quarta-feira, 30 de julho de 2014

Dia dois.

Pois bem. Notícias, de meu estado mental. Talvez alguém queira saber - se é que de fato existe alguém lendo isto aqui, além de alguns seletos amigos que sei que têm acompanhado.

Hoje é o dia dois do tal milagre. Parnate. Por hora, bem...nao posso falar muita coisa. Sim, teve uma coisa boa acontecendo até o momento. A onda ruim do tal "desmame" da venlafaxina parece ter passado. 

Fora isto...cacho que é cedo pra dizer se está de fato causando alguma outra mudança, digamos miraculosa na minha cabeça. Mas, ficar sem a onda ruim de ficar zerado de antidepressivos, seja mesmo a tal venlafaxina, que tomei por quatro anos e só serviu, de fato pra uma coisa, um efeito deveras notável - prisão de ventre, de seis ou sete dias. Fora isto, mentalmente falando, era como ingerir um placebo. Mesmo em doses altas, nao serviu pra nada, além de me atrapalhar no sistema endogastrointestinal. 

Bem...Como disse, ainda não cheguei À nenhuma conclusão definitiva. Mas só de tirar a onda erradíssima que estava(quem leu os posts anteriores pôde perceber como eu estava no buraco, por causa de tal "desmame") - agora é esperar. Pois como se diz, estas coisa começam de fato a mostrar efeitos notáveis depois de, pelo que ouvi falar, de duas semanas a um mês. 

(Porra, como eu detesto este teclado. Se eu tivesse um outro, este aqui seria convertido em destroços. Depois terei que comprar um outro digno, e não continuar usando esta porcaria.)

Então, voltando, eu estou, mais ou menos de boa, ao menos desprovido da onda ruim da abstinência da tal venlafaxina. Podemos chamar a isto de um incremento, ainda que não seja deveras significativo, em termo de "milagre". Ainda estou meio apático, sem muita vontade de fazer nada, sem me sentir eufórico(o que acho que não acontecerá, meramente por ingestão de tal Parnate associado ao Pamelor). Mas, de resto, ainda reina em mim a apaia, ainda mais neste frio que estamos experimentando subitamente em nossa região. 

Estou de licença, por alguns dias, de meu trabalho, por ordens do Advogado e de meu Dono. O que agradeço e aprecio, pois sou agora, deveras, um "rato de laborátorio", experimentando esta combinação de drogas. 

Mas, como eu disse, é cedo pra dizer. Entretanto, ficar sem a tal onda ruim anterior já é um imenso progresso, eu diria. De fato, eu passei por maus bocados no processo de troca da "pilula de açúcar" por este tal Parnate. Mais o Pamelor. Não desejo a ninguém experimentar o que experimentei, nem sequer ter que ter sido obrigado, no final de semana que passei no pólo Sul - o Retiro das Pedras, na casa de meu irmão ex-ofício. Ali, eu tive que me apegar a duas coisa, para não dar o biziu que toda hora meaçava aparecer. A três maços de cigarros(já trocados, agora que de lá saí, e não preciso mais "atuar sanidade", por adesivos de nicotina, devidamente comprados graças a um empréstimo com meu irmão - o irmão, Rafael, não o outro, dito "de verdade", sanguineamente, geneticamente falando, que não me entendo direito - coisas de família, deixemos para lá) - a ao poder de me transformar em um "ator", fazer como disse a Rafael, uma "performance" de sanidade.

Quando tudo que eu queria era fazer o que fiz chegando aqui, na segunda. Endoidar. Gritar, atirar-me ao chão, machucar-me no processo, e fazer uma mistura de tudo, rolar pelo empoeirado chão, gritar, berrar e chorar feito um autêntico maluco. Era isto que ameaçava acontecer, de tempos em tempos, na casa de Rafael. Mas, fui bom "ator", e acho que os cigarros, consumidos em excesso, admito, ajudaram a segurar a onda. Ainda bem.

Agora, o que fazer? Esperar. É o que me resta. Além o tempo pra coisa, o tal "milagre" ser deveras incorporado às funções neurológicas defeituosas do SNC deste que vos escreve, e ainda não estou tomando, a dose inteira que deverei de fato tomar, a partir do dia 3 de agosto. 30mg. Então, é cedo para dizer, se tal milagre, deveras, acontecerá.

Enquanto isto....espero. Espero, tento fazer bom uso de meus dedos, de meus calos, embora ainda me sinta um lixo guitarristicamente falando. Mas, continuar. E ver se incorporo, como sugeriu ontem minha psicologa, alguma coisa física em minha rotina. Tudo menos correr ou caminhar, que sinceramente detesto. Veremos.

Ah, e outra coisa: a tal "dieta" já me rendeu boa briga com minha progenitora, que faz da cozinha seu palco para os mais lamentáveis dramas gregos, tragédias, de fato. Ontem, ao recusar-me a consumir uma cebola do pré-cambriano que ela queria usar na comida(que segundo eu lhe disse, pode muito bem conter a tal tiramina, dada sua "idade"), ela fez um dramlhão dos infernos. É o preço a pagar, doravante, por tal fármaco nas minhas veias. Ou então, já sabem. Um súbito AVC(e espero, se vier acontecer, que me mate, de fato - prefiro morrer a sobreviver cheio de sequelas, oriundas de tais acidentes vasculares cerebrais). Eu disse isto com todas as letras para a performática artista das panelas e pratos, mas ela fez questão de brigar seriaente comigo. Então, isto estragou um pouco o dia, por assim dizer. E me fez ver, que doravante, será, de fato, um custo alimentar-me sem medo. Se minha mãe, que deveria - deveria, veja bem - se preocupar com um alimento potencialmente fatal a este que vos escreve, não se importou e ainda brigou ridiculamente comigo, o que isto me diz acerca de donos de restaurantes pela cidade afora? 

This is Major Tom to Ground Control.

Assim sendo, encerro o relato do dia. Nada criativo, de fato. A criatividade ainda está meio que morta. Ao menos, a saudável. Prefiro escrever tal relato, que escrever merdas feito as que escrevi, no auge da minha abstinência da tal venlafaxina.

"This is Major Tom to Ground Control
I'm stepping through the door
And I'm floating in a most peculiar way
And the stars look very different today
For here
Am I sitting in a tin can
Far above the world
Planet Earth is blue
And there's nothing I can do"

Quem diria. Cheryl Melhoff estava certa. 

Major Tom, to Ground Control. I'm out.

Laters. Good luck, goodbye.