Há algo errado por estes dias. Tenho acordado com o corpo pesado feito chumbo, por dias agora. Presumo eu, este ser sempre pensante, sempre noiante, que a vida é repleta destes episodios, momentos em que as coisas parecem perder completamente o sentido. Acho que é algo assim, uma maré incontrolável de coisas que não temos controle algum, e por isso mesmo ficamos frustrados quando as coisas não andam conforme planejamos. Enfim.
Talvez também, eu esteja mais melancólico nesta manhã de hoje devido ao fato que concluí ser absolutamente, irremediavelmente viciado em música. Grande novidade, muitos devem pensar. Sim, certo, certo. Acho estranho pensar néste hábito como se pudesse ser tachado de vício, mas não fui eu que o fiz inicialmente; esta idéia eu tirei de um dos livros de um certo cara, que admiro muito. Em uma passagem de um de seus livros ele relata como estamos tornadno-nos viciados em um mundo barulhento, onde ser mais barulhento significa vencer; um mundo onde o silêncio causa-nos tamanha estranheza que se torna uma coisa opressiva, aflitiva.
Não sei se é assim, e meu caso vem a ser muito mais banal; não quero eu vencer os demais seres humanos me tornando ainda mais barulhento que eles, apenas não quero me sujeitar a escutar os sons chatos por eles emitidos. O que aconteceu-me esta manhã foi que verifiquei, muito para meu desagrado, que havia esquecido o aparato musical e isolante do mundo externo que é meu iPod juntamente com aquele famoso fone de ouvidos. Caminhei para o escritório ouvindo a sinfonia que deixo de ouvir todas as manhãs ao caminhar para cá devidamente aparelhado. Não estou perdendo absolutamente nada ao fazê-lo, creio eu.
E precisamente em esta manhã estava eu muito desejoso de escutar uma música em particular, que faz título a estas mal escritas linhas - sim, aposto uns 200 reais como ninguém conhece tal faixa, integrante do disco Everything's Alright Forever, da banda inglesa Boo Radleys; na data de ontem estive com ela pulsando em minha cabeça boa parte do dia. É uma dessas músicas que você gosta de imediato. E desde que ouvi tal faixa, desde sua primeira audiência, estive com o "riff" dela em minha cabeça. É uma melodia muito bem manjada, daquelas nada originais mas que soam muito bem aos nosso ouvidos. Presumo que seja apenas uma questão de gosto, mas não sei.
O que eu tinha quase certeza é que eu sabia, ou mais apropriadamente, eu sabia que poderia vir a saber(que maravilha de frase) tocar tal faixa por conta própria. Sou um cara ilhado em meus gostos, e mais ilhado ainda quanto à necessidade fremente de aprender a tocar as músicas que gosto; creio eu que é o mais aproximado de um estudo musical que eu consigo fazer com meu escasso conhecimento musical, ao menos no quesito erudito, por assim dizer. Pois bem, ontem a noite eu escutei tal disco, e quando alcancei tal faixa, apanhei meu violão, este mais silencioso e mais..."wireless" que qualquer guitarra elétrica que exista por aí, e fiquei tentando descobrir a pegadinha da música. Eu tinha certeza que havia uma, fosse ela afinação alternativa ou apenas uma maneira não-usual de tocar.
A segunda hipótese provou-se verdadeira. De fato, não é uma música muito complicada como eu esperava e ao mesmo tempo, ainda que involuntariamente, eu sabia que seria assim. Meu gosto musical é complicado, mas isto apenas no quesito não ser muito conhecido, mas sinceramente, eu não tolero muito coisas muitíssimo complicadas, tecnicamente falando. Não tolero os ditos virtuosos da guitarra, que exploram exaustivamente os solos de beira de penhasco e pouca emoção em suas músicas. Questão de gosto, bem o sei. Não tiro o mérito dos caras, eles realmente tocam pra caralho....mas isto apenas não faz meu gênero. Por vezes, um acidente musical de duas notas me faz ter arrepios, enquanto um solo de dez minutos a la Steve Vai me enche de tédio. Enfim.
Como dizia, fazia muito tempo que não tirava uma música, e evidentemente, ainda não a sei na sua íntegra, mas a pegadinha principal foi desvendada, e isto causou-me muita satisfação. Fazia tempos que não me sentia bem em relação às minha afinidades feito ontem a noite.
É estranho isto, tal coisa não foi mais que um simples acontecimento, um simples exercício destas coisas que em mim residem...Mas me rendeu muita satisfação.
Creio que preciso aprender a destilar melhor tais coisas simples, e mais tangíveis. Talvez seja esta a reflexão do dia, por mais inútil e trivial que possa aparentar ser...
Talvez também, eu esteja mais melancólico nesta manhã de hoje devido ao fato que concluí ser absolutamente, irremediavelmente viciado em música. Grande novidade, muitos devem pensar. Sim, certo, certo. Acho estranho pensar néste hábito como se pudesse ser tachado de vício, mas não fui eu que o fiz inicialmente; esta idéia eu tirei de um dos livros de um certo cara, que admiro muito. Em uma passagem de um de seus livros ele relata como estamos tornadno-nos viciados em um mundo barulhento, onde ser mais barulhento significa vencer; um mundo onde o silêncio causa-nos tamanha estranheza que se torna uma coisa opressiva, aflitiva.
Não sei se é assim, e meu caso vem a ser muito mais banal; não quero eu vencer os demais seres humanos me tornando ainda mais barulhento que eles, apenas não quero me sujeitar a escutar os sons chatos por eles emitidos. O que aconteceu-me esta manhã foi que verifiquei, muito para meu desagrado, que havia esquecido o aparato musical e isolante do mundo externo que é meu iPod juntamente com aquele famoso fone de ouvidos. Caminhei para o escritório ouvindo a sinfonia que deixo de ouvir todas as manhãs ao caminhar para cá devidamente aparelhado. Não estou perdendo absolutamente nada ao fazê-lo, creio eu.
E precisamente em esta manhã estava eu muito desejoso de escutar uma música em particular, que faz título a estas mal escritas linhas - sim, aposto uns 200 reais como ninguém conhece tal faixa, integrante do disco Everything's Alright Forever, da banda inglesa Boo Radleys; na data de ontem estive com ela pulsando em minha cabeça boa parte do dia. É uma dessas músicas que você gosta de imediato. E desde que ouvi tal faixa, desde sua primeira audiência, estive com o "riff" dela em minha cabeça. É uma melodia muito bem manjada, daquelas nada originais mas que soam muito bem aos nosso ouvidos. Presumo que seja apenas uma questão de gosto, mas não sei.
O que eu tinha quase certeza é que eu sabia, ou mais apropriadamente, eu sabia que poderia vir a saber(que maravilha de frase) tocar tal faixa por conta própria. Sou um cara ilhado em meus gostos, e mais ilhado ainda quanto à necessidade fremente de aprender a tocar as músicas que gosto; creio eu que é o mais aproximado de um estudo musical que eu consigo fazer com meu escasso conhecimento musical, ao menos no quesito erudito, por assim dizer. Pois bem, ontem a noite eu escutei tal disco, e quando alcancei tal faixa, apanhei meu violão, este mais silencioso e mais..."wireless" que qualquer guitarra elétrica que exista por aí, e fiquei tentando descobrir a pegadinha da música. Eu tinha certeza que havia uma, fosse ela afinação alternativa ou apenas uma maneira não-usual de tocar.
A segunda hipótese provou-se verdadeira. De fato, não é uma música muito complicada como eu esperava e ao mesmo tempo, ainda que involuntariamente, eu sabia que seria assim. Meu gosto musical é complicado, mas isto apenas no quesito não ser muito conhecido, mas sinceramente, eu não tolero muito coisas muitíssimo complicadas, tecnicamente falando. Não tolero os ditos virtuosos da guitarra, que exploram exaustivamente os solos de beira de penhasco e pouca emoção em suas músicas. Questão de gosto, bem o sei. Não tiro o mérito dos caras, eles realmente tocam pra caralho....mas isto apenas não faz meu gênero. Por vezes, um acidente musical de duas notas me faz ter arrepios, enquanto um solo de dez minutos a la Steve Vai me enche de tédio. Enfim.
Como dizia, fazia muito tempo que não tirava uma música, e evidentemente, ainda não a sei na sua íntegra, mas a pegadinha principal foi desvendada, e isto causou-me muita satisfação. Fazia tempos que não me sentia bem em relação às minha afinidades feito ontem a noite.
É estranho isto, tal coisa não foi mais que um simples acontecimento, um simples exercício destas coisas que em mim residem...Mas me rendeu muita satisfação.
Creio que preciso aprender a destilar melhor tais coisas simples, e mais tangíveis. Talvez seja esta a reflexão do dia, por mais inútil e trivial que possa aparentar ser...