segunda-feira, 1 de junho de 2009

Começar, semana.

Despertar.

Pensar. O que fazer, pensar. Levantar é quase sempre um problema, mas que não pode ser contornado de outra forma. Levantar. Analisar vista da janela principal; nublado dia, cara de sugunda per se, de fato, realmente, deveras. Dia feio, nublado. Sinal dos tempos, sinal do iminente frio? O tempo dirá. Enfim. Sonhos. Houveram sonhos, decorrentes do submundo devastado por uma suposta guerra nuclear, não real, criada em algum escritório para a engenharia de diversões eletrônicas. Engraçados sonhos, sim. Derivados do consumo em excesso do digital entretenimento.

Mais adiante. Realizar poda semanal da cabeleira facial. Não esquecer disto na data anterior; eis que só ira atrasar a coisa. Cortar bastante a cara com a gilete de 3 meses de uso, sim. Pois não, bom dia. Café, sempre café. Que isto sempre exista. Não atrasar o mundo em um mês. Sair dali, par ir para ali, apanhar busão, sempre busão, este mais nauseabundo que outros; cheiro de merda. Não minto. Lembrar que alguém deverá saltar um pouco dantes do previsto, quase esquecer, esquecida? Acontece. Sendo segunda, ainda mais. Adeus, até logo. Música. Salve a música no interior dos ouvidos. Cancelar ruídos externos, característica indispensável nos dias que procederam após a compra. Fone, maravilhoso fone. Adeus, ruído, bem vinda seja, música. Música.

Saltar no ponto, em ponto, um pouco além do ponto, em se tratando de tempo. A tempo, entretanto. O pão meu de cada manhã comprar na padaria, após lutar para conseguir meu lugar. Ignorar a pedinte miserável à porta. Dinheiro não há; dinheiro não me pertence, existe em algum outro lugar. Ainda assim, remorso sentir, mas escolher a ele não se segurar. O dia ainda irá longe. Adiante. Por entre os menos favorecidos passar, sentir a tentação de ali aumentar o pensamento, arespeito da miséria, humana ou não, pessoal ou coletiva, que ali se encontrava, além dali, em outras partes, em outras artes, em outras sortes. Não. Música, focar na música.

Sinais, pedestres. A arte sublime e sutil das pessoas se desviar; pessoas a olhar, pessoas a falar, pessoas a existir; triste é esta inconveniência de ser humano não sendo. Ou ainda assim não o sentir, apesar de que o fenótipo não me deixar mentir, não me deixar desviar, não deixar dúvidas. Assim sendo, contemplar folhas outonais, a cobrir as ruas, e pensar novamente no mundo pós-hecatombe. Como seria, como seria, se de fato não existisse mais ninguém no mundo além deste, que tanto pensa em ser o único, autista emancipado o é. Ou é. Ou foi, ou será. Adiante, o tempo ruge, as lides esperam, as pessoas existem e eu existo; em planos diferentes, existimos e nos confrontamos. Embate diário, vil embate, fútil embate.

Música. Ignorar sons. Ignorar mundos e fundos. Vossas vidas não são minha vida; vossas pessoas aqui não se encontram, em minha música, ainda que negligenciada. Música.

Escadas; elevadores não queimam calorias, mesmo sendo automâtos seres, imunes a toda sorte de pré-conceito, exterior ou de cunho próprio. Errada idéia ou não, escadas. Degraus. Subir tanto quanto desejei subir, porém em outro espectro, em outro âmbito. Bom dia. Manteiga, bom dia; biométrico ponto, escadas. Bom dia, bom dia. Café. Pão. Café.

Escrever, escrever, escrever. Tentar aqui registrar o que acontece, o que aconteceu, o que acontecerá.

Trabalho. Parar de escrever, "trabalho". Vil função; necessária função, necessários fundos, ainda que escassos o sejam. Não. Não pensar. Trabalhar. Durar. Esvanecer.

Enxaguar. Repetir. Ad finitum.