segunda-feira, 28 de julho de 2014

Testamento.

Não foi publicado em nenhum jornal, digno de mênção, ou publicação de maior relevância. 

Um homen - ou quase isto - decide morrer. Que novidade há nisto? Isto vende jornais? Aliás, alguém ainda compra jornais, com o "Soma" do mundo moderno - a internet - disponível em quase tudo que se move pela face deste planeta, desta cidade, desta roça asfaltada denominada Belo Horizonte?

Belo Horizonte. Local onde tal Monstro, agora devidamente denominado - não é um homem, é uma coisa - nasceu...e irá morrer, antes que o ano de "Nosso Senhor", 2014, termine.

Tal Monstro - decidiu, quebrar uma promessa feita a várias pessoas, que se dizem...amigos, parentes, irmãs e irmão desta Coisa. 

Uma Coisa, não tem parentes. Não tem amigos. Não tem que se importar. É uma Coisa, um Monstro. Sentimentos, sim, de montão...todos os mais negativos possíveis. 

Então, a promessa está quebrada. Ele deixará, conforme planejado neste derradeiro final de semana, todos e tudo para trás. Aliás, como sempre o fez. Abandonou tudo e todos.

Foi também abandonado, por quase todos. Lembra-se vagamente de algumas outras pessoas, que eram seus amigos, e hoje em dia são Estranhos - Daniel, o Pinheiro Lima. Eduardo, o Damasceno. Pessoas às quais se prendeu, de forma dita saudável, por assim dizer, por alguns anos...mas que o tempo e as escolhas de tal Coisa fizeram-os estranhos. 

A Coisa se contorce, se lamenta, por suas escolhas, suas renúncias...por influência de si mesmo, por influência do espelho, que reflete a realidade de ser uma Coisa, um Monstro, e...não se quebrou, mesmo depois da tentativa patética, em um momento de surto de mais puro ódio contra si mesmo, a Coisa desferiu um golpe contra o espelho. Não se quebrou, apesar de quase ter quebrado a mão da Coisa. 

"Ha ha ha," ele parecia poder escutar, em seu delirio, em seu frenesi de ódio - "Não consegues quebrar o que és. Jamais conseguirá se livrar do reflexo de si mesmo, Monstro. Mesmo que você, já que sua patética força que ainda possui nos braços atrofiados, não consegue me fazer em pedaços, e ainda assim se decida a fazê-lo por outros meios, quiçá um martelo, muito mais forte - e funcional - que você, Coisa Lamentável e Desprezível, me faça em pedaços usando de tal artifício, existirão, mundo afora, uma infinidade de espelhos, que lhe darão o mesmo reflexo - Seu Monstro. Monstro. Monstro."

Foi-lhe concedida, mais uma vez, licença de seu emprego, onde A Coisa é o tida como refêrencia - o pior empregado aqui já empregado. Serve-nos de exemplo. Exemplo que Coisas assim, não merecem sequer aqui estar "empregadas" - merecem estar longe de todos os demais seres funcionais, empregados de verdade do Império. Não possui qualificações para nada de fato útil ao Império - não é contador, não é advogado, não é nada, enfim. Apenas foi - um dia, muito distante - "amigo" de uma certa pessoa, que de fato possui um Império em suas mãos e um problema latente em outra - ter um empregado inútil em sua folha de pagamento. Um encargo. Um desperdício de dinheiro e oportunidade para outrem, que faria muito mais bem ao Império que uma Coisa. Que um Monstro.

Vá para sua Torre, Monstro. Assim foi-lhe dito, assim escutou. Vá e tente, obter o milagre de deixar de ser o que, deveras, é. Vá. 

Espere pelo milagre, que lhe foi concedido. Espere que o que foi-lhe concedido seja, de fato, um milagre.

Pois bem. Lá se foi a Coisa, o Monstro, de volta à sua solitária, sua Torre de Marfim, ironicamente chamada pelo agora estranho - para ele, mas não para o mundo do sucesso que o Monstro nunca obteve - disse-lhe certa feita Eduardo, o Damasceno. 

Pessoa que poderia muito lhe ensinar, pois compartilha de certos impedimentos alimentares, que o tal "milagre" proporcionará ao Monstro. Queijos, lasanhas, molhos de soja, licores, cerveja(foda-se a cerveja, ora bolas), entre tantos outros itens potencialmente letais ao corpo - corpo - do Monstro, a partir da data de amanhã, dia 29 de Julho de 2014. 

Data em que entrará em sua corrente sanguínea, inicialmente, 10 mg de tal "milagre" para ele prescrito - o sulfato de tranilcipromina, AKA Parnate - a vã promessa do milagre, que ele sempre esperou. O de deixar de ser uma Coisa, um Monstro. 10 mg, a partir de amanhã. 10 mg, por cinco dias, para depois passar para a dose final de 30 mg por dia, até a data de retorno ao Doutor Milagres, que lhe ofereceu - ou melhor, impôs - tal promessa, a única ainda ainda não experimentada, no laboratório que se tornou o Monstro nas mãos de tantos outros doutores. Imposição. "Ou você se trata com isto, ou nem vale a pena se tratar comigo." 

Ao que lhe foi acrescentado, por outra pessoa, muito importante, seu Dono, ao ter breve conversa telefônica no mesmo dia que tal milagre lhe foi imposto pelo ilustre Doutor - "Você já estava suicida. Então porque temer isto?"

De fato. Porque, ora bolas, deve um Monstro já suicida, temer pela própria "vida"?

"Se você tiver outra crise em meu Império, serei obrigado a demiti-lo."

"Ou você tenta tal "milagre" - ou assume de vez o que é - um Monstro, anti-social e IMPRODUTIVO."

"Se você não aceitar tal tratamento, poderá perder a boa vontade de seu Dono."

Pois bem. Assim foi-lhe dito, por muitas pessoas. Assim foi-lhe imposto, tal tentativa, de obtenção de um milagre. Parnate. Pamelor. Carbonato de Lítio. Rivotril. 

Coquetel, que segundo dizem, irá operar um milagre.

Milagre.

Mas...o Monstro não crê mais em milagres. Aliás, desde 1977, nunca acreditou neles. 

Pois, por trinta e sete anos - e contando - esperou por um milagre. Que nunca lhe foi concedido. Esperou, que algum dia deixasse de ser o que vê no espelho, e não gosta, nada, do que lhe é refletido.

Um MONSTRO. A. Fucking. Monster.

Improdutivo. Anti-social. Uma aberração, ao ponto de vista sexual proposto pela biologia, curso que cursou, para nada, ou apenas para aprender tal lição - homem com homem...não gera descendentes, não faz a função prevista pelo código genético e pela ordem imperativa dos seres vivos: propagação do material genético, por meio de futuros descendentes.

Mesmo que fosse o que não é - um homem, por assim dizer, tal Monstro já havia se determinado, que não deixaria descendentes. Agora, que sabe o que de fato é - esta aberração, aos olhos da natureza, da sociedade, das leis dos homens, propriamente HOMENS, fica-lhe ainda mais fácil, manter, ao menos esta - promessa. De não querer descendentes. De não querer contribuir para a super-população deste hospício globular, já habitado por sete bilhões - e contando - de pessoas. De não quere transmitir a um ser, um descendente, sua maldição. Sua condição. De ser o que é - um Monstro, uma Coisa.

Isto, ele sabe, sempre soube, nunca desejou. Como disse Machado, o Assis, 

“Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.”


No caso, SUA miséria. Pois o Monstro, nunca teve nenhum relacionamento em sua vida, além dos tais amigos e parentes. Que irá deixá-los, alguns se lamentando, outros o desprezando - por ser um covarde, e procurar a dita "saída mais fácil" de sua miséria.

FODA-SE, ele acaba de proclamar aos céus. Que hoje parou de emitir as lágrimas que tanto jorraram pelo final de semana glacial que experimentou na casa de um de seus últimos amigos de fato - e que tantas vezes, foi-lhe um irmão, muito mais que seu irmão de verdade. Conforme dito e visto, por sua miserável inexistência, por trinta e sete anos.

Os céus, o ignoram, claro. Pois o "milagre" está nas caixas, ainda lacradas do tal sulfato de blahblahblah, o tal Parnate. Acrescentado ao Pamelor, que não sabe sequer porque o Doutor Milagres o receitou, uma vez que já consumiu tal fármaco - "To no. Fucking. AVAIL."

Transmitiu tal decisão de terminar-se antes que o ano termine, para seu outro "irmão" ex-oficio, Gabriel, o nazista, o Anjo Caído, último amigo que, por muito tempo foi permitido acesso à tal Torre de Marfim. Que, em resposta, recebeu um apelo emocionado de compreensão e dor, por ter tal Monstro, tomado tal decisão. Súbita decisão. Fatal decisão. 

Leu o apelo, com uma réstia de emoção, pois hoje mesmo, ele não sente quase nada, tal Monstro, só desprezo por si mesmo. Leu, e concordou com um dos rogos de seu amigo, o de tentar, ao menos por uns meses, o tal "milagre" prescrito pelo Doutor, financiado por seu Dono, apoiado pelo Advogado, e a ele, forçado, ainda que indiretamente. Indiretamente? Diretamente. "Ou você assume que é o que é - este MONSTRO anti social e IMPRODUTIVO, ou tenta tal "milagre", caso contrário, perderá minha "boa vontade", e fatalmente, perderá seu emprego, que nem sei bem porque diabos ainda o concedo."

Assim interpretado pelo MONSTRO, as tais palavras de seu Dono. "Perderás a boa vontade de vosso Dono", conforme disse o Advogado. 

Outro de seus "amigos", um Ogro, que tanto bate no peito sê-lo, muito discutiu com o Monstro, semana passada, a respeito de suas opiniões acerca deseu Dono. Dicussão, que para o Monstro quase significou o término de tal amizade - mas que, conforme assegurado por tal Psicopata Ogro, "não foi uma discussão, mas uma argumentação." E afirmou que não perdera a amizade. 

Pois bem. Tal Monstro, não mais se importa com isto. Aprecia, o fato que existem PESSOAS reais, de fato reais, que com ele se importam, mas tem a decisão já tomada. A última decisão.

Esta é, por muitos ângulos, a última oportunidade de acontecer tal milagre que o Monstro esperou, sentado, acomodado, dopado, legal e ilegalmente, por trinta e sete anos. Em sua "crise de meia idade," se assim quiserem chamar, tomou a decisão. 

Se tal derradeiro "milagre" falhar, não verá o final deste ano, que foi, conforme disse a outro Anjo Caído em sua vida, de nome Rafael, "O pior ano de minha vida."

Tentará, aceder ao tempo. Tempo ao tempo. Já que esperou, idiotamente, por um milagre, por umavida que não lhe serviu para nada, apenas para ocupar espaço no hospício globular, aumentar as estatísticas dos números de pessoas que habitam este hospício, esperará, por um tempo a mais. 

Esperará pelo tal "milagre."

Mas não acredita, de fato, nele. 

Não tem a menor fé, nele.

Não tem a menor fé, em si. Basta ler o que escreveu, hoje e ontem, e desde 2009, escreveu, neste espaço do Soma moderno - Aldous huxley teria acertado se tivesse denominado, ao invés de "Soma", o nome da droga em seu distópico livro, teria acertado na mosca se tivesse-lh dado a alcunha de "Internet". 

Internet. Facebook. Instagram. Twitter. E tantos outros "Somas" modernos. Quem estava certo, Aldous Huxley ou George Orwell? 

Na opinião do Monstro, Huxley acertou em cheio. Ou quase. Pois hoje em dia, para os "homens" normais, contrários a este "homem" AKA Monstro, as mulheres não devem ser "pneumáticas", mas sim anoréxicas.

Ha Ha Ha.

Esqueletos, são os modelos de beleza para o mundo fashion. E para muitos homens. Para o Monstro, além de serem, completamente desprezíveis a nível sexual, são ainda ridículas e aparentemente doentes. Sacos de ossos, cabides de roupas. E quase só servem para serem cabides mesmo de chapéus, pois não têm sequer estrutura esquelética suficiente para sustentar as roupas da passarela do mundo fashion. Dior. Yves Saint Laurent(sic) e outros nomes desta indústria que gera, por sua vez, cada vez mais esqueletos.

Ha ha ha.

Parnate. 

Será ele o último fio que segurará, por alguns meses, o Monstro ao mundo dos seres vivos. E será ele também, o instrumento cabal para decisão tomada de súbito neste final de semana glacial e chuvoso que a Coisa vivenciou e sentiu. 

Será ele o que o matará. Pois, a partir de amanhã, o Monstro, não precisará de armas de fogo. Não precisará de forcas. Não precisará de lâminas de barbear. 

Precisará simplesmente, de...comida.

Restritas pelo seu "milagre" encerrado nas caixas ainda lacradas do sulfato de blah blah blah. Parnate. 

Bem, isto dito, isto escrito, deixará aqui registrado, para todos que quiserem ler, ou não, seu Testamento, ainda que não legalizado por nenhum advogado. Fodam-se os advogados. "Grandes merdas ser adevogado."

Ha Ha Ha.

Deixará, as guitarras, o violão de seis cordas e o de doze, suas outrora "formas de salvação," para o jovem Yam, filho da Lora, namorada de seu amigo, o Psico Ogro. Deixará, seu computador e quejandos, para sua irmã mais nova, depois, de, evidentemente, processar a "limpeza" de certas coisa existentes nele - seus fetiches sexuais e transtornos afins. Tal limpeza será feita, antes que o consumo de certos alimentos, a partir de amanhã proibidos para o Monstro, à espera de um "milagre". Deixará, a quem interessar possa - algum de seus agora "Estranhos", outrora "amigos" de sua fase de desenho, outro "milagre" quebrantado pelo Monstro, seus materiais de arte, que ali estão, empoeirando, num armário da tal Torre de Marfim. First come, first serve - então, Damascenos da vida, sejam eles Leandro ou Eduardo, ou mesmo Daniel, o Pinheiro Lima(Se é que do Monstro ainda se recorda), aqui estarão disponíveis tais petrechos, e sei que muitos deles serão muito apreciados por vocês.

Que mais Possui o Monstro? Dinheiro? Eu devo 50 Reais a Rafael. Pagarei, antes de morrer. Fique tranquilo. Que mais possui tal Monstro? Gideon? Não, este, será enterrado juntamente com o corpo. Chame a isto de última vontade. Todos os dragões que possui o Monstro, ele os deseja como "companhia" em sua última morada. 

Que mais? Roupas? Queimem todas, se quiserem, pois sei que tal morte incitará o ódio, a revolta nos corações de algumas pessoas, especialmente as que suportaram-no, por tantos e tantos anos, fazendo tantas e tantas merdas, e ao mesmo tempo...fazendo NADA que prestasse, deveras, queimem tudo. Queimem os papéis por ele rabiscados, os cadernos de esboços, e outros frutos de seu mais profundo desapontamento em sua inexistência: a de ter falhado, por completo, neste "sonho" que almejou ser, algum dia, seu ganha pão...mas que se tornou, deveras, mais uma pilha de cacos na pilha de cacos que são seus sonhos despedaçados. Queimem tudo. 

Que mais tem por posses materiais a Coisa, o Monstro? Alguém se interessará por um "celular" de 70 reais? Quem interessar, pegue. Ou o destrua, se assim for a vontade. 

Que mais? 

Que mais possui, de bens materiais, um viado - sim leiam, em letras garrafais, se ainda não sabem, deixo aqui pulbicamente escrito - VIADO, no sentido mais depreciativo e literal da palavra, alcunha depreciativa de gay, se assim quiserem saber. se ainda não o sabiam, saibam agora - sim, sou. Desde 1997, sabe o Monstro que é deveras, um monstro, para católicos e afins, para homofóbicos e afins, para os homens que foram seus amigos por tantos anos e não o sabiam - ou no mínimo, desconfiavam. E nada diziam. Apesar de que, acho que o Monstro soube muito bem interpretar a fraude de ser hetero. Fraude, fraude, fraude, aberração, degenerado, chamem a ISTO o que quiserem. Pouco importa ao Monstro. Pois estará morto. E morrerá virgem, se querem saber. 

Nunca amou ninguém, de fato. Nunca amará ninguém. Pois, para ele, "amor" é outra espécie de "milagre" que jamis foi-lhe concedido, e que parou de crer, desde...bem, desde sei lá quando. Talvez desde sempre.

Bem sabe o Monstro, que receberá, ainda que talvez não por escrito, mas mentalmente, uma série de repreensões por sua "covardia". 

Como dito, não acontecerá, ainda tão cedo, tal episódio mortal, última refeição letal que ingerirá. Tentará, aceder ao rogo de todos que ainda enxergam neste TRASTE alguma esperança, mas que ele mesmo não consegue, não consegue deveras, ver.

Tentará obter o "milagre farmacêutico" - por alguns meses. Caso falhe, como assim espera, bem...aqui estará registrado, publicamente a quem quiser ler, o Testamento. 

Que Yam faça bom uso dos equipamentos. Que o resto, todos os demais, que algum dia se importaram com este Monstro enclausurado, o perdoem, se conseguirem. O que pode ele dizer é que deixará de ser o que sempre sentiu ser, para a família, para os amigos, os presentes e os ausentes, "estranhos", deixará de ser...

UM FARDO.

Uma chatice, um ser que tudo teve, tudo quis, e em tudo falhou. 

E saibam ainda, que A Coisa publica tal texto, pois é importante deixar este testamento, mesmo que o tal milagre que tanto esperou, de fato aconteça. Se acontecer, ótimo. Talvez seja a última chance que ele jamais teve a coragem de pedir, mas que lhe foi ofertada, um tanto forçadamente, por seu Dono, por seu médico atual, por sua psicóloga, por sua família, por todos que já se importaram com este viadinho - o milagre.

Milagre.

Ele não crê em milagres, já foi dito. Mas tentará. 

Mesmo assim, bem sabe ele, que tal milagre, caso aconteça, tem um preço - a dieta restritiva de certos alimentos, ou melhor ainda, de certa molécula - tiramina - que, caso seja ingerida, acidentalmente ou não, em quantidades superiores a 6mg, poderá subitamente matar o Monstro, causando aumento súbito de sua pressão arterial, a níveis perigosos e potencialmente fatais. No mínimo, pode causar um AVC, e sinceramente, o Monstro prefere morrer que sobreviver a tal coisa, sabidas suas sequelas a seus eventuais sobreviventes. 

"Prefiro morrer que ficar atado à uma cadeira de rodas, babando, completamente dependente de cuidados especiais pelo resto desta "sobrevida" caso sobreviva a um AVC. Tornando-me um FARDO ainda mais pesado para minha família." - Ele diz. 

Damasceno, onde quer que você esteja, tenha ao menos este consolo. Sua dieta é restritiva, mas não pode, subitamente matar-lhe. Ao contrário do preço do "milagre" prescrito ao seu antigo amigo - o Monstro.

Aí está. Esta é a minha "kryptonita", por assim dizer. E mesmo que o Monstro encontre o milagre, volte a ser algo menos "anti-social e IMPRODUTIVO", ele pode subitamente morrer, se por acidente ingerir excesso de tal tiramina. Que pode-lhe muito bem acontecer, todas as vezes que comer, pois tal "criptonita" pode estar presente em QUALQUER alimento, se estiver um pouco passado, um pouco envelhecido, pois ela aparece, fatalmente, pelo processo de degradação dos alimentos por micro organismos. Eles, ao "envelhecerem" os alimentos, produzem este veneno para alguém que esteja tentando obter um "milagre" ingerindo o sulfato de blah blah blah, Parnate, no caso específico do viadinho aqui.

Então é isto. Publicado está, o Testamento. E agora, o Monstro está, como sempre esteve, à espera de um milagre.

Mas não tem a menor fé que vá, deveras, acontecer. Pois não tem a menor fé, em si mesmo. Não mais. Não depois de ficar THIRTY FUCKING SEVEN FUCKING YEARS à espera de um milagre, não fazendo nada para que ele pudesse, de fato acontecer.

Fraude!

Como diriam os extintos Farrapos. Onde estão, ele se pergunta. 

Vivendo suas vidas.

Enquanto o Monstro, planeja sua morte.

E publica, aqui neste mural de lamentações, caso o pior aconteça - ou melhor, dependendo do ponto de vista - seu Testamento. 

Que assim seja.

Amém.