Mais uma semana, sete dias. Sete vezes tantos, sete vezes nada? Zero, divido por zero. O que resulta?
Não sei.
Dias e dias, uma vida inteira, sem saber o que fazer, como ser, como proceder. Como viver?
Não sei.
Inaceitável? para si e para os outros? Outros? que eles têm a ver? Por que ages assim?
Não sei.
Estar sozinho, no meio da multidão, por toda uma vida. Se flagrar imaginando besteiras auto-destrutivas, em meio à turba barulhenta de festas e reuniões. Ver gente, e querer sair correndo. Sair de casa, quase não consegues mais. Por quê?
Não sei.
Tentar ser o que não sou, tentar fazer o que não consigo fazer, teimar, teimar. Tentar novamente, cair novamente, falhar, falhar. E se em mim depositam alguma confiança, eventualmente ela falha, assim como eu. É assim?
Não sei. Acho que é.
Mas, por quê?
Não sei.
Insisto, já nem sei mais por quê. Todo raio débil de esperança que me aparece não dura mais que um segundo, uma enganação, lamentável brincadeira de mau gosto do universo contra mim, ou de mim para mim, se me acham arrogante de considerar tal possibilidade. Viver sem esperança, sem deus ou algo que me iluda que tudo irá terminar bem, que serei perdoado por tanta merda que faço ou deixo de fazer, já não sei de mais nada. Não espero nada e espero tudo, para no final ver que mais trinta anos se passaram e não restaram nada, além destes murais de lamentações, apregoados dia após dia.
Já não sei mais para quê.
Não sei. Tenho medo de tudo, de todos, e abandono tudo e todos antes que eles me abandonem, excelente raciocínio, pois não. Xingo frangos, mas sou o pior deles. Aquele que desiste antes mesmo de tentar. Para quê estou aqui? Apenas para servir de mau exemplo? Triste referência, esta.
Não sei mais por quê continuo.