sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Peer pressure.

No caminho para o trampo hoje, fiquei imagnando um tema pertinente ao dia de hoje. Mas como meu dia começou meio que hostil, com algumas chatices em série ocorrendo(Perder hora, perder ônibus, etc), decidi escrever algo sobre um tema que conversei ontem a noite com minha irmã, e que foi recorrente no café da manhã aqui do escrotório.

Como o título indica, estou falando desta maravilha chamada "peer pressure", expressão inglesa que emprego aqui por desconhecer alguma tradução apropriada para esta noção, que vem a ser aquela famosa pressão que nos fazem para usarmos algo, adquirir algum hábito que não tínhamos, etc, com o intuito de sermos aceitos em algum grupo. Pelo menos acho que é isso, marromenos. É uma coisa muito comum naquela nossa maravilhosa fase em que somos "seres humanos em formação", ou remelentos no colégio.

É estranho o tanto que sinto arrepios em me lembrar desta fase de minha vida. Se você não tivesse o tênis da Company, mochila da Samsonite(por incrivel que pareça, era moda na minha época), não possuísse calça da Zoomp ou seja lá o que mais, você era simplesmente um LIXO. Um ser execrável. O excluído. Não tive nenhum desses acessórios requisitados para ser aceito na rodinha social do colégio que frequentei. Ou seja, fui um excluído. Não tenho boas lembranças dessa época...

Logicamente, hoje em dia analiso toda a situação e vejo o quão ridiculo foi aquilo tudo. E se fui excluído naquela época, foi-me útil para determinar naquela idade quem realmente era uma pessoa naquele emaranhando de franguinhos que cursaram aquele colégio. Porque sinceramente, para mim, uma pessoa que julga outrem pelas roupas que trajam é simplesmente uma pessoa fútil, ainda mais que não estamos discutindo moda propriamente dita aqui; na escola, somos todos seres uniformizados, as unicas variações permitidas eram os acessórios roupísticos secundários como os calçados. Como se a marca de um tênis fosse ser agente determinante do caráter de alguma pessoa. Para mim, o comportamento do sujeito que julga seus colegas por tais fatores, é que realmente pode ser analisado como uma característica do caráter desta pessoa.

Não me ponho num pedestal de virtude - "nunca fiz tal coisa", porque sei que já o fiz algumas vezes(quem nunca zoou um cara vestido com roupas esquisitas que atire o primeiro exemplar da Vogue), mas nunca em ambiente escolar. Meu foco aqui é exactamente este, o do tal "ser humano em formação". E estas experiências nefastas nesta época são bem críticas, eis que estamos em formação. Posso afirmar que pelo menos 85% de meus "coleguinhas" daquela josta lá eram adeptos da politica de exclusão. Não sei se mudaram ao longo dos anos, eis que acredito que as pessoas possam se dar conta de suas idéias idiotas e mudá-las a tempo, mas posso afirmar que dali daqueles milhares(era um colégio bem grande), somente considero como amigo até hoje umas 10 pessoas no máximo. Lastimável, em minha opinião.

Não estou querendo soar amargo nem fazer uma devassa em meu passado de colégio. Sei que agi como um idiota ali inúmeras vezes também, em outros contextos. O que quero criticar aqui é essa necessidade que as pessoas têm de julgar as outras pela superficie e simplesmente descartá-las se esta frívola análise não lhes agradar. Cruel destino para pessoas que poderiam ser excelentes companheiros.

Existem outros exemplos diversos de "peer pressure" que podem ser devastadores também. O ser humano é uma máquina de produzir agruras. Deixarei para vocês meditarem a respeito de tais coisas, pois já são 8:30 da manhã e tenho que formatar computadores, tentar deflagrar a mais recente invasão virotica no ambiente virtual da empresa e quejandos.

Tenham um bom dia e um excelente final de semana, este evento que salva a vida de nós todos, alforriando-nos momentaneamente de nossas lides obrigatórias enquanto homens...