gostos como qualquer outro ser humano.

E me pergunto, o motivo da mente, minha própria mente, me trair por horas, me pôr a questionar meus anseios em detrimento aos desejos dos outros...

Ó incongruente mente. Se ao menos soubéssemos domá-la de forma a ser menos problemática. Suponho que sim, exista uma forma. Ainda assim, não a encontrei...

O que fazer? Enquanto estiver vivo, é preciso buscar tal objetivo. O difícil é sempre se recordar de tal meta...especialmente estando nós cercados de agentes do caos, que tanto insistem em nos baratinar as mentes.

Mas, no momento, o importante é segui a píton, tentar entendê-la. Tentar achar o rastro da cobra e dela tirar alguma esperança, para mim muito mais válida que os anseios da acefalia púbica. Nos dois sentidos da infeliz comparação.

Voltemos então, ao estudo à distância segura de meu aparato computadorístico.

Até a vista, confrades de minha vida, estranha vida.