Ontem, uma certa senhora, ausente em minha vida desde os 13 ou 14 anos de idade, resolveu reaparecer, muito para meu desconforto. Sim, foi uma reaparição nada agradável: enxaquecas, são coisas terríveis. Nem me lembrava o tanto que esta coisa era debilitante.
Como é típico de minha vida, tenho o azar de ser um homem acometido por tal extreme headache. Uma breve consulta sobre o artigo Wikipedico sobre a coisa me revelou que poucos são os caras sorteados mundo afora com tal aflição. E pelo que li ali, a minha não é das piores: existem casos de duração de até 72 horas de enxaquecas. E me lembro do depoimento da ex-namorada de um amigo meu, que me afirmava que, quando a coisa batia em sua cabeça, somente remédios da faixa de Tylex conseguiam amainar sua fúria.
Eu comecei a me sentir estranho logo pela manhã, com excesso de bocejos. Pode parecer idiota, mas é sintoma de que a coisa está por vir. Também estava com o pescoço todo travado, e lá fora, a luz do dia parecia gritar em minhas retinas; os sons ordinários do trânsito, se tornaram agulhas em meus tímpanos. Lá pelas nove e meia eu procurei em minha mochila pelo medicamento de emergência para estes casos, o tal Ormigrein, que é o único que me valia quando tinha episódios mais regulares desta merda.
Neste ano infame de 2010, eu voltei a ter esta indesejada em minha cachola; já é a terceira ou quarta vez que ela me agracia com sua presença. Só que até a data de ontem, eu não havia experimentado uma com tal intensidade. A dose inicial de dois comprimidos do medicamento, recomendada pela bula do mesmo, não adiantou. Mandei mais um pra dentro, mas ao meio dia eu já tinha a nítida certeza que meu dia estava encerrado. Eu quase não aguentei comer, me forçando a fazê-lo para não piorar ainda mais a coisa, mas senti que a comida não desceu legal. E como a náusea é outro sintoma dessa porcaria, eu tive que me segurar para não visitar a Celite e pôr para fora tudo.
Lá pela uma e meia da tarde, eu desisti de permanecer aqui no escrotório e me mandei para casa, lamentando muito não ter óculos escuros em minha posse: a luz do dia machucava mesmo. Os sons dos carros e das pessoas eram metralhadoras em meu córtex. Cheguei em casa, apanhei a bolsa de gelo no freezer e me deitei, posicionando o gélido aparato por sobre meus olhos. Em passadas crises de minha adolescência, eu me recordava que quando ela batia com tal intensidade, o gelo na cabeça era a única coisa que de fato melhorava os sintomas...não sem antes quase me matar de tanta dor, uma vez que o que se sente inicialmente quando temos que apelar para o tratamento gelado é o aumento de pelo menos dez vezes na dor de cabeça causada pela enxaqueca.
Segurei as ondas, fechei meus ouvidos com os famosos tamões industriais da 3M e consegui dormir um pouco. Lá pelas cinco da tarde, a crise passou, mas me deixou completamente retardado pelo resto do dia. Era outra coisa que não me lembrava. Depois de uma crise dessas, você fica meio catatônico até o dia seguinte.
Bem, agora cá estou, me perguntando se esta indesejada vai voltar a se tornar algo constante em minha vida...sinceramente não sei dizer. Espero que não. Quando uma coisa deste naipe acomete uma pessoa, somente uma coisa é certa: seu dia irá pro espaço. Enquanto a crise não passa, sua cabeça vira um deserto completo. Somente a dor e a náusea existem em seu corpo, e seu único pensamento é: um quarto, por Mitra. Um quarto escuro, uma cama silenciosa. E a tal bolsa de gelo.
Bem, voltando ao mundo dos vivos, vejamos o que vem a seguir.
Como é típico de minha vida, tenho o azar de ser um homem acometido por tal extreme headache. Uma breve consulta sobre o artigo Wikipedico sobre a coisa me revelou que poucos são os caras sorteados mundo afora com tal aflição. E pelo que li ali, a minha não é das piores: existem casos de duração de até 72 horas de enxaquecas. E me lembro do depoimento da ex-namorada de um amigo meu, que me afirmava que, quando a coisa batia em sua cabeça, somente remédios da faixa de Tylex conseguiam amainar sua fúria.
Eu comecei a me sentir estranho logo pela manhã, com excesso de bocejos. Pode parecer idiota, mas é sintoma de que a coisa está por vir. Também estava com o pescoço todo travado, e lá fora, a luz do dia parecia gritar em minhas retinas; os sons ordinários do trânsito, se tornaram agulhas em meus tímpanos. Lá pelas nove e meia eu procurei em minha mochila pelo medicamento de emergência para estes casos, o tal Ormigrein, que é o único que me valia quando tinha episódios mais regulares desta merda.
Neste ano infame de 2010, eu voltei a ter esta indesejada em minha cachola; já é a terceira ou quarta vez que ela me agracia com sua presença. Só que até a data de ontem, eu não havia experimentado uma com tal intensidade. A dose inicial de dois comprimidos do medicamento, recomendada pela bula do mesmo, não adiantou. Mandei mais um pra dentro, mas ao meio dia eu já tinha a nítida certeza que meu dia estava encerrado. Eu quase não aguentei comer, me forçando a fazê-lo para não piorar ainda mais a coisa, mas senti que a comida não desceu legal. E como a náusea é outro sintoma dessa porcaria, eu tive que me segurar para não visitar a Celite e pôr para fora tudo.
Lá pela uma e meia da tarde, eu desisti de permanecer aqui no escrotório e me mandei para casa, lamentando muito não ter óculos escuros em minha posse: a luz do dia machucava mesmo. Os sons dos carros e das pessoas eram metralhadoras em meu córtex. Cheguei em casa, apanhei a bolsa de gelo no freezer e me deitei, posicionando o gélido aparato por sobre meus olhos. Em passadas crises de minha adolescência, eu me recordava que quando ela batia com tal intensidade, o gelo na cabeça era a única coisa que de fato melhorava os sintomas...não sem antes quase me matar de tanta dor, uma vez que o que se sente inicialmente quando temos que apelar para o tratamento gelado é o aumento de pelo menos dez vezes na dor de cabeça causada pela enxaqueca.
Segurei as ondas, fechei meus ouvidos com os famosos tamões industriais da 3M e consegui dormir um pouco. Lá pelas cinco da tarde, a crise passou, mas me deixou completamente retardado pelo resto do dia. Era outra coisa que não me lembrava. Depois de uma crise dessas, você fica meio catatônico até o dia seguinte.
Bem, agora cá estou, me perguntando se esta indesejada vai voltar a se tornar algo constante em minha vida...sinceramente não sei dizer. Espero que não. Quando uma coisa deste naipe acomete uma pessoa, somente uma coisa é certa: seu dia irá pro espaço. Enquanto a crise não passa, sua cabeça vira um deserto completo. Somente a dor e a náusea existem em seu corpo, e seu único pensamento é: um quarto, por Mitra. Um quarto escuro, uma cama silenciosa. E a tal bolsa de gelo.
Bem, voltando ao mundo dos vivos, vejamos o que vem a seguir.