segunda-feira, 15 de junho de 2009

Lá, lá, lá, lá, sol bemol.

Se estar aqui é alguma prerrogativa para estar aqui, fisicamente e/ou possivelmente, não o posso afirmar que assim o é. Ou foi. Por beber, estive à deriva pelos dias que não bebi; para eu que não bebo, fez-me imensamente mal ter bebido, assim o foi. Enfim, enquanto não bebia, bebi, e estive prestes a declarar meu amor taciturno e morituro ao opal, isto é, da opa.

Saí em seguida para arrumar-me a desculpa necesária para ficar em casa. Enquanto isso tiveram a idéia de pôr as ideias desta forma, não acentuada. Evindente abuso de poder; matei a colheradas todos os integrantes de tal revolução às avessas. E mais adiante, descobri que as abóboras não eram feitas de algodão, muito menos dos doces. Então, dirigi-me ao centro do amargor mundial, mais conhecido como meu umbigo. Mas ele ali não estava; percebi que enquanto lamuriava-me em excesso, meu próprio umbigo havia se tornado o embigo, e havia por bem decidido-se a se mudar dali, para tornar ao aqui de ali, enquanto não estava bem ali, ou aquém. Ali? Não sei.

Estive aqui, alguma outra vez; creio eu que já estive aqui. Ou não. Eis este o grande paradoxo de ser, esta simples afirmativa sempre é o cantraditor supremo em todas as ocasiões. Ou não. Afirme qualquer coisa. Pense e m qualquer coisa; qualquer que seja seu argumento, experimente pôr logo em seguida tal frase. Ou não. Vê bem como tudo cai por terra. Ou não. Ou não, ou sim. Enfim. Dito pelo não dito, escusado-me é de afirmar que curti, em muito, não ter feito nada, enquanto fazia tudo. Tudo errado, inclusive. Ou não. Afim de encontrar meu fim, procedo da seguinte forma apenas para reafirmar-me que aqui estou, aqui estou, aqui estarei, aqui serei, não estarei, bno entanto, em algum lugar, se é que isto seja possível. Sim, creio o ser, pois lá estive várias vezes. Seguidas. Ou não.

Aqui, estive. Estive a procurar aqui, aqui agora, aqui ali. Ali ali, babá. Ou não.

Café, para sempre café. Para sempre, até que algum profissional da saúde resolva de mim separar-te. Assim o é, assim o foi, assim o será. Desejas ter saúde? Não vás ter com estes profissionais, eis que eles sempre examinarão-te até encontrar-vos algo que não desejavas saber, algo que não necessitavas saber, algo que não tinhas, até o momento.

Café, até que o médico nos separe, café. Café e cigarros, estes já abandonados devido ao curto espaço de tempo a ser corrido, devendo ser percorrido da forma menos agradável possível, se possível; Café e café, então, até que a terra me coma, café. Até que os vermes me devorem, café.

A sitcom divina de algum ser divinal, vidros e alcatifas. Vidas, exemplares ou não. Sendo que ounão impera em sua imensa maioria, em imensa maioria dos casos, noventa e nove por cento do tempo, noventa por cento do tempo existente e já decorrido. Uma piada. De mau gosto, que seja. Mas quem somos nós para com ele discutir? Sua audiência? Seus seguidores? Seus criadores?

Ou não.

Siga, siga adiante. Tente, descubra seu objetivo. Tente, por mais que saiba que não o seja, encontrar alguém, este aquele aquilo aquela que não existe, que não existiu, que não existirá.

Ou não.

Tentem, tente encontrar alguém, tente ter alguma idéia que julgue brilhante. Que julgue sua. Que julgue ser a idéia. Provarei, contudo, que não sabes de nada, que nunca soubes de nada, que nunca serás nada. Nunca. Se existo, trago-vos a infortuniada existência de saberes que nunca serão o que fui. O que sou. O que serei.

Ou não.

Quem me afirma tais coisas, quem me julga, quem me existe por existiur. Quem supostamente sabe de mim, olha por mim, teme por mim, sofre por mim? Eu? Não.

Não.

Simplesmente, não.