...Estava eu a reler algumas de minhas recentes bobagens cá escritas, e me deparei com o comentário do Símbolo a respeito de algum de meus "rants" sobre como ainda sinto raiva, impaciência, vontade de matar idiotas que emporcalham ruas, que constroem casas em áreas de risco e ainda assim não morrem(por mais escroto que possa soar isso, por vezes considero tais desastres uma forma de seleção natural, tão escassa entre humanos), etc, etc.
Sinto raiva, muitas vezes descabida, às vezes a respeito de coisas que não têm a ver comigo diretamente, como dizem. Complicado, eu sei. Sei que tenho opiniões detestáveis e ultra-pessimistas, e em momentos assim, prefiro mesmo me recolher, não me incomodar nem incomodar ninguém.
Daí pensei no comentário do compatriota blogueiro, a respeito de como ao menos, eu ainda estar sentindo raiva, tendo energia para socar divisórias e abrir rombos em paredes do escrotório(história real), em detrimento aos meus pobres punhos que se machucaram deveras na empreitada, quarta passada. Disse-me O Símbolo estar sendo tomado de apatia, mesmo na idade um tanto mais jovem que a minha, uns dez anos mais ou menos.
E parei para pensar a respeito. A aptia existe sim, na vida deste Noiado. Depois do final de semana em presença de meus amigos tão talentosos, desenhistas de mão cheia, e tantos outros talentos reunidos, fiquei pensando. Tanta gente boa de serviço, excelentes pessoas, como já disse antes - pessoas que realmente considero serem do maior calibre.
Mas, em geral, nenhum de nós se deu bem na vida, por assim dizer. Não da maneira que supostamente querem que a vida nos seja, cheia de dinheiro, realização profissional, casamentos, carreiras, filhos, e tudo mais. Todas estas coisas que os pais querem que os filhos aprendam a construir em suas vidas.
E lá estamos nós, todos levando uma vidinha, não de todo má, evidentemente, por vezes até muito divertida, mas....sei lá. Desprovida de todos estes aspectos que nos dizem ser inerentes a um ser humano adulto. Coisas que deveríamos ter. Que deveríamos lutar por.
Bem sei que falo e falo, mas não posso mesmo generalizar a situação: se tem algo que aprendi ou que adotei como filosofia, é que existem diferentes tipos de SUCESSO, por assim dizer, na vida. Sucesso para mim NÃO é uma Ferrari na garagem. Não me importaria de ter, mas não necessariamente significa sucesso para mim. Nem uma pá de filhos, nem um apartamento de cobertura, nada disso. Como já disse, existem pessoas que consideram tais posses e realizações o sucesso, mas não é meu caso.
Acontece que, ultimamente, estou vendo a vida e não enxergando tal sucesso. Não vejo mais objetivos finais, pois tudo sabe a inútil. Todas as coisa que já quis ser, que já quis fazer, tudo perdeu o sentido diante de minha experiência perante esta vida, este mundo maluco, as coisas que as pessoas querem, não só pra elas, mas para os outyros também, as exigências que todos estes doidos me impõem, tudo isto.
Não consigo ficar indiferente a isto, mas também não consigo desligar. E tem me deixado tão doido quanto todo o restante dos frangos. Mas...me parece que este conceito, a aptia, começa a se consolidar em mim, de certa forma. Estou começando a me tornar um mero objeto, um enfeite. Bem como minha ocupação neste escrotório: dez horas de enfeite aqui. Todos os dias. Cansa. E ainda por cima, me evitam pois tenho o semblante sempre fechado, "eu não vou pedir nada pro mau-humorado do sexto andar! Ele vai me bater!"
Não, não vou. Eu agrido somente a mim mesmo, ou a objetos inanimados. A divisória esmurrada aqui do meu lado atesta isso.
E em geral, não seria tão ruim assim, se a apatia se manifestasse de forma narcótica, assim dizendo. Se eu me comportasse de tal maneira:
E ficasse de boa. Não quero carros, iates, mansões, nada disso. Só queria paz de espírito, paz. Nunca tenho. Hora nenhuma, nem mesmo nos sonhos, tão populados por imagens raivosas e sanguinolentas, idéias facínoras que se manifestam no inconsciente.
...Ah...ser normal...ser menos lixo. Me importar menos com bobagens e me divertir. Nada disso acontece. Não diria que o que sinto é deveras apatia, na definição clássica da palavra, mas...estou realmente me sentindo siumplesmente sedado perante a vida.
Mas já reclamei demais por hoje, e o tom é horrendo. Creio que existam alguns de meus amigos que estejam muito com vontade de me dar porrada, para ver se eu paro de "reclamar de barriga cheia", blah blah blah. Bem, a barriga é individual e pode não estar tão cheia assim. "Você só está assim porque quer!" Onde está meu .38 para que eu possa crivar de azeitonas sua cara e seu conselho inútil, seu filho da puta???
Tá vendo. A raiva existe. Ela ainda não morreu. Talvez eu esteja vivo também.
...E devo retornar ao serviço de ser enfeite. Árdua tarefa, bem sei. É necessário seguir o protocolo: é preciso encarar o monitor, deixar um PDF aberto que se finge ler, enquanto me anestesio com bobagens na internet.
Tá certo, estou sendo pago pra ser enfeite, não deveria reclamar né. Blah.
Sinto raiva, muitas vezes descabida, às vezes a respeito de coisas que não têm a ver comigo diretamente, como dizem. Complicado, eu sei. Sei que tenho opiniões detestáveis e ultra-pessimistas, e em momentos assim, prefiro mesmo me recolher, não me incomodar nem incomodar ninguém.
Daí pensei no comentário do compatriota blogueiro, a respeito de como ao menos, eu ainda estar sentindo raiva, tendo energia para socar divisórias e abrir rombos em paredes do escrotório(história real), em detrimento aos meus pobres punhos que se machucaram deveras na empreitada, quarta passada. Disse-me O Símbolo estar sendo tomado de apatia, mesmo na idade um tanto mais jovem que a minha, uns dez anos mais ou menos.
E parei para pensar a respeito. A aptia existe sim, na vida deste Noiado. Depois do final de semana em presença de meus amigos tão talentosos, desenhistas de mão cheia, e tantos outros talentos reunidos, fiquei pensando. Tanta gente boa de serviço, excelentes pessoas, como já disse antes - pessoas que realmente considero serem do maior calibre.
Mas, em geral, nenhum de nós se deu bem na vida, por assim dizer. Não da maneira que supostamente querem que a vida nos seja, cheia de dinheiro, realização profissional, casamentos, carreiras, filhos, e tudo mais. Todas estas coisas que os pais querem que os filhos aprendam a construir em suas vidas.
E lá estamos nós, todos levando uma vidinha, não de todo má, evidentemente, por vezes até muito divertida, mas....sei lá. Desprovida de todos estes aspectos que nos dizem ser inerentes a um ser humano adulto. Coisas que deveríamos ter. Que deveríamos lutar por.
Bem sei que falo e falo, mas não posso mesmo generalizar a situação: se tem algo que aprendi ou que adotei como filosofia, é que existem diferentes tipos de SUCESSO, por assim dizer, na vida. Sucesso para mim NÃO é uma Ferrari na garagem. Não me importaria de ter, mas não necessariamente significa sucesso para mim. Nem uma pá de filhos, nem um apartamento de cobertura, nada disso. Como já disse, existem pessoas que consideram tais posses e realizações o sucesso, mas não é meu caso.
Acontece que, ultimamente, estou vendo a vida e não enxergando tal sucesso. Não vejo mais objetivos finais, pois tudo sabe a inútil. Todas as coisa que já quis ser, que já quis fazer, tudo perdeu o sentido diante de minha experiência perante esta vida, este mundo maluco, as coisas que as pessoas querem, não só pra elas, mas para os outyros também, as exigências que todos estes doidos me impõem, tudo isto.
Não consigo ficar indiferente a isto, mas também não consigo desligar. E tem me deixado tão doido quanto todo o restante dos frangos. Mas...me parece que este conceito, a aptia, começa a se consolidar em mim, de certa forma. Estou começando a me tornar um mero objeto, um enfeite. Bem como minha ocupação neste escrotório: dez horas de enfeite aqui. Todos os dias. Cansa. E ainda por cima, me evitam pois tenho o semblante sempre fechado, "eu não vou pedir nada pro mau-humorado do sexto andar! Ele vai me bater!"
Não, não vou. Eu agrido somente a mim mesmo, ou a objetos inanimados. A divisória esmurrada aqui do meu lado atesta isso.
E em geral, não seria tão ruim assim, se a apatia se manifestasse de forma narcótica, assim dizendo. Se eu me comportasse de tal maneira:
E ficasse de boa. Não quero carros, iates, mansões, nada disso. Só queria paz de espírito, paz. Nunca tenho. Hora nenhuma, nem mesmo nos sonhos, tão populados por imagens raivosas e sanguinolentas, idéias facínoras que se manifestam no inconsciente.
...Ah...ser normal...ser menos lixo. Me importar menos com bobagens e me divertir. Nada disso acontece. Não diria que o que sinto é deveras apatia, na definição clássica da palavra, mas...estou realmente me sentindo siumplesmente sedado perante a vida.
Mas já reclamei demais por hoje, e o tom é horrendo. Creio que existam alguns de meus amigos que estejam muito com vontade de me dar porrada, para ver se eu paro de "reclamar de barriga cheia", blah blah blah. Bem, a barriga é individual e pode não estar tão cheia assim. "Você só está assim porque quer!" Onde está meu .38 para que eu possa crivar de azeitonas sua cara e seu conselho inútil, seu filho da puta???
Tá vendo. A raiva existe. Ela ainda não morreu. Talvez eu esteja vivo também.
...E devo retornar ao serviço de ser enfeite. Árdua tarefa, bem sei. É necessário seguir o protocolo: é preciso encarar o monitor, deixar um PDF aberto que se finge ler, enquanto me anestesio com bobagens na internet.
Tá certo, estou sendo pago pra ser enfeite, não deveria reclamar né. Blah.